Economia
Fuligem nas plantas: como identificar e controlar
Alta umidade, temperaturas moderadas, presença de insetos sugadores, falta de ventilação e excesso de fertilizantes nitrogenados favorecem o desenvolvimento da fuligem

Redação Agro Estadão*
15/03/2025 - 08:00

A fuligem, também conhecida como fumagina, é um problema recorrente na agricultura que afeta diversas culturas, causando preocupação entre produtores rurais e agricultores.
Esta condição, causada por fungos que se desenvolvem sobre secreções de insetos como pulgões e cochonilhas, pode comprometer seriamente a saúde e a produtividade das plantas.
Por isso, identificar e controlar a fuligem é essencial para evitar perdas significativas na produção agrícola.
O que é fuligem e como ela afeta suas culturas?
A fuligem é uma doença causada por fungos saprófitos, principalmente do gênero Capnodium, que se desenvolvem sobre a superfície de folhas, caules e frutos.
Estes fungos não infectam diretamente o tecido vegetal, mas crescem sobre uma substância açucarada, secretada por insetos sugadores como pulgões e cochonilhas.
A fumagina se manifesta como uma camada escura e pegajosa que cobre as partes afetadas da planta, assemelhando-se a uma fina camada de pó de fumaça ou carvão.
O impacto da fuligem nas plantas é significativo, principalmente porque interfere no processo de fotossíntese. A camada escura formada pelo fungo bloqueia a luz solar, reduzindo a capacidade da planta de realizar o processo eficientemente.
Isso resulta em um crescimento retardado, amarelecimento das folhas e, em casos severos, pode levar à queda prematura de folhas e frutos. Além disso, a fuligem pode afetar a qualidade estética dos produtos, tornando-os menos atraentes para o mercado.
As culturas mais suscetíveis à fuligem incluem:
- Citros (laranja, limão, tangerina);
- Manga;
- Café;
- Abacate;
- Oliveira.
Identificando a fuligem em suas plantações
Para identificar a fuligem em suas plantações, é essencial realizar inspeções regulares e estar atento aos sintomas característicos.
As manchas escuras causadas pela fuligem geralmente começam a aparecer nas folhas superiores das plantas, onde os insetos sugadores tendem a se concentrar.
A textura da superfície afetada é pegajosa ao toque, devido à combinação das secreções dos insetos e do crescimento fúngico.
É importante diferenciar a fuligem de outras doenças e problemas nas plantas. Enquanto muitas doenças fúngicas penetram no tecido vegetal, a fuligem permanece na superfície e pode ser raspada com relativa facilidade.
Além disso, a presença de insetos sugadores nas proximidades das áreas afetadas é um forte indicador de que o problema é fuligem.
Para uma identificação precisa, especialmente em casos menos evidentes, recomenda-se coletar amostras para análise laboratorial. Ao coletar amostras, escolha folhas ou frutos que apresentem os sintomas típicos, armazene-os em sacos de papel (não plástico, para evitar acúmulo de umidade) e envie para um laboratório especializado em fitopatologia.
Fatores que favorecem o desenvolvimento da fuligem

O desenvolvimento da fuligem é favorecido por uma combinação de fatores ambientais e biológicos. As condições climáticas ideais para o crescimento dos fungos causadores da fuligem incluem alta umidade relativa do ar (acima de 80%) e temperaturas moderadas, geralmente entre 20°C e 30°C.
A presença de insetos sugadores é fundamental para o estabelecimento da fuligem. Pulgões, cochonilhas e moscas-brancas são os principais vetores, pois suas secreções açucaradas fornecem o substrato para o crescimento dos fungos.
A falta de ventilação adequada nas plantações e o excesso de umidade também contribuem significativamente para o problema. Plantios muito densos ou mal manejados criam microclimas favoráveis ao desenvolvimento da fuligem.
Além disso, o uso excessivo de fertilizantes nitrogenados pode exacerbar o problema, pois torna as plantas mais atrativas para insetos sugadores e cria condições de crescimento exuberante que favorecem a umidade e reduzem a circulação de ar.
Métodos de controle e prevenção da fuligem
Controle biológico
O controle biológico é uma abordagem ecológica e sustentável para combater a fuligem. Esta estratégia envolve o uso de predadores naturais e parasitoides para controlar as populações de insetos sugadores.
Joaninhas, crisopídeos e vespas parasitoides são exemplos de organismos benéficos que podem ser introduzidos ou incentivados nas plantações.
Além disso, a aplicação de bioinseticidas à base de fungos entomopatogênicos, como Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, pode ser eficaz no controle dos insetos vetores, reduzindo indiretamente a incidência de fuligem.
Controle químico
O uso de inseticidas específicos para controlar os insetos vetores da fuligem deve ser feito sob orientação de um engenheiro agrônomo, respeitando as dosagens recomendadas e os períodos de carência.
É importante escolher produtos seletivos que minimizem o impacto sobre os inimigos naturais. Para o controle direto dos fungos da fuligem, a aplicação de fungicidas cúpricos pode ser eficaz.
Estes produtos formam uma barreira protetora na superfície das plantas, inibindo o desenvolvimento dos fungos causadores da fuligem.
Práticas culturais
As práticas culturais desempenham um papel importante na prevenção e controle da fuligem. A poda e o raleio são essenciais para melhorar a ventilação e reduzir a umidade nas plantas.
Estas práticas permitem uma melhor circulação de ar e penetração de luz solar, criando condições menos favoráveis ao desenvolvimento da fuligem.
A limpeza regular das plantas, removendo partes afetadas pela fuligem, ajuda a reduzir a fonte de inóculo e prevenir a disseminação da doença.
Uma adubação equilibrada é fundamental para fortalecer as plantas e torná-las mais resistentes a pragas e doenças.
Evite o excesso de fertilizantes nitrogenados, pois isso pode estimular o crescimento excessivo de brotos tenros, que são mais suscetíveis ao ataque de insetos sugadores.
Um programa de nutrição balanceado, baseado em análises de solo e foliar, contribuirá para a saúde geral das plantas e sua capacidade de resistir à fuligem.
Por fim, o manejo eficaz da fuligem requer uma abordagem integrada, combinando práticas culturais adequadas, controle biológico e, quando necessário, intervenções químicas.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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