Tudo sobre AgroSP
Brucelose: SP inova e dispensa marca de fogo obrigatória
Estado é pioneiro na adoção de alternativa para identificação da vacina, porém, o trânsito de animais marcados por novo método não será permitido para outros estados

Sabrina Nascimento
22/10/2024 - 14:24

Pecuaristas do Estado de São Paulo não precisam mais marcar os bovinos e bubalinos com fogo. O procedimento era adotado nas fêmeas de três a oito meses de idade após a vacinação contra a brucelose. Agora, esses animais devem usar uma espécie de brinco de identificação da vacina contra a doença.
O modelo alternativo adotado no Estado é o primeiro do país aprovado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “Bem-estar animal significa segurança jurídica, garantindo um documento que comprova boas práticas, valorizando a pecuária paulista e abrindo novos mercados internacionais, cada vez mais restritivos”, destacou em nota o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA), Guilherme Piai.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado de segunda-feira, 21, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24. “Se trata de um pacote de medidas que priorizam todos os envolvidos na vacinação contra a Brucelose, visando o controle e posteriormente a erradicação dessa zoonose”, comentou Luiz Henrique Barrochelo, médico veterinário e coordenador da Defesa Agropecuária também em nota.
O que muda na identificação dos animais vacinados?
O modelo de identificação de vacinação contra a brucelose é uma alternativa não obrigatória à marcação pelo fogo. No entanto, é avaliada como uma prática de bem-estar animal, que estimula a produtividade e a qualidade do manejo, além de aumentar a segurança do produtor e do veterinário responsável pela aplicação do imunizante.
A partir das publicações, fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação a fogo indicando o algarismo do ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
Os bottons, produzidos dentro de especificações indicadas em portaria, serão fornecidos às revendas de insumos e produtos veterinários. A venda e o fornecimento dos identificadores juntamente com as vacinas será feita aos médicos veterinários ou aos produtores, mediante informação no receituário.
Para o caso de perda, dano ou qualquer alteração que prejudique a identificação, o médico veterinário precisará fazer uma nova aplicação. Se o produtor não puder comprar, o animal deverá ser identificado conforme as normativas vigentes do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT).
Segundo a Defesa Agropecuária, o uso do botton é válido apenas dentro do Estado de São Paulo, não sendo permitido o trânsito de animais identificados de forma alternativa para demais estados.
Prazos de vacinação contra brucelose
Os prazos de vacinação contra brucelose e tuberculose no estado de São Paulo também mudaram. A partir de agora, o calendário será dividido em dois períodos: de 1º de janeiro a 30 de junho e de 1º de julho até 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Mudança na declaração
Diferente das campanhas anteriores, a declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico veterinário responsável pela imunização irá validar a imunização dos animais. O procedimento será feito quando o responsável cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
Em caso de incompatibilidade, o médico veterinário e o produtor serão notificados das pendências por meio de mensagem eletrônica, enviada ao e-mail cadastrado junto ao GEDAVE. Neste caso, o proprietário deverá regularizar a pendência para a efetivação da declaração
Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Tudo sobre AgroSP
1
Agronegócio paulista exporta US$ 6,4 bi no 1º trimestre, queda de 19,9%
2
Irrigação com vinhaça é alternativa para salvar canaviais em períodos secos
3
SP: agricultores ampliam linhas de produtos orgânicos e agroecológicos
4
Nova cultivar de feijão é estratégica contra mudanças climáticas
5
Semeadoras do Agro mostra força feminina na Agrishow
6
Fertilizante de vidro: material desenvolvido pela USP aumenta rendimento agrícola

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Tudo sobre AgroSP
Faesp defende R$ 600 bilhões para Plano Safra e que ele deixe de ser anual
Federação pede, também, R$ 4 bilhões para equalização de juros e afirma que período ideal para divulgação do plano seria de 5 ou 10 anos

Tudo sobre AgroSP
Fertilizante de vidro: material desenvolvido pela USP aumenta rendimento agrícola
Experimentos demonstraram desempenho de matéria seca até 91% maior e que a dissolução do composto evita reaplicação de nutrientes

Tudo sobre AgroSP
Agro Clima SP expande rede com 100 novas estações meteorológicas
Programa reforça o monitoramento climático e impulsiona a adaptação da agricultura às mudanças do clima, promovendo produtividade no campo

Tudo sobre AgroSP
Semeadoras do Agro mostra força feminina na Agrishow
Comissão da FAESP reuniu mais de 100 mulheres para debater a resiliência e o empreendedorismo feminino no agro
Tudo sobre AgroSP
Irrigação com vinhaça é alternativa para salvar canaviais em períodos secos
Geralmente usado como fertilizante, resíduo da produção de etanol foi aplicado na safra 2024/25 para aliviar estresse hídrico provocado por estiagem prolongada
Tudo sobre AgroSP
Agronegócio paulista exporta US$ 6,4 bi no 1º trimestre, queda de 19,9%
Já as importações atingiram US$ 1,5 bilhão, o que representou um avanço de 9,5%, segundo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento
Tudo sobre AgroSP
SP: agricultores ampliam linhas de produtos orgânicos e agroecológicos
Em um mercado conhecido pelas frutas, verduras e legumes, eles investem em criações que agregam valor, como queijos, embutidos e óleos essenciais
Tudo sobre AgroSP
Nova cultivar de feijão é estratégica contra mudanças climáticas
Desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), a Guandu BRS Guatã é tolerante à seca e combate nematoides