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Irrigação: melhores práticas na gestão do uso de água no agronegócio
Mudanças na gestão do uso de água para irrigação na agricultura são fundamentais para viabilizar a produção a longo prazo
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22/07/2020 - 13:24
De acordo com o Boletim de Inteligência divulgado em 2018 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de toda a água utilizada na agricultura no Brasil, cerca de 72% são destinados a sistemas de irrigação. Considerando que o agronegócio tem grande influência e participação no PIB nacional, promover a sustentabilidade das cadeias produtivas é fundamental para que os recursos hídricos possam ser aproveitados em longo prazo.
Diante do crescimento exponencial da população mundial e da atuação efetiva do Brasil na alimentação do mundo, a necessidade de produzir mais em um mesmo espaço é a chave para que seja possível atender à demanda global nos próximos anos. No entanto, sem uma boa gestão de recursos, a alta no consumo de água pode prejudicar o setor e gerar grandes impactos ao meio ambiente.
Por isso, além de reforçar a pauta e a conscientização do agronegócio em relação à preservação da água e das fontes naturais, é importante estudar, estabelecer e praticar medidas que melhorem a relação de consumo dos agricultores, principalmente daqueles que precisam utilizar sistemas de irrigação para manter a produtividade das lavouras.
Planejamento e gestão
O planejamento da gestão dos recursos hídricos da propriedade é o primeiro passo para conseguir otimizar o consumo de água e corrigir processos que possam estar gerando desperdício. Para isso, é importante que o produtor faça um levantamento sobre a relação de chuvas e a disponibilidade de água de sua fazenda.
Com os dados em mãos, será possível traçar um plano estratégico para a redução da necessidade de irrigar a propriedade, com a adoção de técnicas inovadoras como a agricultura de precisão (AP). Além disso, esse planejamento será útil para elaborar novos métodos de captação de água da chuva, como calhas, cisternas, filtros e reservatórios, estratégias que podem fazer muita diferença e reduzir custos, principalmente na agricultura familiar.
Manejo e conservação do solo
Outro fundamento de grande importância no melhor aproveitamento da água na agricultura é o manejo correto do solo, promovendo a sua conservação. Ao seguir as técnicas indicadas para cada tipo de solo, o produtor consegue melhorar a disponibilidade de água para as plantas, o armazenamento da água pelo solo e a qualidade das bacias hidrográficas.
Um solo bem manejado preserva suas características e recebe melhor a irrigação, perdurando seus efeitos benéficos por mais tempo e reduzindo a demanda por novas aplicações em curto e médio prazos. Realizar a integração da lavoura com árvores, forrações e arbustos também é uma excelente estratégia para preservar a umidade do solo.
Além disso, métodos relacionados às boas práticas de cultivo, como a rotação de cultura, favorecem as propriedades do solo e reduzem a necessidade de irrigar artificialmente.
Escolha certa do tipo de irrigação
O sistema adotado na lavoura também exerce grande influência no consumo de água da produção. A técnica de gotejamento, por exemplo, pode reduzir em até 80% o uso da água, mantendo o bom desempenho e o aumento da produtividade pela eficiência do método.
A irrigação por gotejamento é feita com mangueiras que são posicionadas estrategicamente na base das plantas, fazendo com que a água seja depositada diretamente na raiz, evitando as perdas por evaporação e deriva. Outros mecanismos, como irrigação por aspersão e microaspersão, também ajudam a reduzir as perdas e os desperdícios desse manejo, pois são considerados recursos localizados e controlados, mas com uma maior vazão na saída de água.
Esses sistemas otimizam o processo e colaboram para a redução no consumo de água na lavoura. Em grandes propriedades, as técnicas da agricultura de precisão são as melhores alternativas para que os produtores economizem recursos naturais e financeiros.
Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA) e Sebrae.
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