O que é erosão e quais são as consequências para o solo? | Agro Estadão
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O que é erosão e quais são as consequências para o solo?

Saiba o que é erosão, a principal causa da degradação rápida das terras agrícolas, que pode ser acelerada pelo manejo inadequado do solo

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16/06/2021 - 11:00

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Metade dos solos agricultáveis do mundo está degradada, segundo informações da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A entidade estima que o gasto global com fertilizantes para repor os nutrientes perdidos com processos erosivos dos solos é de US$ 110 a US$ 200 bilhões, anualmente. Mas afinal, o que é erosão e como isso pode afetar a lavoura?

A erosão, além de danificar o meio ambiente, retira uma camada superficial do solo que é rica em nutrientes, o que reduz o potencial produtivo das terras e pode gerar prejuízo na lavoura. Uma outra estimativa da FAO aponta que o fenômeno atinge cerca de 80% da terra agricultável do planeta e se tornou a principal ameaça ao solo saudável para a agricultura.

O que é erosão?

A erosão nada mais é do que o deslocamento de terra que acontece de um lugar para o outro. Na natureza, o processo erosivo ocorre pela ação natural do sol, de ventos e, principalmente, da água da chuva. No entanto, práticas do agronegócio podem contribuir para o processo ocorrer, como o desmatamento, plantio em terreno inclinado, queimadas, monocultivo, uso abusivo de fertilizantes e excesso de pastoreio.

A erosão também depende das características físicas, químicas e biológicas de cada solo. Dessa forma, os solos arenosos estão mais sujeitos ao movimento de terra. Embora sejam mais permeáveis, são normalmente muito soltos, o que favorece o trabalho das águas. Solos bem-estruturados, com maior volume de macroporos, têm permeabilidade rápida, facilitando a retenção da água, reduzindo o escoamento superficial e, com isso, o processo erosivo.

Tipos de Erosão e suas Fases

A erosão pode ser classificada em diferentes tipos, dependendo do agente causador e do ambiente em que ocorre:

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  1. Erosão Pluvial: Causada pela ação da chuva, é comum em regiões tropicais onde a precipitação é intensa. Pode levar à formação de ravinas e voçorocas.
  2. Erosão Fluvial: Ocorre em áreas próximas a rios, onde o fluxo da água desgasta as margens e transporta sedimentos.
  3. Erosão Eólica: Resultante da ação do vento, é predominante em áreas áridas e semiáridas, onde a vegetação é escassa.
  4. Erosão Glacial: Causada pelo movimento das geleiras, que desgastam as rochas e transportam sedimentos.
  5. Erosão Antrópica: Provocada pela ação humana, como desmatamento e práticas agrícolas inadequadas.

As fases do processo erosivo incluem:

  • Desagregação: A desintegração do solo ou rocha, facilitada pela ação da água e vento.
  • Transporte: O movimento dos sedimentos para áreas mais baixas, realizado pela água da chuva, correntes e vento.
  • Deposição: O acúmulo dos sedimentos em novas localizações, que pode alterar a topografia e a qualidade do solo.

Consequências dos processos erosivos

Os arrastamentos de terra podem cobrir terrenos férteis com materiais áridos e transportar sedimentos até as águas. Assim, além de terras menos produtivas, a erosão provoca a morte da fauna e flora do fundo dos rios e lagos por soterramento e turbidez nas águas — o que dificulta a ação da luz solar na fotossíntese de algas, essencial para a purificação e oxigenação dos cursos hídricos.

A erosão também pode trazer defensivos agrícolas e adubos até os corpos de água. Como consequência, isso pode provocar o desequilíbrio na fauna e flora desses ecossistemas.

O processo provoca ainda o assoreamento dos rios e lagos. Assim, no período de chuvas, esses corpos-d’água extravasam, causando as enchentes. O movimento da terra causa também instabilidade nas partes mais elevadas dos terrenos, que podem levar a deslizamentos.

Como evitar?

A erosão do solo é uma grande ameaça ambiental à sustentabilidade e à produtividade, com efeitos colaterais na crise climática e na segurança alimentar. Embora tenhamos pouco controle sobre as condições climáticas que favorecem os processos erosivos, é possível tomar medidas para minimizar o problema e reduzir seu impacto negativo na produtividade agrícola. Aqui estão algumas práticas recomendadas:

  1. Conheça a capacidade do solo: É fundamental entender a predisposição do solo à erosão, considerando fatores como tipo de solo, declive e uso da terra. Manuais de campo e mapas de solos podem ajudar a determinar as melhores práticas de manejo.
  2. Invista em cobertura de superfície: A cobertura do solo com vegetação reduz o impacto das gotas de chuva e do vento, além de diminuir a velocidade da água que flui sobre a terra. A cobertura deve ser superior a 30% para ser eficaz.
  3. Realize o cultivo em faixas: Em áreas inclinadas, o plantio em faixas longas e alternadas pode ser eficaz no controle da erosão. As faixas devem seguir o sentido das curvas de nível para controle da erosão hídrica e serem perpendiculares à direção dos ventos predominantes para controle da erosão eólica.
  4. Aposte no Sistema de Plantio Direto: O Sistema de Plantio Direto (SPD) pode reduzir a incidência de erosão em até 95% quando aplicado corretamente. Ele ajuda a preservar a palhada, evitando a destruição dos agregados do solo e a perda de terra por arrastamento.
  5. Utilize fertilizantes organominerais: Esses fertilizantes melhoram as propriedades do solo e ajudam a reduzir a densidade aparente, o que é especialmente útil em solos arenosos. A matéria orgânica também promove a agregação das partículas do solo, melhorando a absorção e retenção de água.
  6. Crie terraços: O uso de técnicas de terraplanagem para criar terraços em encostas é uma forma eficaz de evitar a erosão. Os terraços ajudam a reter a água e a reduzir o escoamento superficial.
  7. Preserve matas ciliares e de galeria: A conservação e recuperação dessas áreas vegetais ajudam a conter a erosão, pois as raízes das plantas estabilizam o solo e a vegetação reduz a velocidade da água.
  8. Evite o desmatamento: A remoção da vegetação nativa pode aumentar significativamente a erosão. Sempre que possível, mantenha a vegetação original e replantar imediatamente após a remoção.
  9. Construa barreiras de proteção: Em áreas com ventos fortes, construir barreiras como cercas ou muros pode ajudar a reduzir a velocidade do vento e a erosão resultante.
  10. Mantenha um sistema de drenagem adequado: A falta de drenagem pode acentuar a erosão. Certifique-se de que sua propriedade tenha sistemas de drenagem que direcionem a água da chuva e da irrigação para reservatórios, evitando o acúmulo de água que pode levar à erosão.

Essas práticas, quando aplicadas de forma integrada, podem ajudar a proteger o solo contra a erosão e garantir a sustentabilidade das atividades agrícolas.

Fonte: Rural Pecuária, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

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