Economia
Produção de ração animal sobe 1,2% no mundo e 2,4% no Brasil em 2024, diz estudo
A pesquisa, que reúne dados de 142 países e mais de 28 mil fábricas, mostra recuperação após um ano anterior marcado por estagnação

Broadcast Agro
27/05/2025 - 14:49

A produção global de ração animal cresceu 1,2% em 2024, passando de 1,380 bilhão para 1,396 bilhão de toneladas, mesmo diante de desafios como a gripe aviária altamente patogênica, eventos climáticos extremos e incertezas econômicas. Os dados são do relatório Agri-Food Outlook 2025, da Alltech, uma das líderes globais em nutrição animal e biotecnologia. A pesquisa, que reúne informações de 142 países e mais de 28 mil fábricas, mostra que o setor se recuperou em 2024 após um ano anterior marcado por estagnação.
O Brasil produziu 86,636 milhões de toneladas de ração animal em 2024, um crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior, o dobro da expansão da média global. Com esse desempenho, o País manteve a terceira posição entre os maiores produtores do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
No caso brasileiro, o crescimento foi puxado principalmente pelos setores de aquicultura (+8,6%), bovinos de corte (+7%) e aves de postura (+6,5%). Segmentos como frangos de corte (+1,6%), bovinos de leite (+1,5%) e suínos (+1%) também avançaram. Apenas a produção para equinos se manteve estável. “A avicultura segue em expansão, favorecida pelo protagonismo do Brasil nas exportações de carne de frango e pela demanda interna por proteína acessível”, destaca o relatório.
Entre os dez maiores produtores mundiais, o Brasil apresentou um desempenho superior ao da China, que teve queda de 2,03%, e ao dos Estados Unidos, com alta de apenas 0,68%. Destaque ainda para a Índia (+4,56%), Rússia (+8,53%) e Turquia (+4,83%). Juntos, os dez países mais relevantes foram responsáveis por 65,6% da produção global.
Espécies
O levantamento mostrou que a ração para aves experimentou aumentos na produção tanto para frangos de corte (385,415 milhões de toneladas; +1,8%) quanto para aves de postura (173,038 milhões de toneladas; +1,4%). “Para aves de postura, a lenta taxa de crescimento de 1,4% refletiu os desafios enfrentados pelo setor, incluindo as interrupções pela gripe aviária e o excesso de oferta em algumas regiões”, afirma o relatório.
A produção global de ração para suínos recuou 0,6% em 2024, para 369,293 milhões de toneladas. A tonelagem de ração para bovinos de leite aumentou 3,2%, para 165,500 milhões de toneladas, em virtude da robusta demanda do consumidor, preços favoráveis do leite e uma mudança para práticas agropecuárias mais intensivas.
A quantidade de ração para bovinos de corte aumentou de 131,6 milhões de toneladas em 2023 para 134,1 milhões de toneladas em 2024, alta de 1,8%. A produção global de rações para o setor de aquicultura diminuiu 1,1%, em 2024, para 52,966 milhões de toneladas, continuando uma tendência de queda para o setor que surgiu pela primeira vez em 2023.
A tonelagem de ração para pets aumentou 4,5%, para 37,692 milhões de toneladas em 2024, impulsionada por tendências contínuas de produtos premium (incluindo dietas funcionais e a “humanização” dos animais de estimação), crescimento na adoção de animais de estimação e inovação contínua nas ofertas de produtos do setor. Continua sendo um dos setores de crescimento mais rápido do mundo.
A produção de ração para equinos aumentou 2,3%, para 9,630 milhões de toneladas, impulsionada pelas tendências de produtos premium e pelo crescente interesse em cuidados focados na nutrição entre os proprietários de cavalos, bem como pela crescente participação em atividades equestres e pela disponibilidade amplamente melhorada de rações especializadas.
Resultados regionais
A produção de ração caiu ligeiramente (0,8%) na região Ásia-Pacífico, para 533,1 milhões de toneladas, enquanto a América do Norte produziu 290,7 milhões de toneladas. Na América Latina, o crescimento foi de 3,6%, para 198,4 milhões de toneladas. A produção da Europa em 2024 foi 267,8 milhões de toneladas (aumento de 2,7%), com África e Oriente Médio tendo fabricando 95,5 milhões de toneladas, com expansão de 5,4%, a maior entre todas as regiões. Já a Oceania ampliou a produção em 2,5%, para 11 milhões de toneladas.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Tarifa: enquanto Brasil espera, café do Vietnã e Indonésia pode ser isento
2
COP 30, em Belém, proíbe açaí e prevê pouca carne vermelha
3
Exportações de café caem em julho, mas receita é recorde apesar de tarifaço dos EUA
4
Você nunca ouviu dessa raiz, mas ela já foi mais importante que o trigo
5
Suco de laranja: apesar da isenção, setor ainda perde R$ 1,5 bilhão com tarifas
6
Rios brasileiros podem ser ‘Mississipis’ do agro, dizem especialistas

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Economia
O que a comitiva do agro brasileiro fez no Japão?
Além de carne bovina e suína, Brasil negocia ampliar vendas de farelo de soja; Japão pede preços mais competitivos

Economia
Nem todos os estados devem exportar carne bovina ao Japão, indica secretário do Mapa
Abertura está em negociação e o governo prevê anunciar em breve; a expectativa inicial é vender de 30 a 50 mil toneladas de carne bovina

Economia
BRF prevê queda de 2% no custo da ração no 2º semestre
Companhia também estima cenário de equilíbrio entre oferta e demanda de carnes aves e suínos no segundo semestre

Economia
Centro-Sul processa 50,217 milhões de t de cana na 2ª quinzena de julho
Produção de açúcar caiu 0,80%, etanol hidratado recuou 13,54% e etanol anidro, 6,57% em comparação com igual período na safra 2024/2025
Economia
Por que o agro está atento ao encontro entre Putin e Trump?
Setor acompanha com cautela a cúpula no Alasca, que pode resultar em novas sanções aos produtos brasileiros e redefinir o mercado de fertilizantes
Economia
Gilson Bittencourt assume vice-presidência de Agronegócios do Banco do Brasil
Agrônomo assume mandato até 2027 após aprovação pelo conselho de administração do banco
Economia
Amado por uns, odiado por outros: esse tempero polêmico é cheio de benefícios
Apesar da polêmica, o coentro é um tesouro nutricional: melhora a digestão, protege as células com antioxidantes e beneficia o coração
Economia
Sem Brasil, lanchonetes nos EUA têm carne com preço mais alto
JBS USA alerta que país não tem substituto e que medida afetará o preço final dos hambúrgueres