Vaca tem chifre? Entenda porque alguns animais têm e outros não | Agro Estadão
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Vaca tem chifre? Entenda porque alguns animais têm e outros não

A genética é um fator importante, mas existe também a descorna. Raças sem chifres trazem maior segurança e eficiência

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Redação Agro Estadão*

12/12/2024 - 08:30

Foto: Adobe Stock
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A questão “vaca tem chifre?” desperta curiosidade não apenas em leigos, mas também entre produtores rurais, especialmente devido às implicações práticas no manejo e na criação de bovinos.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2023, o Brasil registrou uma produção recorde de 8,91 milhões de toneladas de carne bovina. Com isso, compreender as particularidades dos animais com e sem chifres torna-se fundamental para o manejo adequado do rebanho.

Vaca tem chifre: sim ou não?

A resposta é: depende. A presença ou ausência de chifres em vacas é determinada por um sistema genético que segue os princípios da hereditariedade mendeliana. 

O caráter mocho (ausência de chifres) é controlado por um gene recessivo, o que significa que para um animal nascer sem chifres, ele precisa herdar duas cópias desse gene, uma de cada progenitor.

Na linguagem genética, podemos encontrar três combinações possíveis:

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  • BB: Animal com chifres (gene dominante em dose dupla)
  • Bb: Animal com chifres (gene dominante em dose única)
  • bb: Animal mocho (gene recessivo em dose dupla)

Esta compreensão genética tem revolucionado os programas de melhoramento bovino, permitindo que criadores selecionem especificamente animais com as características desejadas para seu sistema de produção.

Raças com chifres e raças mochas

No Brasil, encontramos uma diversidade significativa de raças bovinas. Entre as raças tradicionalmente com chifres, destacam-se:

  • Gir
  • Guzerá
  • Holandês tradicional
  • Pardo-Suíço

Já entre as raças naturalmente mochas ou que desenvolveram linhagens mochas, temos:

  • Nelore Mocho
  • Angus Mocho
  • Polled Hereford
  • Senepol

A função dos chifres nas vacas

Foto: Adobe Stock

Os chifres desempenham um papel fundamental na dinâmica social dos rebanhos bovinos. Em ambientes naturais, servem como mecanismo de defesa contra predadores e são utilizados para estabelecer e manter a hierarquia social dentro do grupo. 

As vacas utilizam os chifres em demonstrações de dominância, que são essenciais para organizar o acesso a recursos como água, alimento e áreas de descanso.

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O manejo de animais com chifres requer cuidados específicos e instalações adaptadas. Currais, bretes e demais estruturas precisam ser mais espaçosos e reforçados para acomodar com segurança os animais com chifres. 

Vantagens das vacas sem chifres

A criação de bovinos mochos tem se tornado cada vez mais comum, principalmente pelos benefícios econômicos e práticos que oferece. 

A ausência natural de chifres elimina custos com procedimentos de descorna e seus tratamentos, além de reduzir significativamente o risco de acidentes durante o manejo, tanto para os tratadores quanto para os outros animais do rebanho. 

Além disso, as instalações podem ser mais compactas, otimizando o espaço nas propriedades e durante o transporte.

Os animais mochos têm menos ocorrências de lesões e hematomas, o que contribui para uma melhor qualidade da carcaça.

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Essa combinação de benefícios tem levado muitos produtores a optarem pela seleção genética de animais mochos, seja através de raças naturalmente sem chifres ou da utilização de reprodutores mochos em seus programas de melhoramento.

É importante fazer descorna?

Foto: Adobe Stock

A descorna é um procedimento que remove ou impede o desenvolvimento dos chifres em bovinos. Adotada em propriedades rurais, essa prática busca melhorar a segurança e otimizar o manejo do rebanho. 

O procedimento é especialmente relevante em sistemas intensivos, onde o espaço é limitado e o contato entre os animais é constante.

Existem diferentes técnicas de descorna, e a escolha depende da idade do animal, das condições da propriedade e da experiência do tratador. Os principais métodos incluem:

  • Descorna Química: Realizada em bezerros jovens, consiste na aplicação de uma pasta cáustica diretamente no botão cornual. O produto destrói o tecido responsável pelo crescimento do chifre. É uma técnica simples e menos invasiva, mas requer cuidado para evitar contato com outras áreas.
  • Descorna Térmica: Usada em bezerros jovens, utiliza-se um ferro quente para cauterizar o botão cornual. Este método é rápido e eficiente, mas exige habilidade do operador para evitar ferimentos desnecessários.
  • Descorna Cirúrgica: Indicada para animais adultos, remove os chifres já desenvolvidos através de um procedimento cirúrgico realizado por veterinários. É o método mais invasivo e requer cuidados rigorosos no pós-operatório para evitar complicações.

O período pós-descorna é uma fase crítica que exige atenção especial para garantir a recuperação adequada do animal. O protocolo de cuidados inclui a administração de analgésicos para controle da dor e o uso de antibióticos como medida preventiva contra infecções, que podem comprometer a saúde do animal. 

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Para acelerar o processo de cicatrização, são aplicados medicamentos tópicos específicos na região descornada, que deve ser monitorada diariamente para identificar qualquer sinal de complicação.

Em alguns casos, pode ser necessário separar temporariamente o animal do rebanho, especialmente nos primeiros dias após o procedimento.

O conhecimento sobre a presença ou ausência de chifres em bovinos e suas implicações permite ao produtor rural tomar decisões mais assertivas em seu sistema produtivo, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da pecuária brasileira.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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