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Aumento da safra de grãos em SP deverá ser quase três vezes maior que média nacional

Marcio Vassoler, diretor-secretário e coordenador da Comissão de Grãos da Faesp, credita bons resultados a chuvas mais regulares, apesar de ver o clima como “grande gargalo”

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Igor Savenhago | Ribeirão Preto (SP)

23/02/2025 - 09:00

Marcio destaca trabalho feito pela Faesp para contestar retirada de benefícios fiscais do agro – Foto: Acervo pessoal
Marcio destaca trabalho feito pela Faesp para contestar retirada de benefícios fiscais do agro – Foto: Acervo pessoal

A Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) estima que os produtores paulistas vão colher 10,66 milhões de toneladas de grãos até o fim da safra 2024/25. Segundo Marcio Vassoler, diretor-secretário e coordenador da Comissão de Grãos da federação, as chuvas vieram com mais frequência em relação à temporada anterior. Com isso, o aumento da produção esperado é de 19,5%, conforme levantamento divulgado no final de janeiro. quase três vezes maior que a média nacional, que, no mesmo período, foi projetada para 8,2% pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),

Apesar disso, Vassoler considera as questões climáticas um “grande gargalo” para os agricultores, por causa da ocorrência frequente de veranicos e geadas. Criador de gado leiteiro e também presidente do Sindicato Rural de Tupã (SP), ele aponta ainda, entre os principais desafios, os custos de produção, que reduzem as margens de lucro e comprometem a rentabilidade nas propriedades. 

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Diante disso, Vassoler explica que o trabalho da Faesp se concentra em aproximar os produtores de tecnologias e pesquisa que permitam agregar valor, ouvir suas demandas e defendê-los em situações como a que ocorreu no final do ano passado, quando o Governo Estadual anunciou a retirada de benefícios fiscais para setores do agro.  

Confira os principais trechos da entrevista concedida ao Agro Estadão. 

Em linhas gerais, como você avalia o desenvolvimento do agro no Estado de São Paulo?

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O setor produtivo vem se desenvolvendo bastante. Os produtores têm buscado novas tecnologias e pesquisa para o aumento da produtividade. Temos, como um dos desafios, que trabalhar a partir dos custos de produção, porque existe uma margem bem apertada para os preços de venda. Mesmo assim, eles fazem um grande trabalho, na conservação dos solos, na preservação do meio ambiente. Os produtores rurais são os que mais preservam o meio ambiente. A grande maioria deles planta em terraços com curvas de nível muito bem-feitas, preserva as APPs [Áreas de Proteção Permanente]… Estão, portanto, sempre pensando nas questões ambientais. Quanto à adesão a novas tecnologias, existe um pouco de dificuldade, já que o produtor está um pouco descapitalizado. As tecnologias são muito importantes, mas os custos são relativamente altos. Os produtores, no entanto, vêm batalhando pelo acesso, porque as próprias tecnologias podem contribuir, depois de implantadas, para reduzir os custos de produção. 

Especialmente em relação aos grãos, quais as principais perspectivas para a atual safra? 

As expectativas são de aumento. A previsão é colher 4,7 milhões de toneladas de soja, 4 milhões de toneladas de milho e 841 mil toneladas de amendoim. Para o feijão, a previsão é em torno de 180 mil toneladas. Esse foi um levantamento feito em janeiro e, logicamente, tivemos algumas regiões que sofreram um pouco com temperaturas muito altas e com um pouco de falta de chuvas. Já em outras regiões, as chuvas estão bem regulares. Então, de um modo geral, as expectativas são muito boas. Bem melhores que a safra anterior, quando o estado colheu 3,7 milhões de toneladas de soja, 3,6 milhões de toneladas de milho, 592 mil toneladas de amendoim e 173 mil toneladas de feijão.

Além dos custos, que outros gargalos os produtores de grãos têm enfrentado?

Temos um grande gargalo que é o clima. Corremos muitos riscos em função dos veranicos e das geadas. E, no ano passado, houve também as queimadas. Mas, para este ano, tivemos uma melhora significativa, com chuvas mais regulares na comparação com o ano anterior. A estrutura para o escoamento da nossa safra não é tão satisfatória, porque a maior parte do transporte é rodoviária, o que provoca um aumento do custo de produção por causa do preço do combustível e da quantidade de toneladas a serem transportadas. Se tivéssemos, em todas as regiões, um transporte por vias férreas facilitaria muito a logística do transporte. 

E como a Faesp tem atuado para mitigar esses gargalos? 

A Faesp está sempre em defesa dos produtores rurais. E sempre orientando. Exemplo disso foi o trabalho que a federação fez recentemente, no final de 2024, diante da proposta do Governo Estadual de retirar incentivos fiscais do agro. Fizemos uma grande reunião, com mais de 40 entidades relacionadas ao setor, e direcionamos para os problemas que a falta de incentivos provocaria. Os custos de produção seriam ainda mais altos em todos os setores do agro. A gente vem trabalhando também, juntamente com o Senar-SP [Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no estado], para levar informação e tecnologias aos produtores, por meio de cursos e assistência técnica. O meu trabalho na Comissão de Grãos da Faesp, por exemplo, é estar junto com o departamento econômico, atuando em todas as outras comissões, em todos os segmentos do setor agropecuário do nosso estado. Fazemos reuniões mensais, discutimos as dificuldades que os produtores enfrentam, as demandas de cada setor e estudamos como a federação vai atuar para tentar resolver.  

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