Economia
Produção de grãos na Argentina deve atingir recorde em 2025/26
Produção deve crescer 8,9% e atingir 142,6 milhões de toneladas, com destaque para milho e girassol

Broadcast Agro
01/10/2025 - 12:18

A Bolsa de Cereales de Buenos Aires estimou, na terça-feira, 30, produção argentina de grãos 8,9% maior na safra 2025/26 em comparação com a temporada anterior, a 142,6 milhões de toneladas. O volume seria o maior já registrado no país, segundo a entidade, com projeções recordes para milho e girassol. O avanço também foi atribuído a previsões maiores para as safras de trigo e cevada, que compensariam recuos de soja e sorgo.
A área total projetada foi ampliada em 1,9%, para um total de 37 milhões de hectares, o que representaria um recorde. Neste cenário, as exportações poderiam aumentar 3,3% na nova temporada, alcançando US$ 32,94 bilhões, segundo o economista-chefe da Bolsa, Ramiro Costa.
A safra de milho é esperada para crescer 18,4%, somando 58 milhões de toneladas, em uma área de 7,8 milhões de hectares (+9,9% ante a temporada 2024/25. Enquanto isso, o trigo deverá subir 18,3%, com produção de 22 milhões de toneladas, em uma área de 6,7 milhão de hectares (+6,4%).
Em relação à soja, a safra 2025/26 foi estimada em 48,5 milhões de toneladas, 3,6% abaixo de 50,3 milhões de t esperadas para 2024/25, disse a Bolsa. A área com a oleaginosa deve ser menor, na comparação com a campanha anterior, com recuo de 4,4%, atingindo 17,6 milhões de hectares. A entidade destacou que, apesar da redução na intenção de plantio, a área esperada ainda é superior à média dos dez anos anteriores.
Entre outros produtos, a Bolsa de Cereais afirmou que espera uma safra 16% maior de girassol, a 5,8 milhões de t, e avanço de 6% para a cevada, a 5,3 milhões de t. Em contrapartida, a safra de sorgo deve apresentar queda de 3,2% na nova temporada, com produção de 3 milhões de t.
As projeções para 2025/26 foram atribuídas a um “cenário climático neutro de médio prazo e excelentes reservas hídricas”. A Bolsa destacou, ainda, uma maior intenção por parte dos produtores em aplicar tecnologias nas lavouras, citando um potencial aumento de 8% no caso do milho com destino ao grão comercial. “Entre as opções que se destacam como de maior ênfase estão a escolha do material genético de plantio e o uso de fertilizantes”, disse em nota.
Ainda assim, a entidade ressaltou que o volume produzido poderia ser maior, de 155 milhões de t, caso ocorresse maior adoção de tecnologia, políticas estáveis de longo prazo e redução da carga tributária.

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