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Vinho Legal: campanha chama atenção para riscos do consumo de produtos ilegais
Iniciativa lançada em SP é apoiada por entidades como CNA e OCB

Rafael Bruno | São Paulo | rafael.bruno@estadao.com
03/10/2024 - 14:52

Foi lançada nesta quarta-feira, 2, a campanha “Vinho Legal”, com o objetivo de conscientizar o consumidor sobre a importância de adquirir produtos de procedência garantida e sobre os perigos do consumo de bebidas ilegais. O slogan da campanha é “Invista na sua saúde, beba vinho legal”.
O lançamento ocorreu durante o Simpósio Internacional Vinho e Saúde, no Expo Center Norte, em São Paulo. A iniciativa, liderada pela Câmara Setorial de Viticultura, Vinhos e Derivados do Ministério da Agricultura, se fez necessária a partir do crescente número de apreensões de vinhos ilegais no Brasil e pela proliferação de produtos sem comprovação de origem nas redes sociais. Além das possíveis consequências à saúde, a arrecadação do setor também é afetada.
“Para estarem aptos à comercialização, vinhos, e outras bebidas e alimentos, devem estar registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária. Possibilitando que façam controle de qualidade. A falsificação e adulteração de produtos pode causar risco aos consumidores e prejudicar os produtores legalizados”, destaca em nota Letícia Fonseca, assessora técnica Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), uma das entidades apoiadoras da campanha.

Também integra a rede de apoiadores do movimento, o Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Para o presidente da entidade, Márcio Lopes de Freitas, a participação do Sistema OCB na campanha reforça o papel das cooperativas no combate à proliferação de produtos sem comprovação de origem, a evasão de divisas e a manutenção do bem-estar social.
“Consideramos essa campanha fundamental para conscientizar o consumidor sobre os riscos que os produtos sem procedência garantida podem causar. Incentivar a valorização da produção legal, é também incentivar as boas práticas de formulação de vinhos de qualidade”, afirmou em nota.
Dados divulgados pela Câmara Setorial apontam que, em 2023, foram apreendidas 627.961 garrafas, o que representa o valor de R$ 59,65 milhões. A campanha explica que, para identificar a fraude, o consumidor deve estar atento ao rótulo do produto.
“Produtos estrangeiros devem conter, entre outras informações, o contrarrótulo em português, conforme lei federal, o número do registro do Ministério da Agricultura e dados do importador e exportador. Se o vinho tiver contrarrótulo em língua estrangeira, não foi importado legalmente”, diz o documento de divulgação da Câmara Setorial.
Durante o evento, as diretrizes do programa foram entregues ao secretário executivo de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Edson Fernandes, para que a campanha conte com o apoio do governo paulista junto ao setor produtivo.

“Recebo com muito entusiasmo essa iniciativa e coloco a nossa secretaria à disposição, por meio de nossa equipe técnica, com o objetivo de coibir a comercialização de produtos impróprios para consumo”, disse Fernandes.
Referente ao tema, a Secretaria de Agricultura, ressalta que, atualmente, tramita na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) um projeto de Lei para regulamentação do Centro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (CIPOV) , que irá regulamentar e aplicar normas para criação de um Sistema Estadual de Inspeção e classificação de vegetais, partes vegetais, seus produtos e subprodutos (incluídos os vinhos), o SISP-POV. O sistema de inspeção estadual terá a função de examinar os produtos, a fim de confirmar sua segurança como matéria-prima voltada ao consumo humano.
Simpósio Internacional Vinho e Saúde
Além do lançamento da campanha “Vinho Legal”, o Simpósio Internacional Vinho e Saúde também promoveu debates sobre os benefícios do vinho à saúde quando consumido de forma responsável. Segundo a diretora do Departamento de Segurança Alimentar da SAA, Milene Massaro, se consumido com cautela e moderação, o vinho pode trazer inúmeros benefícios à saúde, já que é rico em flavonoides, resveratrol e polifenóis, poderosos antioxidantes com importante ação anti-inflamatória e vaso-dilatadora.
“Dessa forma, o consumo frequente e controlado da bebida, pode auxiliar na melhora da pressão arterial, na prevenção de doenças cardíacas, neurodegenerativas e do envelhecimento precoce. O resveratrol (composto vegetal derivado de algumas plantas), em específico, é encontrado em maior quantidade nas cascas e sementes de uvas pretas e roxas, logo o vinho tinto é mais rico nessa substância que o branco. Segundo alguns especialistas, esse antioxidante é responsável por trazer aromas e complexidade à bebida”, destaca Milene.
Ao discursar na abertura do simpósio, o secretário executivo da SAA relembrou as recentes iniciativas da gestão estadual para o desenvolvimento do segmento da vitivinicultura em São Paulo.
“Em agosto, realizamos o lançamento da Rota dos Vinhos Paulistas, uma ação intersecretarial que envolve as pastas da Agricultura, do Turismo, do Desenvolvimento Econômico, justamente para que o estado não apenas indique onde estão essas vinícolas, mas que possa colaborar na adequação da infraestrutura, com linhas de crédito direcionadas ao setor, recuperação de estradas rurais que levam a esses destinos e possa induzir, ainda mais, a vitivinicultura como um incentivador de desenvolvimento regional do interior paulista”, comentou Fernandes.
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