Economia
Safra 24/25 tem produção recorde de 350 milhões de toneladas
Último levantamento da Conab aponta crescimento de 16,3% na produção, impulsionada por soja, milho e algodão
Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com | Atualizada às 11h
11/09/2025 - 09:46

Agricultores brasileiros devem colher um número recorde de grãos. Os destaques do último levantamento de grãos da safra 2024/2025 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foram as produções de soja, milho e algodão, que devem ser recordes também. A boa safra de arroz também contribuiu para o desempenho.
A companhia divulgou os números nesta quinta-feira,11. A estimativa é de colheita final de 350,2 milhões de toneladas, 16,3% maior do que na temporada passada. Além disso, o número é 9,1% maior do que a última safra recorde, que foi em 2022/2023 (320,9 milhões de toneladas).
O levantamento também aponta uma área cultivada de 81,7 milhões de hectares (+2,3% em relação ao ciclo passado). A produtividade também aumentou, com 4.284 quilos por hectare, um acréscimo de 13,7%.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, atribuiu o resultado recorde ao bom clima, aos investimentos e à tomada de crédito pelo produtor rural, além de tecnologia. Ele também ressaltou o papel da região Centro-Oeste. Somente essa parte do país foi responsável por 178 milhões de toneladas, sendo o Mato Grosso o líder na produção de grãos com 111,9 milhões de toneladas.
“Nós contamos com um bom clima, com a exceção do Rio Grande do Sul, que teve no ano passado a maior estiagem, a maior enchente da sua história, depois de três anos de estiagens, mas foi compensada pela região Centro-Oeste, a grande região produtora do nosso país. E puxada também por outras regiões que são produtoras, a exemplo da região do Nordeste, da mesma forma, as novas fronteiras agrícolas”, comentou Pretto aos jornalistas após evento de divulgação do levantamento.
Conforme os dados, os destaques foram as produções de soja, milho e algodão, que devem ser recordes também. A boa safra de arroz também contribuiu para o desempenho.
Com relação à estimativa do mês passado, houve um incremento de 1,4%. A explicação dada pela estatal é de uma melhora no milho segunda safra. O arroz e a soja também tiveram área revisada.
Veja as estimativas das principais culturas:
Soja – A produção estimada é de 171,4 milhões de toneladas. Isso representa 13,3% a mais do que a safra 2023/2024 e 7,7% acima do que foi registrado no recorde anterior (safra 2022/2023).
Milho – Com a colheita da primeira safra encerrada e a safrinha praticamente terminada (97% da área com colheita concluída), a Conab estima que o Brasil deve produzir 139,7 milhões de toneladas. O volume é 20,9% maior do que no ciclo passado. Em comparação à safra recorde (2022/2023), o número representa um aumento de 9,4%.
Algodão – A colheita da pluma também está na reta final, com 75% da área já colhida. A expectativa é de que a produção supere os 4 milhões de toneladas, sendo 9,7% superior ao recorde da safra passada (3,9 mihões de toneladas).
Arroz – A estimativa apontada pela estatal é de uma safra de 12,7 milhões de toneladas. As áreas produtoras já finalizaram a colheita do cereal, consolidando como a quarta maior safra da série histórica da Conab.
Feijão – Em relação ao ciclo passado, há uma diminuição na projeção de produção, totalizando 3,07 milhões de toneladas, queda de 3,9%. Parte disso passa por uma redução de área, que caiu para 2,6 milhões de hectares (-5,6%).
Trigo – O cereal também teve uma reavaliação neste último levantamento. Houve redução de 275,1 mil toneladas no comparativo com os dados divulgados no mês passado. A estimativa da safra é que chegue a 7,5 milhões de toneladas (-4,5%) devido à redução de área plantada. Em relação à safra passada, a área deve cair 19,9%, alcançando 2,4 milhões de hectares.
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