Economia
Lavouras de soja rendem metade do previsto no Tocantins
Colheita das primeiras lavouras já começou no estado, com menos de 40 sacos por hectare de produtividade
1 minuto de leitura 17/02/2024 - 17:13
Por: Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com
O produtor rural Hermann Weigand ficou abalado com o resultado das primeiras áreas colhidas na lavoura de soja que tem em Pium, a 130 km de Palmas, no Tocantins. A produtividade está muito abaixo do que previa.
“Nós já estávamos esperando uma redução devido ao clima, que castigou muito a lavoura em novembro e dezembro. Mas a surpresa foi grande porque não conseguimos colher nem 40 sacos por hectare”, contou ao Agro Estadão. Na safra anterior, a produtividade média nos 1.700 hectares foi de 70 sacas/hec.
Por telefone, o paranaense que vive no Tocantins há oito anos, diz que nunca passou por uma situação tão preocupante como agora. “Estou há mais de 30 anos na estrada. E esse ano a produção está baixa, os preços são baixos… E o cenário não demonstra que vai melhorar”, afirma.
“O clima é uma incerteza constante, mas preocupa mais porque estamos num cenário onde o produto está valendo muito pouco.”
Hermann Weigand, produtor de soja no Tocantins
O agricultor conta que no ano passado, comercializava a saca de 60 quilos de soja por R$ 150, e agora, não passa de R$ 100. “Ainda espero conseguir colher algo entre 50 e 55 sacas por hectare na média, o que seria praticamente o custo da lavoura”, conclui Weigand
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita da soja atingiu 21% no país. No Rio Grande do Sul e no Piauí, a colheita não começou, enquanto Goiás e Maranhão ainda estão finalizando a semeadura.
Aprosoja Brasil estima queda de até 50% na produtividade
O presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan, diz que lavouras com bons resultados até agora são “sorte”, porque a maioria dos relatos de agricultores é de problemas na colheita.
Segundo ele, de norte a sul do país, os relatos são de 40% a 50% de redução no que está sendo colhido. Galvan conversou por telefone com o Agro Estadão direto da fazenda em Vera, Mato Grosso. “Na minha lavoura, a área que aparentava resultar em 65 sacas por hectare, colheu 43 (sacas por hectare). Tenho área com 11, outras 17. Na média, onde sempre fechava 55 a 60 sacas, não vai dar mais de 35 (sacas por hectare)”, afirmou Galvan.
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