Economia
Soja e milho sobem mais de 1% após relatório do USDA
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos elevou estimativa para a safra norte-americana de soja, apesar de redução na produtividade

Redação Agro Estadão
12/09/2025 - 16:59

O relatório de oferta e demanda mundial de grãos divulgado nesta sexta-feira, 12, pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mexeu com o preço das commodities. Como efeito, os contratos futuros da soja e do milho encerraram o pregão com altas de mais de 1%. O trigo também registrou valorização, no entanto, mais modesta (+0,05%).
Na atualização do boletim, o USDA elevou a previsão para a safra global de soja na temporada 2025/26. A nova estimativa é de 425,87 milhões de toneladas – alta de 0,1% em relação ao relatório de agosto. Para as exportações mundiais, a expectativa também foi revisada para cima, em 0,2%, chegando a 187,78 milhões de toneladas.
Pelo segundo mês consecutivo, o maior destaque, conforme a Biond Agro, ficou com os números da produção norte-americana. O departamento de agricultura dos EUA aumentou em 0,2% as estimativas para a colheita nos Estados Unidos, prevista agora em 117,05 milhões de toneladas.
O resultado surpreendeu o mercado, que apostava em 116,24 milhões, diante das adversidades climáticas registradas em algumas regiões. Segundo o órgão, a revisão se deve ao aumento da área colhida no país para o ciclo 2025/26. Apesar disso, o USDA diminuiu a produtividade das lavouras norte-americanas para 59,9 sacas por hectare.
No Brasil, maior exportador mundial de soja, o USDA manteve a projeção de safra recorde em 175 milhões de toneladas. Em relação às exportações, o órgão norte-americano projeta embarques brasileiros em 112 milhões de toneladas.
Já na Argentina, a colheita foi mantida em 48,5 milhões de toneladas. No entanto, a estimativa de exportações cresceu 3,4%, alcançando 6 milhões de toneladas. Para a China, principal importador global do grão, a expectativa de compras permaneceu estável, em 112 milhões de toneladas.
Milho
O USDA também revisou os números da oferta e demanda de milho para a temporada 2025/26. A nova estimativa para a produção global ficou em 1,2 bilhão de toneladas, com uma leve redução em relação à projeção de agosto. Já os estoques finais mundiais foram ajustados para baixo, passando de 282,54 milhões de toneladas para 281,4 milhões de toneladas.
Nos EUA, maior produtor mundial do cereal, a projeção de safra foi elevada de 425,26 milhões de toneladas para 427,11 milhões de toneladas, mesmo com a redução da produtividade, agora estimada em 195,3 sacas por hectare (ante 197,5 sacas/ha em agosto). O ajuste positivo se deve ao aumento da área colhida, que passou de 35,9 milhões para 36,42 milhões de hectares. Os estoques finais, no entanto, foram levemente reduzidos para 53,58 milhões de toneladas.
No Brasil, o USDA manteve as estimativas anteriores, com a produção em 131 milhões de toneladas, exportações em 43 milhões de toneladas e estoques finais em 3,59 milhões de toneladas.
Na Argentina, também não houve alterações: a safra segue estimada em 53 milhões de toneladas, exportações em 37 milhões de toneladas e estoques finais em 3,19 milhões de toneladas.
Para a Ucrânia, importante exportador do leste europeu, o USDA manteve a produção estimada em 32 milhões de toneladas. Mas houve leve ajuste positivo nos estoques finais, que passaram de 950 mil toneladas para 1,15 milhão de toneladas. As exportações seguem previstas em 25,5 milhões de toneladas.

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