Economia
Preços dos CBios caem para menor preço desde 2021, indica Itaú BBA
Excesso de crédito e pessimismo no mercado são apontados como os motivos para a queda nos preços
Redação Agro Estadão
09/09/2025 - 07:00

Os valores comercializados por Crédito de Descarbonização (CBio) na Bolsa de Valores do Brasil (B3) terminou o mês de agosto com o menor patamar desde 2021, segundo relatório do Itaú BBA. O preço ficou em R$ 32,6 por CBio.
Ainda conforme a financeira, o preço está abaixo da média registrada no ano-meta 2025, que é de R$ 66,4 por CBio. Quanto ao volume negociado, foram 5,91 milhões de créditos em julho, o que é 18% inferior ao mês anterior e 20% a menos do que em agosto de 2024. O acumulado do ano chegou a 54,6 milhões de CBios, 4% a menos do que o mesmo período do ano passado.
As emissões tiveram recuo de 1% em agosto se comparado a igual momento de 2024. Além disso, se observa que desde abril as emissões por mês são de 3,48 milhões de CBios. No acumulado de emissões do ano, a soma é de 28,35 milhões de créditos de descarbonização (+3%).
Os estoques do crédito aumentaram 3,07 milhões, chegando a 32,5 milhões de créditos até 30 de agosto deste ano. “No mês, os estoques nas mãos da parte obrigada cresceram em 2,30 MM CBios, alcançando os 15,94 MM CBios. Já os emissores de crédito aumentaram as suas posições em 691 mil CBios no mês, atingindo os 16,21 MM de títulos”, apontou o Itaú BBA.
Na análise do cenário, o banco aponta que a lei dos CBios, no fim do ano passado, não resolveu a totalidade dos problemas envolvendo a inadimplência das distribuidoras. Além de que, uma decisão de um desembargador do Tribunal Regional Federal, da 3º região, suspendeu punições que tinham sido aplicadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) contra uma distribuidora. Isso gerou um pessimismo no mercado, o que também ajudou na queda de preço.
Mesmo assim, o Itaú BBA indica que há “reflexos positivos da nova legislação sobre a adimplência do programa RenovaBio, com várias distribuidoras se adequando ao programa (aposentando sua metas atrasadas), apesar de outras seguirem inadimplentes”. Mas o excesso de créditos segue sendo o principal motivo para o recuo nos preços observado em 2025, na visão da financeira. O que também pode indicar um cenário similar para 2026.
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