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Economia

A planta que parece veneno, mas é usada como remédio há gerações

Melão de São Caetano é uma cultura rústica e adaptável, com mercado crescente em culinária, chás e indústria farmacêutica

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Redação Agro Estadão*

20/06/2025 - 08:00

Foto: Adobe Stock
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Imagine uma planta com frutos que lembram pequenos melões cobertos de espinhos, um sabor tão amargo que faz o rosto franzir e um nome que soa mais como um alerta do que um convite. 

Esta é a Momordica charantia, popularmente conhecida como Melão de São Caetano. À primeira vista, pode parecer algo a ser evitado, mas por trás dessa aparência intimidadora se esconde uma história milenar de uso medicinal e um potencial agrícola ainda pouco explorado no Brasil.

Melão de São Caetano: uma história de remédio e mistério

A jornada do Melão de São Caetano começa nas regiões tropicais e subtropicais da Ásia, onde crescia naturalmente há milênios. Sua domesticação ocorreu na Índia, de onde se espalhou para outras partes do continente asiático e, posteriormente, para África e Américas.

Nas medicinas tradicionais indiana e chinesa, essa fruta ocupava um lugar de destaque. Seus frutos, folhas e até mesmo raízes eram utilizados para tratar uma variedade de condições, desde problemas digestivos até infecções. 

A planta chegou ao Brasil provavelmente no período colonial, trazida por portugueses ou escravos africanos, e rapidamente se adaptou ao clima tropical, tornando-se comum em quintais e terrenos baldios.

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O uso medicinal do Melão de São Caetano é tão diverso quanto sua história. Tradicionalmente, é empregado para auxiliar no controle da diabetes, aliviar problemas digestivos, combater parasitas intestinais e até mesmo como agente anti-inflamatório. 

A ciência moderna tem corroborado alguns desses usos tradicionais, identificando compostos bioativos com propriedades antidiabéticas, anti-inflamatórias, antibacterianas e até mesmo potencial antitumoral.

Algumas substâncias de destaque são a charantina, a vicina e o polipeptídeo-p, responsáveis por muitos dos efeitos benéficos da planta. Além disso, o Melão de São Caetano é rico em vitaminas A e C, bem como minerais essenciais, ampliando seu perfil nutricional e terapêutico.

Por que o melão de São Caetano tem fama de perigoso?

O sabor intensamente amargo do Melão de São Caetano é sua característica mais marcante e, provavelmente, a principal razão para sua reputação controversa. Este amargor é um sinal da presença de compostos bioativos potentes, uma estratégia evolutiva da planta para se proteger de predadores. 

Porém, o que serve como defesa na natureza, em doses adequadas, pode se tornar um aliado para a saúde humana.

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A potência desses compostos, aliada ao sabor desafiador, contribuiu para a percepção popular de que a planta poderia ser venenosa. No entanto, é importante desmistificar essa ideia.

É verdade que, como qualquer planta medicinal potente, seu uso requer cuidado e conhecimento. A chave está na dosagem correta e no respeito às contraindicações, que abordaremos mais adiante. 

Para o produtor rural, entender essa dualidade entre potência e benefício é crucial para valorizar adequadamente o cultivo e orientar corretamente os consumidores.

Desvendando os segredos do Melão de São Caetano

melão de são caetano
Foto: Adobe Stock

Para o agricultor, essa fruta representa uma oportunidade única de diversificação. Sua adaptabilidade, resistência a pragas e baixa exigência de insumos o tornam uma cultura atraente, especialmente para sistemas de produção orgânica ou agroecológica.

O mercado para o Melão de São Caetano vai além do uso tradicional como planta medicinal. Há uma crescente demanda por seus frutos na culinária asiática, onde são apreciados por seu sabor único. 

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As folhas são procuradas para a produção de chás e suplementos, enquanto a indústria farmacêutica e cosmética tem interesse em seus extratos para a formulação de produtos.

O Melão de São Caetano é uma trepadeira vigorosa, capaz de cobrir rapidamente cercas e estruturas de suporte. Suas folhas são palmadas, com 5 a 7 lóbulos, e a planta produz flores amarelas unissexuadas. 

Os frutos são a parte mais característica: oblongos, com 10 a 20 centímetros de comprimento, cobertos por protuberâncias que lembram espinhos.

A colheita requer atenção ao estágio de maturação. Os frutos verdes são colhidos para uso culinário, enquanto os maduros, que se abrem expondo sementes vermelhas envoltas em polpa, são destinados à extração de sementes ou produção de medicamentos. 

As folhas podem ser colhidas continuamente, desde que não se comprometa o desenvolvimento da planta.

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Diversificando a produção do Melão de São Caetano

MELÃO DE SÃO CAETANO
Foto: Adobe Stock

A versatilidade do Melão de São Caetano oferece diversas opções de comercialização. Os frutos frescos encontram mercado em comunidades asiáticas e em restaurantes especializados. 

As folhas secas são procuradas para a produção de chás medicinais, enquanto as sementes têm valor no mercado de produtos naturais e na indústria de cosméticos.

Para agregar valor na propriedade, o produtor pode investir em processos simples como a secagem de folhas e frutos para venda como chá ou a produção de extratos básicos para comercialização local. 

Parcerias com empresas de fitoterápicos ou cosméticos naturais podem abrir canais de venda mais especializados e lucrativos.

A venda pode ser realizada em mercados locais, feiras de produtos orgânicos, diretamente para consumidores interessados em plantas medicinais, ou através de cooperativas que atendam à indústria. 

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A certificação orgânica pode ser um diferencial importante, valorizando o produto no mercado de alimentos funcionais e suplementos naturais.

Precauções e o uso responsável do Melão de São Caetano

Apesar de seus muitos benefícios, é fundamental abordar o uso do Melão de São Caetano com responsabilidade. Sua potência,, a fonte de suas propriedades medicinais, também requer cautela.

Grupos de risco que devem evitar ou usar apenas sob estrita supervisão médica incluem:

  • Gestantes e lactantes, devido ao risco de efeitos abortivos;
  • Pessoas com hipoglicemia ou diabéticos em tratamento por poder potencializar o efeito hipoglicemiante de medicamentos;
  • Indivíduos com problemas hepáticos, pela possibilidade de interação com o metabolismo hepático.

Além disso, o Melão de São Caetano pode interagir com diversos medicamentos, especialmente aqueles usados para controle da glicemia e anticoagulantes. Por isso, é essencial consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer uso terapêutico.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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