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Pecuária

Anemia infecciosa equina: entenda o que é, impacto e sintomas

A Anemia Infecciosa Equina (AIE), doença viral incurável, é um desafio crítico à criação de cavalos, burros e mulas no Brasil

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Redação Agro Estadão*

30/10/2025 - 05:00

Foto: Adobe Stock
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A Anemia Infecciosa Equina (AIE) é uma das doenças mais preocupantes para a saúde de cavalos, burros e mulas no Brasil. Esta enfermidade viral crônica e incurável representa um desafio significativo para a sustentabilidade da criação equina em nosso país. 

Compreender suas características, formas de transmissão e impactos é fundamental para os produtores rurais que buscam manter a sanidade de seus rebanhos.

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Anemia infecciosa equina: entendendo a doença

A AIE é causada por um retrovírus que afeta exclusivamente equídeos. Sua gravidade varia desde casos assintomáticos até quadros agudos e fatais, impactando diretamente a sanidade e o valor zootécnico do rebanho.

No cenário da pecuária equina nacional, a AIE representa uma ameaça constante, exigindo vigilância e medidas preventivas rigorosas.

A transmissão do vírus ocorre principalmente por meio de insetos hematófagos, como as mutucas (Tabanidae) e as moscas dos estábulos (Stomoxys calcitrans). 

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Estes insetos atuam como vetores mecânicos, transportando o vírus de um animal infectado para um sadio através de suas picadas. 

Adicionalmente, a transmissão iatrogênica pode ocorrer pelo uso de agulhas, seringas, esporas e outros materiais contaminados e não devidamente esterilizados entre os animais. Embora menos frequente, a transmissão vertical, da mãe para o potro, também é possível.

O impacto dos insetos na disseminação da anemia infecciosa equina

Anemia infecciosa equina
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A proximidade entre animais e a densidade populacional de insetos vetores são fatores críticos na disseminação da AIE. 

As mutucas e moscas dos estábulos podem transportar sangue contaminado por curtas distâncias e por um período limitado, tornando a proximidade entre animais doentes e sadios um elemento crucial no controle da doença.

Os prejuízos financeiros associados à AIE incluem a perda de animais de alto valor genético ou de trabalho, custos com diagnóstico e manejo da propriedade infectada, restrições à movimentação dos animais e impacto negativo na reputação do criatório. 

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A prevenção e o controle rigoroso da AIE são, portanto, investimentos essenciais para proteger a saúde financeira e a sustentabilidade da atividade equina.

Sinais clínicos da anemia infecciosa equina

Os sintomas da AIE podem variar em severidade e velocidade de progressão. Nos casos mais graves, os animais podem apresentar:

  • Febre alta e persistente ou intermitente;
  • Falta de apetite (anorexia);
  • Letargia e depressão;
  • Inchaço nas patas e na parte inferior do abdome (edema ventral);
  • Mucosas pálidas ou amareladas (icterícia);
  • Hemorragias pontuais na mucosa (petéquias).

Nestes casos agudos, o animal pode sofrer rápida perda de peso e até mesmo vir a óbito em poucos dias.

Na forma crônica, a AIE se manifesta de maneira mais branda e recorrente. Os sinais incluem episódios de febre leve, emagrecimento progressivo apesar do bom apetite, fraqueza, pelagem áspera e redução do desempenho físico. 

É importante ressaltar a existência de portadores assintomáticos, que não apresentam sinais clínicos visíveis, mas estão permanentemente infectados. Estes animais representam o maior desafio no controle da doença, pois disseminam o vírus silenciosamente.

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Diagnóstico da anemia infecciosa equina

Anemia infecciosa equina
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Teste de Coggins (IDGA)

O Teste de Imunodifusão em Gel de Ágar (IDGA), conhecido como Teste de Coggins, é o exame sorológico oficial e mundialmente reconhecido para o diagnóstico da AIE. Este teste detecta anticorpos específicos contra o vírus da AIE no soro do animal. 

A coleta de sangue deve ser realizada por um médico veterinário e as amostras enviadas a laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), garantindo a validade legal do resultado.

Teste de ELISA

O teste de ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) é uma alternativa moderna e igualmente aprovada pelos órgãos oficiais para o diagnóstico da AIE. 

Este método oferece maior agilidade nos resultados e, em alguns casos, maior sensibilidade, permitindo a detecção de animais infectados em estágios mais precoces da infecção. Assim como o Coggins, o ELISA deve ser realizado por laboratórios credenciados.

Em caso de diagnóstico positivo, o animal reagente deve ser imediatamente isolado do restante do rebanho. Conforme a legislação sanitária brasileira, o animal deve ser eutanasiado ou sacrificado sanitariamente para evitar a disseminação da doença. 

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É obrigatória a notificação aos órgãos de defesa sanitária animal (MAPA e suas representações estaduais) para que as medidas de controle sejam implementadas de forma oficial e abrangente na região.

A legislação e a anemia infecciosa equina no contexto brasileiro

A AIE é uma doença de notificação compulsória, e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o órgão responsável por estabelecer as normas e diretrizes para seu controle e erradicação. 

A legislação exige o exame de AIE com resultado negativo para o trânsito de equídeos em todo o território nacional, bem como para a participação em eventos como feiras, exposições, leilões e rodeios.

O não cumprimento da legislação vigente pode resultar em sérias implicações legais e penalidades para o produtor, incluindo o risco de interdição da propriedade. Portanto, é fundamental que os criadores estejam cientes e sigam rigorosamente as normas estabelecidas.

Por fim, o conhecimento sobre a doença, seus sintomas, formas de transmissão e medidas de controle é essencial para os produtores rurais. 

A vigilância constante, o diagnóstico precoce e o cumprimento das normas sanitárias são fundamentais para proteger os rebanhos e garantir a sustentabilidade da atividade equina

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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