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Sustentabilidade

Be8 prevê suprir 24% da demanda de etanol do RS com usina de trigo em Passo Fundo

Atualmente, os gaúchos importam 100% do etanol consumido localmente

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Broadcast Agro

27/05/2025 - 13:31

Foto: Be8/Divulgação
Foto: Be8/Divulgação

A Be8 estima que sua nova usina de etanol de trigo em Passo Fundo (RS) atenderá entre 23% e 24% da demanda compulsória de etanol anidro do Rio Grande do Sul a partir de 2026. O estado hoje importa 100% do etanol consumido localmente, criando uma oportunidade de mercado que a empresa pretende capturar com a primeira unidade de produção de etanol de cereais em escala industrial da região.

A Kepler Weber anunciou na segunda-feira, 26, o fornecimento de oito silos com capacidade total de 160 mil toneladas para o projeto, em contrato considerado o maior da companhia dos últimos cinco anos. A usina processará 525 mil toneladas de cereais por ano para produzir 220 milhões de litros de etanol, além de 155 mil toneladas anuais de farelo para alimentação animal.

“O Estado hoje importa todo o etanol que é produzido aqui, seja o etanol que é adicionado à gasolina ou seja o etanol que também é comercializado 100%”, afirmou o vice-presidente de operações da Be8, Leandro Luiz Zat, durante coletiva de imprensa.

O executivo destacou que a unidade ficará disponível para comercializar onde houver melhor remuneração, mas projeta que o mercado gaúcho absorverá toda a produção.

O projeto, orçado em R$ 1,26 bilhão pela Be8 e com financiamento de R$ 729,7 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deve estar concluído no segundo semestre de 2026. A obra também incluirá a primeira produção industrial de glúten vital do Brasil, um concentrado proteico obtido a partir da farinha de cereais e usado nas indústrias de alimentos, nutrição animal e cosméticos.

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A escolha pelo trigo como matéria-prima principal decorre das limitações climáticas do Rio Grande do Sul para o cultivo de cana-de-açúcar, em virtude da ocorrência de geadas no inverno. O Estado possui cerca de 1,3 milhão de hectares dedicados ao cultivo de cereais de inverno, área tradicionalmente ociosa entre as safras de soja e milho. “Esse projeto vai dar oportunidade para o produtor ter a opção de estar comercializando o trigo numa área que normalmente é ociosa”, explicou Zat. A usina também poderá processar triticale, sorgo, milho, cevada e aveia, com um terço da capacidade da planta destinada a culturas alternativas ao trigo.

A capacidade de armazenagem contratada com a Kepler corresponde a aproximadamente um terço do consumo anual da usina. Zat explicou que o trigo tem perfil de comercialização mais concentrado que a soja, exigindo maior capacidade de estocagem. “Se nós não carregarmos o estoque, pode ser que a exportação leve esse trigo e ele não fique aqui”, disse.

Para a Kepler Weber, que reportou receita líquida de R$ 357,2 milhões no primeiro trimestre de 2025, o contrato surge em momento estratégico após a empresa registrar queda de 51% no lucro líquido do período, para R$ 25,6 milhões. O CEO Bernardo Nogueira já havia antecipado em abril a assinatura de um “contrato muito relevante” no segmento de biocombustíveis, com faturamento previsto majoritariamente para o terceiro e quarto trimestres de 2025.

A Be8, que encerrou 2024 com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorde de R$ 599,3 milhões e receita líquida de R$ 7,3 bilhões, vê no projeto a diversificação além do biodiesel, onde detém 14% do market share nacional. A parceria entre as empresas não é inédita. Em 2007, a Kepler forneceu silos para a primeira unidade da Be8 em Passo Fundo. “A Kepler tem apoiado a expansão das indústrias de etanol no Brasil com tecnologias e equipamentos de ponta”, afirmou Nogueira. A empresa participa ativamente de sete disputas no setor previstas para os próximos 12 meses, em um universo de cerca de 30 projetos em andamento no País.

O projeto da Be8 insere-se em um movimento de expansão do etanol de cereais no Rio Grande do Sul. De acordo com a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), o Brasil conta atualmente com 25 biorrefinarias em operação, dez projetos autorizados para construção pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e outras 20 unidades programadas.

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