Milho: com quebra no Paraná e Mato Grosso do Sul, segunda safra deve cair 10,5%  

A colheita da segunda safra de milho começa com estimativa de 10,5% de quebra na produção, de acordo com a Agroconsult. A projeção é colher 96,7 milhões de toneladas de milho, com queda de 7% na produtividade – 98,8 sacas por hectare. 

Os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul foram os que mais apresentaram perdas, mesmo que os produtores tenham plantado o milho segunda safra na janela ideal. É que os meses de março e abril tiveram longos períodos de seca. 

“O cenário do Mato Grosso do Sul, sem dúvida, é o mais preocupante. Toda a região sul do estado foi afetada pela estiagem que já causou danos irreversíveis”, afirma em nota André Debastiani, coordenador do Rally da Safra. O projeto percorre os estados produtores para fazer a estimativa de safra.

Até o momento, as estimativas apontam que a produtividade média no Mato Grosso do Sul deve cair de 97,5 sacas por hectare na safra passada, para 68 sacas agora. No Paraná, a redução deve ser de 98 para 90 sacas por hectare. A produção total de milho, considerando primeira e segunda safras, pode chegar a 123,4  milhões de toneladas, de acordo com a Agroconsult. A área de plantio soma 21,1 milhões de hectares.

Mato Grosso e Goiás compensam perdas em outros estados

Com o encurtamento do ciclo da soja, a janela para plantio do milho segunda safra aumentou, possibilitando boa parte das lavouras receberem uma distribuição de chuvas favorável durante o desenvolvimento.

Com isso, os estados de Mato Grosso e Goiás devem ter altos níveis de produtividade do milho. As estimativas da Agroconsult são de 118 sacas por hectare para Mato Grosso e 112 sacas para Goiás. Pelo levantamento, 80% das lavouras de milho segunda safra de Mato Grosso têm alto potencial produtivo, enquanto as de Goiás apresentam 65% de potencial.

Rally da Safra segue até 22 de junho

A consultoria começa o Rally da Safra nesta semana, para colher os dados e fazer o levantamento da colheita do milho segunda safra. Divididos em seis equipes, os técnicos passarão por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná até o dia 22 de junho. 

“Será um momento de dimensionar a safra com dados sobre população de plantas, número de espigas, grãos por espiga, peso de grãos e condições fitossanitárias, entre outros, que irão refletir a produtividade no final da expedição”, avalia Debastiani.