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Sustentabilidade

Já ouviu falar do mirtilo amazônico, a fruta que deixa a língua roxa?

A pixirica esconde um potencial inexplorado na agricultura brasileira

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Redação Agro Estadão*

30/06/2025 - 08:00

Foto: Adobe Stock
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Você já se deparou com uma pequena fruta roxa que parece um mirtilo, mas cresce naturalmente em diversas regiões do Brasil? Estamos falando da pixirica, uma planta nativa com potencial ainda pouco explorado. 

Conhecida também como mirtilo amazônico, essa fruta desperta curiosidade pelo seu sabor e por sua característica peculiar de tingir a língua de quem a consome.

O que é a pixirica?

A pixirica, cientificamente denominada Clidemia hirta, é chamada de mirtilo amazônico, blueberry brasileiro e tinge-língua, devido à capacidade de deixar a língua azulada após o consumo.

Essa coloração intrigante é resultado da presença de antocianinas, compostos com importante ação antioxidante. 

As antocianinas são responsáveis não apenas pela cor característica dos frutos, mas também por diversos benefícios à saúde.

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Quanto às características físicas, a pixirica é um arbusto perene que pode atingir até 2 metros de altura. Suas folhas são ovaladas e apresentam nervuras bem marcadas, conferindo à planta um aspecto ornamental interessante. 

Os frutos são pequenos, de cor roxa escura ou preta quando maduros, e contêm numerosas sementes minúsculas.

No Brasil, a pixirica tem uma distribuição geográfica ampla, sendo encontrada em diversos biomas, incluindo a Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Amazônia. Essa versatilidade demonstra sua adaptabilidade a diferentes condições climáticas, o que pode ser uma vantagem para os produtores rurais interessados em seu cultivo.

A pixirica é uma planta pioneira, que se desenvolve bem em áreas abertas e ensolaradas. É comum encontrá-la em bordas de florestas, clareiras e áreas em regeneração, características que podem ser aproveitadas em sistemas agroflorestais ou na recuperação de áreas degradadas.

A pixirica na agricultura

pixirica
Foto: Adobe Stock

No contexto agrícola, a pixirica apresenta uma dualidade interessante. Por um lado, quando ocorre em áreas cultivadas, é frequentemente considerada uma planta invasora. 

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Nessas situações, ela compete por água e nutrientes do solo com as culturas principais, podendo impactar negativamente a produtividade.

Adicionalmente, a pixirica pode atuar como hospedeira de patógenos e pragas agrícolas. Ela serve de abrigo para insetos fitófagos mastigadores, que são vetores de viroses capazes de afetar outras culturas. Esse aspecto requer atenção dos produtores rurais no manejo das áreas.

Entretanto, a pixirica também apresenta potenciais benefícios para o ecossistema agrícola. Um deles é a importância para a meliponicultura, a criação de abelhas nativas sem ferrão. 

As flores da pixirica são atrativas para diversas espécies de abelhas, contribuindo para a manutenção desses polinizadores essenciais na propriedade rural.

Essa característica abre possibilidades para a integração da pixirica em sistemas de produção mais sustentáveis, como os sistemas agroflorestais. 

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Nesses modelos, a planta pode desempenhar múltiplas funções: atração de polinizadores, produção de frutos e até mesmo como barreira natural ou cerca viva.

Usos na gastronomia

O potencial gastronômico da pixirica está começando a ser explorado, com resultados promissores. Pesquisas recentes do Instituto Federal Baiano têm investigado o uso dos frutos da pixirica na produção de alimentos funcionais, ou seja, alimentos que oferecem benefícios à saúde além do valor nutricional básico.

Esse estudo explorou a produção de chocolates funcionais utilizando frutos de pixirica liofilizados na fabricação de chocolates. A liofilização é um processo de desidratação que preserva as propriedades nutricionais dos alimentos, permitindo que os compostos benéficos da pixirica sejam incorporados ao chocolate.

Essa aplicação inovadora demonstra o potencial da pixirica para agregar valor a produtos alimentícios. Para os produtores rurais, isso pode representar uma oportunidade de diversificação da produção e acesso a mercados diferenciados, como o de alimentos funcionais e orgânicos.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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