Economia
Silagem de milho: saiba como produzir e armazenar
Com técnicas de fermentação anaeróbica, a silagem de milho oferece nutrição confiável para o rebanho e reduz custos, aproveitando o excedente da produção
Redação Agro Estadão*
07/11/2024 - 14:41
Você sabia que com a silagem é possível conservar a qualidade e a digestibilidade do milho por períodos prolongados, essencial para a segurança alimentar e a produtividade na pecuária?
A silagem de milho é uma prática agrícola que conserva o milho para uso futuro por meio da fermentação anaeróbica, preservando seu valor nutricional para alimentação animal.
De acordo a Embrapa, existem aproximadamente 104 cultivares indicadas para produção de silagem de planta inteira, 29 cultivares para silagem de grãos úmidos e 17 cultivares que podem ser utilizadas para ambos os tipos
O que é silagem de milho?
A silagem de milho é um método de armazenamento da planta de milho para alimentação animal que usa um processo de fermentação em ambientes sem oxigênio (anaeróbicos).
Esse processo preserva os nutrientes essenciais do milho, como carboidratos e proteínas, que são indispensáveis para a nutrição dos bovinos.
Ao vedar o milho em silos bem compactados, a fermentação lática ocorre naturalmente, inibindo a ação de microrganismos prejudiciais e garantindo a qualidade do alimento.
Para que serve a silagem de milho?
A silagem de milho é fundamental para a pecuária, pois oferece uma fonte de alimento de alta qualidade durante todo o ano. Este recurso é especialmente importante em períodos de seca ou baixa disponibilidade de pasto, proporcionando maior estabilidade para o manejo do rebanho e reduzindo a dependência de ração comprada.
Do ponto de vista econômico, a silagem permite aos produtores estocar o excedente da produção de milho, reduzindo perdas e otimizando os recursos disponíveis. O milho silageado possui ainda alta palatabilidade e digestibilidade, melhorando o desempenho animal e a conversão alimentar em leite e carne.
Tipos de silagem de milho
A produção de silagem de milho pode ser adaptada a diferentes métodos e partes da planta, permitindo um uso mais estratégico dos nutrientes presentes. Abaixo estão os principais tipos:
Silagem de planta inteira
A silagem de planta inteira envolve o uso de toda a planta de milho, incluindo colmo, folhas, espigas e grãos. Esse tipo de silagem é altamente nutritivo devido à presença de fibras e carboidratos, essenciais para a energia e digestão dos bovinos.
A planta inteira também proporciona um bom balanceamento entre fibras e açúcares, sendo amplamente utilizada na alimentação de bovinos de leite e corte.
Benefícios: rica em fibra e energia; melhora o desempenho digestivo e a produção leiteira.
Processo: colheita da planta no ponto ideal de maturação, picagem e compactação adequada no silo para garantir a fermentação adequada.
Silagem de grãos úmidos
A silagem de grãos úmidos é feita exclusivamente com os grãos de milho colhidos ainda com alta umidade. Essa técnica oferece um alimento com grande concentração energética e é recomendada para dietas que exigem um alto desempenho animal.
Benefícios: alta densidade energética; ideal para gado de corte e bovinos em período de lactação intensiva.
Processo: colheita dos grãos no ponto de umidade específico, moagem e armazenamento em silos hermeticamente vedados para evitar contaminações.
Silagem de espigas inteiras (Sabugo + Grãos)
Nesse tipo de silagem, apenas as espigas são utilizadas – incluindo os grãos e o sabugo. A silagem de espiga oferece um alimento mais concentrado em energia, com menos fibras comparado à silagem de planta inteira, tornando-se ideal para gado de corte em terminação.
Benefícios: alta concentração de carboidratos e menor teor de fibra, ideal para engorda de bovinos.
Processo: colheita das espigas, separação do colmo e das folhas, seguido pela compactação no silo.
Silagem pré-secada
A silagem pré-secada é produzida com plantas que passam por um processo de desidratação antes de serem ensiladas. Esse tipo de silagem tem a vantagem de ter menos riscos de fermentação inadequada devido à menor umidade.
Benefícios: maior estabilidade e durabilidade; menos suscetível a problemas de fermentação.
Processo: desidratação parcial da planta, seguida pela compactação em silos bem vedados.
Etapas da produção de silagem de milho
Produzir silagem de milho exige cuidados específicos em cada fase, desde o preparo da cultura até o armazenamento final.
1. Plantio e cultivo do milho para silagem
Para a produção de silagem, a escolha da variedade de milho é crucial. Por isso, a recomendação é preferir plantas de alta produtividade, que garantem boa biomassa e bom teor de amido.
Além disso, o preparo adequado do solo, a adubação equilibrada e o controle de pragas e doenças são essenciais para garantir uma colheita de qualidade. O ponto de colheita ideal ocorre quando a planta está com 30% a 35% de matéria seca.
2. Colheita e picagem do milho
A colheita é realizada quando a planta atinge o ponto ideal de maturação, com uma umidade que favoreça a fermentação.
A picagem do milho é um passo importante: partículas com cerca de 1cm a 2 cm facilitam a compactação no silo e maximizam a eficiência de fermentação.
Equipamentos como colhedoras de forragem com sistemas de corte precisos são utilizados para garantir um bom resultado.
3. Ensilagem e compactação
Durante a ensilagem, o milho picado é colocado em silos, onde é compactado para eliminar o oxigênio e promover a fermentação anaeróbica.
Silos trincheira, de superfície e de torre são opções comumente usadas, dependendo da escala de produção e do tipo de propriedade. A vedação com lonas plásticas impede a entrada de ar, essencial para uma fermentação saudável.
4. Fermentação e monitoramento
A fase de fermentação dura entre 30 e 40 dias. Nesse período, é essencial monitorar a temperatura e o pH da silagem para garantir que o processo esteja ocorrendo corretamente.
A temperatura ideal é abaixo de 30°C, e o pH deve estabilizar em torno de 4. O monitoramento previne perdas de nutrientes e garante a qualidade final do alimento.
Benefícios da silagem de milho
A silagem de milho oferece benefícios essenciais para a pecuária, principalmente ao garantir uma fonte estável de alimento durante o ano todo, mesmo em épocas de seca.
Isso contribui diretamente para a segurança alimentar do rebanho, com um alimento de alta qualidade e rico em nutrientes, resultando em maior ganho de peso, aumento da produção de leite e melhor saúde dos animais.
Além disso, a silagem de milho gera economia para o produtor, reduzindo a necessidade de compra de ração e aproveitando o excedente de produção, o que diminui os custos operacionais.
Esse armazenamento seguro e de longa duração permite ao produtor fazer uso otimizado dos recursos disponíveis na propriedade, melhorando a gestão financeira e reduzindo a dependência de insumos externos.
Por fim, a silagem contribui para uma produção mais sustentável, evitando o desperdício e reduzindo a necessidade de novas áreas de pastagem. A prática permite que o produtor utilize toda a colheita, preservando o meio ambiente e favorecendo a biodiversidade local.
Calculando a quantidade de silagem
O cálculo da quantidade de silagem necessária depende do tipo de criação e do tamanho do rebanho. Em média, um bovino consome de 25 kg a 30 kg por dia, ou cerca de 3% do seu peso vivo.
Com base nesse consumo, o produtor pode planejar a quantidade exata de silagem para o período de seca, ajustando conforme o porte e a produção dos animais.
Tipos de silos para armazenar silagem
Existem diferentes tipos de silos, cada um com características específicas para armazenamento:
- Silo Trincheira: Ideal para grandes volumes, tem alto custo-benefício e facilita o acesso.
- Silo de Superfície: Prático e de fácil manutenção, mas requer maior cuidado com a vedação.
- Silo Torre: Otimiza o espaço vertical e oferece excelente compactação, mas exige maior investimento inicial.
Para manter a qualidade da silagem, é fundamental vedar o silo adequadamente e realizar a manutenção periódica.
Isso inclui a substituição de lonas, limpeza das superfícies de contato e controle de pragas ao redor. Silos bem conservados garantem que o alimento se mantenha em condições ideais por meses.
Problemas comuns na silagem de milho
A presença de mofo é uma das causas mais comuns de perdas na silagem e ocorre pela entrada de oxigênio. Para evitar, recomenda-se uma vedação eficaz e o monitoramento da umidade.
Além disso, a fermentação inadequada resulta na produção de ácidos indesejáveis, como o ácido butírico, que reduz a palatabilidade da silagem. Garantir uma boa compactação e vedação minimiza esses riscos.
A exposição ao ar é a principal causa de perda de nutrientes. O uso de aditivos podem ajudar a preservar a qualidade e evitar a oxidação dos nutrientes.
A silagem de milho é uma técnica indispensável para a pecuária moderna. Ela promove segurança alimentar, aumento de produtividade e sustentabilidade ambiental.
Adotar as melhores práticas de produção e armazenamento é essencial para que os produtores alcancem resultados consistentes e sustentáveis em sua atividade.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
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