Economia
Plantas comestíveis que eram usadas por nossos avós e estão voltando à moda
Com mercado em expansão, as PANCs agregam valor à produção rural, oferecendo alimentos saudáveis, orgânicos e diferenciados

Redator Agro Estadão*
06/07/2025 - 08:00

Imagine redescobrir sabores esquecidos e nutrientes poderosos bem no seu quintal. As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) oferecem exatamente isso: uma conexão com nossa herança alimentar e uma oportunidade de diversificação para produtores rurais.
Essas plantas, muitas vezes consideradas daninhas, são, na verdade, tesouros nutricionais que nossos avós conheciam bem.
As PANCs são espécies que crescem espontaneamente, adaptam-se facilmente a diversos ambientes e geralmente não requerem cuidados intensivos. Diferentemente das culturas tradicionais, essas plantas resistentes oferecem uma alternativa sustentável e nutritiva para a agricultura moderna.
Conheça 5 dessas plantas comestíveis

Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata)
A Ora-pro-nóbis é uma planta perene conhecida como “carne de pobre” devido ao seu alto teor proteico. Suas folhas suculentas podem ser consumidas cruas em saladas ou cozidas em sopas, refogados e até mesmo em farinhas. Rica em proteínas, fibras, ferro e cálcio, esta PANC oferece um excelente potencial nutritivo.
Para o produtor rural, a Ora-pro-nóbis apresenta vantagens significativas. Seu cultivo é relativamente simples, adaptando-se bem a diferentes tipos de solo.
A planta pode ser cultivada em pequenas áreas, inclusive em ambientes urbanos ou periurbanos, o que a torna uma opção viável para agricultores com espaço limitado.
Além disso, sua resistência a pragas e doenças reduz a necessidade de insumos químicos, alinhando-se com práticas de agricultura sustentável.
Taioba (Xanthosoma sagittifolium)

A taioba é uma planta herbácea cujas folhas e rizomas são comestíveis. As folhas, ricas em vitaminas A e C, ferro e cálcio, podem ser preparadas de forma semelhante ao espinafre.
É importante ficar atento se você está com a taioba mansa, já que a taioba-brava é tóxica e não pode ser ingerida. Folhas são a principal parte usada na culinária, mas o rizoma da planta, parecido com o do inhame pode ser cozido com as folhas ou com arroz, adicionado a picadinhos de carnes, sopas, cozidos e purês.
O cultivo da taioba é uma excelente opção para produtores rurais que buscam diversificar sua produção. A planta se adapta bem a áreas sombreadas e úmidas, podendo ser cultivada em consórcio com outras culturas.
Sua rusticidade e baixa exigência de insumos tornam-na uma opção econômica e sustentável. Ademais, a taioba pode ser cultivada em pequenas áreas urbanas ou periurbanas, desde que haja espaço suficiente para seu desenvolvimento.
Beldroega (Portulaca oleracea)

A beldroega é uma planta suculenta de sabor levemente ácido, rica em ômega-3, vitamina C e antioxidantes. Suas folhas e caules podem ser consumidos crus em saladas ou cozidos em sopas e refogados. Esta PANC é conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias e seu potencial benefício para a saúde cardiovascular.
O cultivo pode ser realizado em pequenas áreas, inclusive em sistemas de produção urbana ou periurbana. Além disso, sua rápida propagação permite colheitas frequentes, proporcionando um fluxo constante de produção.
Capuchinha (Tropaeolum majus)

A capuchinha é uma planta ornamental comestível, conhecida por suas flores coloridas e sabor picante. Toda a planta é comestível, incluindo flores, folhas e sementes. Rica em vitamina C e compostos antioxidantes, a capuchinha adiciona cor e sabor único às preparações culinárias.
O cultivo da capuchinha é uma oportunidade interessante para produtores rurais. Além de seu valor alimentício, a planta possui propriedades repelentes naturais, podendo ser utilizada como controle biológico em hortas.
Seu cultivo é simples, adaptando-se bem a diferentes tipos de solo e podendo ser realizado em pequenos espaços, incluindo jardins verticais em áreas urbanas ou periurbanas.
A versatilidade da capuchinha permite que o produtor explore tanto o mercado alimentício quanto o de plantas ornamentais.
Peixinho (Stachys byzantina)

A planta peixinho, também conhecida como língua-de-ovelha, é uma herbácea perene com folhas macias e aveludadas. Seu nome popular deriva do sabor que lembra peixe quando as folhas são fritas.
Rica em mucilagem, a planta possui propriedades anti-inflamatórias e pode ser consumida crua em saladas ou cozida em diversas preparações.
Para o produtor rural, o peixinho representa uma opção de cultivo de baixa manutenção. A planta é resistente à seca e adapta-se bem a diferentes tipos de solo, requerendo poucos cuidados.
Seu cultivo pode ser realizado em pequenas áreas, sendo uma opção viável para produção em escala reduzida, inclusive em ambientes urbanos ou periurbanos.
Vantagens das plantas comestíveis para a propriedade rural
A introdução de plantas comestíveis não convencionais em propriedades rurais traz consigo uma série de vantagens. Essas espécies, geralmente rústicas e bem adaptadas ao clima local, requerem menos insumos como água, fertilizantes e defensivos.
A diversificação da produção através do cultivo de PANCs reduz a dependência de monoculturas, minimizando riscos associados a flutuações de mercado ou problemas fitossanitários específicos.
Além disso, muitas dessas plantas possuem um valor nutricional elevado, sendo ricas em vitaminas, minerais e compostos bioativos. Essa característica agrega valor à produção, atendendo à crescente demanda por alimentos saudáveis, orgânicos e diferenciados.
O mercado para PANCs está em expansão, impulsionado por consumidores em busca de opções alimentares mais saudáveis e sustentáveis. Isso abre novos nichos de mercado para o produtor rural, permitindo a exploração de canais de venda alternativos e potencialmente mais lucrativos.
O cultivo de PANCs contribui para a melhoria do solo e o aumento da biodiversidade na propriedade. Essas plantas, muitas vezes nativas ou naturalizadas, desempenham um papel importante no equilíbrio ecológico, atraindo polinizadores e outros insetos benéficos, além de contribuir para a estruturação e enriquecimento do solo.
Por fim, a incorporação de plantas comestíveis não convencionais em propriedades rurais representa uma oportunidade de inovação, sustentabilidade e diversificação econômica.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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