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Novo recorde: trabalhadores no agronegócio somam 28,6 milhões no 1° trimestre de 2024 

Avanço no número de trabalhadores no agronegócio foi puxado pelo segmento de agrosserviços; já na agropecuária houve queda de 3,5%

3 minutos de leitura 10/07/2024 - 11:16

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Rafael Bruno

Foto: Adobe Stock
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O número de trabalhadores no agronegócio brasileiro somou 28,6 milhões de pessoas no 1º trimestre de 2024, recorde da série histórica iniciada em 2012. É o que informa um relatório publicado nesta quarta-feira, 10, pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). De acordo com a publicação, a participação do setor no total de ocupações do Brasil foi de 26,85% nos primeiros três meses do ano – no mesmo período de 2023, representava 26,67%.

Frente ao 1º trimestre de 2023, a população ocupada (PO) do setor aumentou 3,0%, cerca de 827 mil pessoas, esse incremento esteve relacionado sobretudo ao aumento de 9,9% no número de trabalhadores atuando em agrosserviços. Pesquisadores do Cepea destacam que esse resultado parte de um segmento que tem o maior número de trabalhadores, que são alocados nas diversas atividades que atendem os demais segmentos.

“O resultado [de agrosserviços] pode ser interpretado como um desdobramento do desempenho do agronegócio como um todo, visto que se constitui como o elo direto entre a produção agropecuária e agroindustrial e o consumidor final, englobando desde o transporte, armazenamento e comércio até os serviços jurídicos, administrativos e contábeis”, contextualiza o estudo.

Referente aos demais segmentos do agronegócio, a pesquisa também revela crescimento de 1,3% ou 3,9 mil trabalhadores no setor de insumos e avanço de 3,4% ou 149 mil pessoas na agroindústria.

Para os insumos, o resultado foi impulsionado pelas indústrias de rações (11%) e de medicamentos veterinários (8,2%). No caso das agroindústrias, destacaram-se principalmente os avanços das agroindústrias de móveis de madeira (13,7%), de papel e celulose (11,6%), de moagem e produtos amiláceos (11%), de óleos e gorduras (55%), e laticínios (6,8%).

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Na agropecuária, reduziu o número de pessoas ocupadas

Ao considerar os setores do agronegócio, o número de pessoas ocupadas na agropecuária caiu 3,5% frente ao 1º trimestre de 2023. A redução é resultado das baixas que ocorreram em: sojicultura (-11,3%), cafeicultura (-9%), horticultura (-5,8%), fumicultura (-14,5%), bovinocultura (-6%), avicultura (-7,5%) e suinocultura (-11,6%).

Essa retração na agricultura e na pecuária é explicada pela redução dos preços pagos pelas commodities, diz o estudo. Isso impacta nas margens dos produtores e, consequentemente, nas decisões de investimentos e de contratação. Observando a série histórica, é possível perceber a tendência de redução da mão de obra ocupada no segmento como um todo: entre 2012 e 2023, a PO do segmento passou de 10,2 milhões para 8,3 milhões – queda de 19,3% em 12 anos.

Esse processo foi consideravelmente mais intenso nas atividades de base agrícola desde 2012, além de ser uma tendência geral observada desde 2005. “Em certa medida, esse comportamento reflete o processo de mecanização, responsável por tornar as atividades mais capital-intensivas e, com isso, ‘liberar’ mão de obra para outros setores da economia,” argumentam os pesquisadores.

Quanto ao perfil da mão de obra, em ambas as comparações, observou-se que o aumento da PO do agronegócio foi puxado:

  • por empregados, sobretudo com carteira assinada – logo, aumentou a formalização do emprego; 
  •  por trabalhadores com maior nível de instrução – tendência verificada no setor desde o início da série histórica; 
  • e por mulheres – houve aumento da participação feminina no período.

Os rendimentos mensais dos empregados do agronegócio aumentaram 4,6% na comparação com igual período de 2023.

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