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Economia

Etanol: executivo dos EUA vê 'comércio injusto' com o Brasil

Em congresso realizado em Cuiabá (MT), Ted McKinney, CEO da Nasda, afirmou que não há reciprocidade brasileira sobre o tema

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Daumildo Júnior | Cuiabá (MT) | daumildo.junior@estadao.com

28/10/2025 - 17:36

Ted McKinney participou do World Meat Congress (WMC) 2025, em Cuabá (MT). Foto: Balbino/IMAC
Ted McKinney participou do World Meat Congress (WMC) 2025, em Cuabá (MT). Foto: Balbino/IMAC

Para o CEO da Associação Nacional de Departamentos Estaduais de Agricultura (Nasda, na sigla em inglês), Ted McKinney, as tarifas impostas pelo governo norte-americano mundo afora buscam um “comércio justo”. Especificamente sobre o Brasil, a relação apontada por ele como “injusta” é a falta de reciprocidade quanto ao etanol

“Somos [Brasil e Estados Unidos] amigos há muito tempo. Compartilhamos muitas das mesmas tecnologias. Há muito o que nos alinha. Mas está ficando complicado agora, pois tentamos repetidamente por anos obter acesso ao mercado brasileiro de etanol, enquanto vocês já têm acesso a partes do nosso mercado. Não estamos vendo reciprocidade. Na visão dos nossos agricultores, isso é um comércio injusto. Isso não está certo”, destacou McKinney ao Agro Estadão. 

CONTEÚDO PATROCINADO

O americano participou de um dos painéis na World Meat Congress (WMC) 2025, realizado nesta terça-feira, 28, em Cuiabá (MT). Ele afirmou que concorda com a visão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 

“A esperança é que o nosso presidente [Trump], através das negociações dele, esteja resolvendo essa questão do etanol”, destacou. McKinney ainda comentou sobre as exportações ao mercado americano: “Após todos esses anos em que houve acesso irrestrito ao imenso mercado do Arizona e da Califórnia com etanol de cana do Brasil, por que é inapropriado retribuir e vender um pouco do nosso etanol de milho para o Brasil?”.

União para tratar de transgênicos com a China

O CEO da Nasda também defendeu uma união estratégica com os Estados Unidos para que a China libere a entrada de mais grãos transgênicos. Segundo ele, já há novas tecnologias nessa área, mas a cautela de Pequim atrasa os plantios nos países produtores, como o Brasil e os Estados Unidos. 

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“Brasil e Estados Unidos compartilham as mesmas tecnologias. O que é usado nos EUA é usado no Brasil. A China tem bloqueado isso, e temos empresas esperando para introduzir biotecnologia, germoplasma e sementes que usam a tecnologia mais recente e melhor, e ainda assim não podemos porque a China está dizendo não para o milho americano e talvez até para a soja, e talvez para o Brasil. […]  Precisamos fazê-los aprovarem essas tecnologias porque não é uma preocupação de segurança. É uma preocupação política”, disse à reportagem.

A China libera a entrada de milho e soja transgênicos, porém de forma deliberada. É preciso que a variedade seja reconhecida pelo país para que esses grãos possam ser importados. 

Quanto ao acordo EUA-China, a expectativa de McKinney é de que haja uma retomada de assunto ainda do primeiro acordo firmado no mandato anterior de Trump. “A China não comprou tudo que disseram que compraria, e mesmo as mais de 3 mil plantas de processamento de diferentes produtos que finalmente foram abertas para exportação para a China, algumas dessas agora estão sendo fechadas, retiradas da lista. Então, começar de onde parou seria um ótimo começo”, acrescentou.

*Jornalista viajou a convite do IMAC

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