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Agropolítica

Conab vai comprar 200 mil toneladas de trigo do RS 

Medida vai custar R$ 261 milhões para comprar o cereal do Rio Grande do Sul; Conab também prevê reconstituição do solo após enchentes e contratos de opção de venda para o arroz

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Paloma Custódio | Brasília

07/11/2024 - 11:49

Foto: Adobe Stock
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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou que vai comprar 200 mil toneladas de trigo de produtores do Rio Grande do Sul a R$ 261 milhões pela modalidade AGF (Aquisição do Governo Federal). O instrumento de compras públicas busca apoiar os produtores rurais e agricultores familiares por meio da compra de produtos, quando o preço de mercado está abaixo do preço mínimo estabelecido na safra vigente. 

Durante coletiva de imprensa na sede da Conab, em Brasília, nesta quinta-feira, 07, o diretor-presidente da companhia, Edegar Pretto, destacou que, entre os dez estados produtores de trigo, o Rio Grande do Sul concentra 51% da produção. E é justamente nessa localidade onde o preço de mercado é negociado abaixo do preço mínimo estabelecido na safra.

“O preço mínimo estabelecido está em R$ 78,51 e o preço de mercado está em R$ 67. Então, é lá que tem necessidade de fazer uma intervenção. Nós estamos investindo esses R$ 261 milhões e vamos continuar observando, não só no Rio Grande do Sul, mas nos demais estados, se houver necessidade, vamos fazer novas intervenções”, informou.

O diretor-executivo de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto, reforçou a desvantagem comercial do estado gaúcho. “Não é o caso do Paraná, por exemplo, até porque a safra do Paraná entra antes no mercado”. Porto ressaltou o problema que os produtores de trigo do RS estão enfrentando com as chuvas, desde o final de setembro, que afetaram 40% da produção do trigo. 

“A opção de fazer o AGF é para reter [os 60% do] trigo no mercado interno para que nós possamos, já no ano que vem, no período de entressafra, devolver esse trigo ao mercado e, portanto, substituir importações”, detalhou.

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O diretor de Política Agrícola também explicou que parte do orçamento da AGF é proveniente da medida provisória que concedeu apoio aos produtores rurais em situação de calamidade no Rio Grande do Sul. Outra parte é do contrato é da própria política de AGF e outra do contrato de opção de arroz.

Limite de vendas por produtor ainda será definido

Ainda falta definir o limite de vendas por produtor, que pode variar entre duas e três mil sacas. Silvio Porto garantiu que isso vai começar a ser definido na próxima semana, assim como a indicação de quais são os armazéns mais próximos para que o produtor possa fazer a entrega do trigo.

“A Conab fará todo o procedimento de avaliação das condições de classificação para definir o preço. Porque nós miramos sempre o melhor produto: o pão tipo 1. E caso o produto seja inferior a isso, nós damos deságios e fazemos o pagamento correspondente a essa qualidade. A nossa preferência será exatamente por esse melhor produto para retê-lo internamente no mercado, para que depois, quando formos vender, tenhamos liquidez”, ressaltou. 

Reconstituição do solo

Durante a coletiva, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, anunciou medidas de recuperação do solo no Rio Grande do Sul afetado pelas fortes enchentes em 2024.

“Eu conversei com o governador Eduardo Leite e nós fizemos um tratado, uma combinação, que ele financiaria, aparelharia a Emater. Porque não tem condição de fazer uma retomada mais forte sem ter assistência técnica e extensão rural. E nós lançaríamos um programa de reconstituição, que está sendo elaborado, para aqueles que perderam o solo”, comunicou.

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Arroz

O diretor-presidente da companhia, Edegar Pretto, voltou a falar sobre contratos de opção de venda do arroz. Segundo ele, o anúncio sairá em breve. “Já foi assinada a portaria interministerial, no dia 16 de outubro. Nós já estamos assegurando R$ 988 milhões para fazer contrato de opção de arroz. Queremos contratar 500 mil toneladas de arroz, para garantir para o produtor que ele pode plantar, que nós vamos assegurar um preço mais do que 20% acima do preço mínimo”, anunciou.

Esta é a segunda vez que a Conab toma medidas para comprar arroz neste ano. Em junho, o leilão chegou a ser anulado após denúncias de irregularidades. O setor produtivo é contrário à compra do cereal.

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