Sustentabilidade
O que faz um produto ser orgânico?
Para ser considerado orgânico no Brasil, um produto deve seguir rigorosos critérios, incluindo a ausência total de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, garantindo a saúde do solo e do ecossistema

Redação Agro Estadão*
21/02/2025 - 08:00

A busca por uma alimentação mais saudável e sustentável tem impulsionado o mercado de produtos orgânicos no Brasil e no mundo. Mas você já se perguntou o que realmente faz um produto ser considerado orgânico?
O “Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil 2023”, realizado pelo Instituto Organis, revelou que 36% dos brasileiros consumiram alimentos orgânicos em 2023. A pesquisa também apontou um aumento de 16% no consumo de alimentos orgânicos entre 2021 e 2023.
O que é agricultura orgânica?
A agricultura orgânica é um sistema de produção que vai muito além da simples ausência de agrotóxicos. Ela se baseia em princípios que visam promover a saúde do solo, do ecossistema e das pessoas.
Os princípios fundamentais da agricultura orgânica incluem:
- Ausência de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos;
- Uso de práticas sustentáveis;
- Preservação da biodiversidade e do meio ambiente.
É importante destacar a diferença entre produtos orgânicos, naturais e convencionais. Enquanto os orgânicos seguem rigorosos padrões de produção certificados, os produtos naturais não, necessariamente, aderem a essas práticas. Já os convencionais podem utilizar agrotóxicos e fertilizantes sintéticos em sua produção.
E o que faz um produto ser orgânico?

Para um produto ser considerado orgânico no Brasil, ele deve atender a critérios específicos estabelecidos pela legislação.
Primeiramente, a produção orgânica exige a ausência total de agrotóxicos, fertilizantes sintéticos e organismos geneticamente modificados (OGMs). A fertilização do solo, por sua vez, deve ser feita com adubos orgânicos, como compostagem e biofertilizantes.
A produção orgânica deve promover práticas que preservem e melhorem a qualidade do solo, da água e do ar, minimizando todas as formas de contaminação e desperdício. Isso inclui técnicas como a rotação de culturas, o manejo adequado da irrigação e a conservação da biodiversidade local.
Além disso, os produtores devem trabalhar para preservar os ecossistemas naturais e, quando possível, recompor ou aumentar a diversidade biológica em áreas já modificadas.
Para produtos de origem animal, como carnes, leite, ovos e mel, existem critérios adicionais. Os animais devem ser criados em condições que respeitem seu comportamento natural, com acesso a áreas ao ar livre e alimentação orgânica (sem uso de antibióticos e hormônio).
De acordo a Lei n.º 10.831, no caso de produtos processados, para serem considerados orgânicos, devem conter no mínimo 95% de ingredientes orgânicos. Os 5% restantes podem ser de ingredientes não orgânicos, desde que autorizados pela legislação e que não existam alternativas orgânicas disponíveis.
Produtos com uma proporção menor de ingredientes orgânicos (entre 70% e 95%) podem ser rotulados como “produto com ingredientes orgânicos”, mas não podem usar o selo de produto orgânico.
Por fim, todo o processo produtivo deve ser documentado, permitindo que se trace o histórico do produto desde a origem das sementes ou mudas até o consumidor final. Isso garante a transparência e a confiabilidade do sistema orgânico.
Certificação Orgânica
A certificação orgânica é um processo fundamental que garante ao consumidor que o produto adquirido foi produzido conforme as normas da agricultura orgânica. No Brasil, existem três mecanismos de certificação:
Certificação por auditoria: Realizada por empresas certificadoras credenciadas pelo MAPA.
Sistemas participativos de garantia (SPG): Onde produtores, consumidores e técnicos se organizam para garantir a qualidade orgânica.
Controle social na venda direta: Para agricultores familiares que vendem diretamente ao consumidor.
O processo de certificação envolve uma série de etapas, incluindo a adequação da propriedade às normas orgânicas, inspeções regulares e manutenção de registros detalhados.
Embora possa parecer complexo, a certificação traz inúmeros benefícios aos produtores, como acesso a mercados diferenciados, valorização do produto e aumento da confiança do consumidor.
Desafios da produção orgânica para o produtor

A produção orgânica no Brasil enfrenta diversos desafios, mas existem soluções práticas para superá-los.
Um dos principais obstáculos é a escassez de insumos orgânicos adequados. Para resolver isso, é essencial investir em pesquisa e desenvolvimento, além de promover a troca de conhecimentos entre produtores.
A comercialização também representa um desafio, especialmente para pequenos agricultores. Estratégias como participação em feiras, parcerias com restaurantes e uso de plataformas de e-commerce podem ampliar as oportunidades de venda.
O manejo de pragas e doenças sem pesticidas sintéticos requer conhecimento profundo e técnicas integradas. Capacitação contínua e intercâmbio de experiências são fundamentais para aprimorar essas práticas.
A transição para o orgânico é desafiadora, mas pode ser facilitada com apoio técnico e programas de incentivo governamentais.
Por fim, a educação do consumidor sobre os benefícios dos orgânicos é crucial para expandir o mercado, demandando esforços conjuntos em marketing e conscientização.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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