Pecuária

18ª ExpoGenética discute como aumentar o lucro dos criadores

Leilão de abertura faturou R$ 3,6 milhões na venda de 36 lotes de exemplares nelore; a exposição vai até 24 de agosto, em Uberaba (MG)

Redação Agro Estadão

15/08/2025 - 18:01

Mais de mil animais das raças zebuínas ocuparão os 39 pavilhões da feira - Foto: Adobe Stock

Teve início nesta sexta-feira, 15, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), a 18ª edição da ExpoGenética, considerada a maior mostra de animais zebuínos avaliados do país. Com o tema “Transformando Genética em Lucro”, o evento, promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), reúne criadores, pesquisadores e especialistas em torno do melhoramento genético das raças zebuínas.

Neste ano, mais de mil animais das raças zebuínas ocuparão os 39 pavilhões da feira, representando o trabalho de seleção de cerca de 60 expositores. Além disso, estão previstos, até o dia 24 de agosto, mais de 30 painéis e palestras sobre genética, mercado, economia e sustentabilidade, além de 26 leilões e nove shoppings de animais com oferta diária.

Entre os destaques do evento, está a apresentação dos animais mais bem avaliados no Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens 2025 (PNAT). Desde sua criação, o PNAT já avaliou 245 jovens reprodutores zebuínos e distribuiu mais de 175 mil doses de sêmen, impulsionando o melhoramento genético do rebanho nacional. Confira aqui a programação completa.

Leilão de abertura fatura R$ 3,6 milhões

A abertura oficial foi realizada na noite de quinta-feira, 14, e marcou o início do calendário de leilões com o Referência Genética RG. O remate movimentou R$ 3,6 milhões com a venda de 36 animais Nelore de alto padrão genético. A média por exemplar foi de R$ 101 mil, com destaque para a fêmea 6930 FIV RG, que teve 50% de sua propriedade arrematada por R$ 480 mil.

Durante a cerimônia de abertura, o presidente da entidade, Gabriel Garcia Cid, destacou o desempenho das exportações de carne bovina e o papel da genética no aumento da produtividade. “Em julho, tivemos novo recorde de exportação de carne, com mais de 310 mil toneladas e receita de R$ 9 bilhões. Nada, nem ninguém, consegue segurar a nossa extraordinária capacidade de produzir alimentos, porque é nossa vocação natural”, afirmou.

Cid também chamou atenção para a conquista recente do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), que recebeu o certificado internacional ISO 9001. “É o único programa de melhoramento genético de bovinos do Brasil com esse importante selo”, disse.

Segundo o dirigente, o avanço genético tem reflexo direto na qualidade da carne. “Aumentamos o peso médio de carcaça, com redução da idade de abate”. Ele acrescentou que, nos últimos anos, o volume de carne de qualidade produzida cresceu 137%, com menor uso de pastagens. “Os números demostram que o produtor está fazendo a lição e produzindo com mais sustentabilidade.”