Economia
Receita da Nestlé recua 1,8% em 2024, mas supera estimativa
O café foi o produto que mais contribuiu com o crescimento orgânico, com alta de um dígito médio, apoiado pelas marcas Nescafé, Nespresso e Starbucks
Broadcast Agro
13/02/2025 - 13:19

A Nestlé informou nesta quinta-feira (13) que a receita da companhia no acumulado de 2024 recuou 1,8% em comparação com o ano anterior, somando 91,35 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 99,98 bilhões) ante 93 bilhões de francos suíços. Já o lucro líquido da companhia foi 2,9% menor, passando de 11,21 bilhões de francos suíços, ou 4,14 francos por ação, para 10,88 bilhões de francos suíços, ou 4,19 francos por ação. Em termos ajustados, o lucro por ação perdeu 0,8%, a 4,77 francos.
O lucro líquido ficou em linha com o estimado por analistas, em dados compilados pela empresa, que indicavam um valor de 10,89 bilhões de francos suíços. Já a receita ficou ligeiramente acima do esperado, de 91,02 bilhões de francos suíços. Na bolsa suíça, as ações da Nestlé subiam 6,02% por volta das 7h40 (de Brasília).
Em relatório, a Nestlé reportou seu menor crescimento orgânico anual nas vendas em mais de duas décadas, com a retração nos gastos do consumidor após uma inflação alta nos últimos anos. As vendas orgânicas subiram 2,2% no ano passado, o que indica forte desaceleração em comparação com o crescimento de 7,2% em 2023, apesar de estar em linha com o esperado por analistas, de 2,1%. Já o crescimento interno real (RIG) voltou a ficar positivo, em 0,8%. “Os preços aumentaram 1,5%, refletindo uma redução na inflação em quase todas as categorias após dois anos de altos custos de insumos e aumentos de preços”, disse a empresa.
Por região, o crescimento orgânico foi impulsionado pelos mercados emergentes e pela Europa, que juntos mais do que compensaram a queda na América do Norte, afirmou a Nestlé. Nos mercados desenvolvidos, o crescimento orgânico foi de 1,2%, com preços e crescimento interno real (RIG) positivos. Nos mercados emergentes, o crescimento orgânico foi de 3,7%, liderado pelos preços com RIG positivo.
O café foi o produto que mais contribuiu com o crescimento orgânico, com alta de um dígito médio, apoiado pelas marcas Nescafé, Nespresso e Starbucks, disse a Nestlé. As vendas de confeitaria cresceram a uma taxa de um dígito médio, lideradas pelo KitKat, além de marcas locais. O segmento PetCare obteve crescimento de um dígito baixo, assim como o segmento de águas e nutrição infantil. Além disso, a Nestlé Health Science avançou a um dígito médio. Já o segmento de lácteos recuou, junto com o setor de culinária.
“Em um contexto macroeconômico desafiador e com um ambiente de consumo fraco, alcançamos um desempenho sólido em 2024, alinhado com nossa última orientação. O crescimento orgânico foi de 2,2%, com um retorno ao crescimento interno real positivo de 0,8%, e ambos se fortaleceram na segunda metade do ano”, disse no comunicado o CEO da Nestlé, Laurent Freixe. Segundo ele, ainda, o fluxo de caixa livre melhorou para 10,7 bilhões francos suíços, e o Conselho propôs um aumento no dividendo para 3,05 francos suíços por ação.
Para o CEO, aumentar o investimento para impulsionar o crescimento é central. “Estamos criando o combustível para esses investimentos em crescimento por meio do nosso novo programa de economia de custos de 2,5 bilhões de francos para três anos. Estamos avançando bem e já garantimos mais de 300 milhões de francos dessas economias para 2025”, afirmou.
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
China acelera compras de carne bovina à espera de decisão sobre salvaguardas
2
Brasil deve registrar recorde histórico na exportação de gado vivo em 2025
3
Adoçado com engano: apicultores denunciam uso de ‘falso mel’ na indústria alimentícia
4
Banco do Brasil dá início à renegociação de dívidas rurais com recursos livres
5
Oferta de etanol cresce mais rápido que consumo e acende alerta no setor
6
Onde nascem os grãos da xícara de café mais cara do mundo?
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Economia
EUA e Argentina fecham acordo comercial, incluindo produtos do agro
Em troca da redução de tarifas, Argentina abriu mercado para gado vivo e simplificou registros para carnes, miúdos e laticínios
Economia
IBGE: estoque de produtos agrícolas totalizou 79,4 milhões de t ao fim do 1º semestre
Maiores estoques, segundo o instituto, foram de soja, com 48,8 milhões de toneladas, seguida por milho, arroz, trigo e café
Economia
Atraso regulatório impede avanço da cannabis industrial no País e impede acesso a mercado bilionário
Brasil reúne condições para liderar cultivo, mas segue fora de cadeia que poderia movimentar até R$ 4,9 bi ao ano, avalia CEO da ExpoCannabis Brasil
Economia
Banco do Brasil registra baixa adesão à linha subsidiada de renegociação de dívidas
Banco do Brasil concentra maior parte dos R$12 bi em crédito controlado; renegociações avançam com recursos livres nos primeiros 21 dias
Economia
Mapa ordena recolhimento de azeites de oliva fraudados
Análises laboratoriais confirmaram a adulteração dos produtos com outros óleos vegetais, resultando em inadequação para o consumo
Economia
Serasa vê persistência da inadimplência no agro em 2026
Com margens apertadas e crédito restrito, é esperada, conforme a instituição, uma reorganização das operações no campo
Economia
Pressão da indústria e inflação levam governo Trump a revisar tarifa sobre café
Presidente do Cecafé diz que o momento é “o mais favorável em meses” para negociação; em outubro, embarques de café caíram 20%
Economia
Boa Safra triplica faturamento com outras culturas e aposta em sorgo e milho
Líder nacional na produção de sementes de soja, empresa movimentou R$ 109 milhões no terceiro trimestre com milho, sorgo, trigo, feijão e forrageiras