Economia
Zebu: um mini guia sobre esse bovino
Com rusticidade e boa conversão alimentar, o Zebu é adaptado ao clima tropical, oferecendo vantagens significativas na pecuária

Redação Agro Estadão*
26/12/2024 - 08:15

O Zebu é um dos pilares fundamentais da pecuária brasileira, desempenhando um papel crucial na produção de carne e leite no país.
Bovino conhecido por ter resistência e adaptabilidade, o zebu tem sido essencial para o desenvolvimento e sucesso do setor agropecuário nacional.
De acordo com dados da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), as raças zebuínas representam mais de 80% do efetivo bovino nacional, demonstrando importância incontestável para a economia do país.
O que é Zebu?
O Zebu, cientificamente conhecido como Bos indicus, é um grupo de raças bovinas originárias do subcontinente indiano. Esses animais destacam-se por características físicas marcantes, sendo a mais notável o cupim, uma protuberância muscular localizada sobre as espáduas.
Além disso, o Zebu possui uma pelagem curta e lisa, orelhas grandes e pendentes, e uma barbela desenvolvida – características que contribuem para excepcional adaptação ao clima tropical.
Vantagens da criação de Zebu

A criação de Zebu oferece uma série de vantagens que explicam sua predominância na pecuária brasileira. Entre os principais benefícios, destacam-se:
Resistência a doenças e parasitas: O Zebu possui uma notável capacidade de resistir a enfermidades e parasitas comuns em climas tropicais, reduzindo custos com tratamentos e perdas na produção.
Adaptação ao clima quente: A origem indiana confere ao Zebu uma excelente tolerância ao calor e à umidade, permitindo que mantenha bons níveis de produção mesmo em condições climáticas desafiadoras.
Rusticidade: Os zebuínos são conhecidos por sua capacidade de se adaptar a diferentes ambientes e sistemas de produção, desde pastagens extensivas até sistemas mais intensivos.
Boa conversão alimentar: Essas raças são eficientes na transformação de forragens de menor qualidade em carne e leite, o que é particularmente vantajoso em regiões com pastagens menos nutritivas.
Zebu na produção de carne
Na produção de carne, o Zebu é destaque pelo seu excelente rendimento de carcaça e pela qualidade da carne produzida.
Raças como o Nelore, predominante no rebanho brasileiro, são conhecidas por sua precocidade, atingindo o peso de abate em menos tempo quando comparadas a outras raças não adaptadas ao clima tropical.
A carne zebuína é apreciada por sua maciez e sabor característico, sendo um produto valorizado tanto no mercado interno quanto no externo.
O melhoramento genético contínuo tem contribuído para aumentar ainda mais a produtividade e a qualidade da carne produzida por essas raças.
Zebu na produção de leite
Embora seja mais conhecido pela produção de carne, o Zebu também desempenha um papel importante na produção leiteira brasileira.
Raças como o Gir Leiteiro e o Guzerá têm sido amplamente utilizadas em programas de melhoramento genético para aumentar a produção de leite sem perder as características de adaptabilidade ao clima tropical.
O Gir Leiteiro, em particular, tem se destacado pela sua capacidade de produzir leite com alto teor de sólidos, característica valorizada pela indústria de laticínios.
Além disso, a rusticidade dessas raças permite a produção de leite em regiões onde raças europeias teriam dificuldades de adaptação.
Principais raças de zebu no Brasil
O Brasil possui um rico patrimônio genético de raças zebuínas, cada uma com características próprias e aptidões específicas. As principais raças criadas no país são:
Nelore

O Nelore é, sem dúvida, a raça zebuína mais numerosa e importante para a pecuária de corte brasileira. Conhecida por sua excelente adaptação ao clima tropical, alta fertilidade e eficiência na produção de carne, o Nelore representa cerca de 80% do rebanho bovino nacional.
Características do Nelore:
- Pelagem branca ou cinza clara;
- Alta resistência a parasitas;
- Excelente rendimento de carcaça;
- Boa habilidade materna.
Dicas de manejo para o Nelore incluem a utilização de pastagens bem manejadas, suplementação mineral adequada e implementação de programas de melhoramento genético para aumentar a precocidade e o ganho de peso.
Gir

O Gir é uma raça de dupla aptidão, mas tem se destacado principalmente na produção de leite.
O Gir Leiteiro, uma linhagem selecionada para maior produção leiteira, tem ganhado espaço nas fazendas brasileiras devido à capacidade de produzir leite com alto teor de sólidos em condições tropicais.
Características do Gir:
- Pelagem variada, com predominância de vermelho e branco;
- Chifres longos e curvados para baixo;
- Excelente produção de leite com alto teor de gordura e proteína;
- Boa resistência ao calor e a ectoparasitas.
O manejo do Gir Leiteiro requer atenção especial à nutrição, com dietas balanceadas para atender às exigências da alta produção de leite, além de práticas de ordenha higiênicas para garantir a qualidade do leite produzido.
Guzerá

O Guzerá é uma raça versátil, utilizada tanto para produção de carne quanto de leite. Sua rusticidade e adaptabilidade a diferentes ambientes fazem do Guzerá uma opção atrativa para sistemas de produção em regiões mais desafiadoras.
Características do Guzerá:
- Pelagem cinza, variando de clara a escura;
- Porte grande e robusto;
- Excelente habilidade materna;
- Boa produção de leite e carne.
O manejo do Guzerá deve levar em conta sua dupla aptidão, com programas de seleção que equilibrem as características de produção de carne e leite, dependendo do objetivo do criador.
Manejo e criação de zebu
O sucesso na criação de Zebu depende de um manejo adequado, que leve em consideração as características específicas dessas raças e as condições ambientais em que são criadas.
Nutrição do zebu
A nutrição é um aspecto fundamental no manejo do Zebu. Embora sejam animais rústicos e adaptados a condições menos favoráveis, uma alimentação adequada é essencial para maximizar seu potencial produtivo.
As necessidades nutricionais variam de acordo com a fase de produção (cria, recria ou engorda) e o sistema de produção adotado (extensivo, semi-intensivo ou intensivo).
Em sistemas de pastagem, que são predominantes na criação de Zebu no Brasil, é importante garantir uma oferta adequada de forragem de qualidade.
O manejo rotacionado de pastagens e a suplementação estratégica durante períodos de escassez são práticas recomendadas para manter bons níveis de produção ao longo do ano.
A suplementação mineral é crucial para suprir deficiências comuns em pastagens tropicais, garantindo melhor desempenho reprodutivo e produtivo dos animais.
Sanidade do zebu
Apesar da reconhecida resistência do Zebu a doenças e parasitas, um programa sanitário bem estruturado é fundamental para manter a saúde do rebanho e prevenir perdas econômicas. As principais doenças que afetam o Zebu incluem:
- Febre aftosa;
- Brucelose;
- Tuberculose;
- Raiva;
- Clostridioses.
A prevenção dessas doenças envolve a vacinação regular do rebanho, seguindo o calendário sanitário recomendado pelos órgãos de defesa sanitária animal.
Além disso, o controle de ectoparasitas, como carrapatos e moscas-dos-chifres, deve ser realizado de forma estratégica, levando em consideração a epidemiologia desses parasitas e a resistência natural do Zebu.
Reprodução do zebu
A eficiência reprodutiva é um dos pilares da produtividade na pecuária. O Zebu é conhecido por sua alta fertilidade e longevidade reprodutiva, características que podem ser potencializadas com o uso de tecnologias reprodutivas avançadas.
A inseminação artificial (IA) é amplamente utilizada em rebanhos zebuínos, permitindo o uso de touros geneticamente superiores e acelerando o melhoramento genético do rebanho.
A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) tem ganhado espaço por permitir a sincronização do cio em larga escala, facilitando o manejo reprodutivo em grandes rebanhos.
A transferência de embriões (TE) e a fertilização in vitro (FIV) são técnicas que permitem multiplicar rapidamente o material genético de animais de alto valor, contribuindo para o progresso genético das raças zebuínas.
Mercado do zebu
O mercado do Zebu no Brasil é robusto e diversificado, refletindo a importância dessas raças para a pecuária nacional. Os preços dos animais variam de acordo com a raça, a finalidade (reprodução ou abate) e a qualidade genética.
No mercado de carne, o Zebu, principalmente o Nelore, domina o cenário da produção nacional. O Brasil, sendo o maior exportador mundial de carne bovina, tem no Zebu a base de sua produção, o que demonstra a aceitação e valorização desses animais no mercado internacional.
No setor leiteiro, raças como o Gir Leiteiro têm ganhado espaço, com animais de alto valor genético sendo comercializados para melhoramento de rebanhos em diversas regiões do país e até mesmo no exterior.
Uma tendência crescente no mercado do Zebu é a busca por animais com características específicas, como eficiência alimentar, precocidade sexual e qualidade de carcaça. Isso tem impulsionado programas de melhoramento genético e valorizado animais com genética comprovada.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
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