Economia
Faturamento dos distribuidores de insumos sobe 10,5% e atinge R$ 167 bilhões
Prévia do levantamento da Andav mostra que R$ 104 bilhões foram gerados pela distribuição de insumos, seguida por grãos e máquinas
 
                        Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com
05/08/2025 - 13:55

Os distribuidores de insumos agrícolas e veterinários associados à Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) atingiram um faturamento total de R$ 167 bilhões no último ano. A prévia dos dados foi anunciada nesta terça-feira, 05, durante a abertura do 14ª Congresso Andav. O volume é 10,5% superior ao registrado em 2023 (R$ 151 bilhões).
Desse volume, R$ 36 bilhões vieram da comercialização de grãos, R$ 27 bilhões de máquinas e outros itens e R$ 104 bilhões de insumos. Esse valor foi compilado a partir das informações dos 3.801 associados da entidade.
Segundo Paulo Tiburcio, presidente-executivo da Andav, esse mercado, em termos de estrutura física, cresceu 4,5%. Ele destacou ainda que, uma parcela considerável do investimento no setor foi desembolsado pelo próprio distribuidor. “A nossa margem é muito apertada. O distribuidor trabalha com uma margem líquida de 3% e financia 29%, o risco é muito grande”, disse ao Agro Estadão.

De acordo com Tiburcio, olhando para o segundo semestre, os distribuidores devem ficar atentos à governança. “As crises que a gente enfrenta, desde o Covid, desde a guerra, desde dólar e agora a crise geopolítica mais intensa… E, nesse momento, agosto, estamos muito perto de iniciar uma grande safra de verão. Então, não existe momento melhor para poder pôr em pauta os temas de gestão e de governança para a gente começar uma safra já com o pé direito”, salientou.
Por sua vez, o presidente do conselho diretor da Andav, José Hara, reforçou que a distribuição é mais que um elo da cadeia. “[A distribuição] É a força que leva a tecnologia ao campo, conecta soluções aos produtores e impulsiona a produção de alimentos que chega à mesa de milhões de brasileiros”, destacou.
A presidente da Embrapa, Silvia Massuhá, também esteve presente durante a abertura do 14ª Congresso Andav. Durante sua fala, ela destacou a importância da agricultura tropical. “Eu acho que é importante a gente associar esse momento à força que transforma a agroeconomia brasileira, mostrando a potência que o Brasil tem como uma potência agroambiental”, disse.
Em meio aos temas debatidos, as tarifas dos Estados Unidos não ficaram de fora. Caio Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, lembrou que o sistema de multilateralismo foi ultrapassado. Na visão dele, o mundo vive agora o unilateralismo, em que o Brasil precisa usar seus artifícios como negociador. “O Brasil vai ter que, realmente, enfrentar essa realidade com alguns instrumentos que o colocam como protagonista há anos e que não devemos perder, ou seja, a capacidade competitiva do agro e o bom senso de sua diplomacia”, disse.
Também participaram da cerimônia de abertura do Congresso da Andav 2025: o secretário-executivo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Alberto Amorim; remotamente, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema; e em vídeo, o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues e o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion.
 
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