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Economia

Empresas americanas buscam isentar o café das tarifas de Trump

Exportadores brasileiros do grão ainda não observam redirecionamentos de cargas ou antecipações de embarques

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Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com

24/07/2025 - 17:55

Foto: Tony Oliveira/CNA
Foto: Tony Oliveira/CNA

O setor de café americano iniciou uma mobilização junto a parlamentares dos Estados Unidos para retirar o produto das tarifas anunciadas por Donald Trump. A ideia é que seja criada uma lista de isenção para produtos naturais, não presentes no país norte-americano, no qual o café faria parte. 

A informação chegou aos exportadores brasileiros nesses últimos dias, conforme disse o diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Eduardo Heron. “Há uma proposta nos Estados Unidos, trabalhada pela National Coffee Association [NCA] junto com o setor privado, para que o café seja incluído numa lista de exceção de produtos naturais não disponíveis nos Estados Unidos. Tivemos ontem um relato de que a National Coffee Association estava se dirigindo para Washington para fazer as tratativas por lá”, afirmou ao Agro Estadão. 

CONTEÚDO PATROCINADO

A NCA é a entidade representativa de aproximadamente 90% do comércio de café nos Estados Unidos. Ela tem entre os membros produtores, torrefadores, importadores e marcas, como a Starbucks e a Coca-Cola. Ainda conforme Heron, o Cecafé “vem mantendo contatos regulares” com a associação. Ele ainda indicou que o presidente e CEO da NCA, Bill Murray, é quem está à frente dessas conversas na capital americana.   

“Há uma expectativa de que esse seja o caminho, mas a gente ainda não tem nada certo. Isso começou a ser tratado como uma proposta e começou agora a envolver o parlamento americano. Pode ser que evolua, mas no momento a gente não tem nenhuma garantia de que esse será o caminho para o café”, destacou. Ele acredita que essa medida não visa beneficiar países, mas sim produtos – indicando que ajudaria não só o Brasil, como outros fornecedores do grão. 

O Agro Estadão buscou uma confirmação oficial da NCA, mas até o momento não teve retorno do pedido. 

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Indústria americana preocupada

Heron diz ainda que a preocupação do lado americano é com relação a suprir a necessidade de café. Segundo o Cecafé, o Brasil responde por aproximadamente 34% das cerca de 24 milhões de sacas de 60 quilos importadas pelos Estados Unidos anualmente. 

“Tem havido uma mobilização no mercado americano justamente porque o Brasil tem a matéria-prima da indústria americana. E por conta de não ter um substituto no curto prazo, comprometendo os industriais americanos”, comentou. E acrescenta: “Um estudo promovido pela NCA indica que para cada US$ 1 importado de café, gera-se US$ 43 na economia americana”.

Sem redirecionamentos e antecipações

Quanto às movimentações nos portos e nas cargas em alto mar, o diretor afirma que não houve alterações. Havia rumores no mercado de que alguns navios, com destinos diferentes, estavam mudando de rota para ir aos Estados Unidos e chegar antes do dia 1º de agosto nos portos americanos. A data deve marcar o início das novas tarifas americanas para o mundo, incluindo o Brasil.

“Nós checamos aqui com as empresas, fizemos também contato com alguns transportadores marítimos se estava havendo esses eventos, mas não foi constatado antecipações ou mesmo redirecionamentos do café”, garantiu Heron. 

Segundo ele, mesmo que houvesse antecipação, o prazo para chegar nos principais portos estadunidenses não seria viável. Além disso, ainda há incertezas sobre a forma como será aplicada a tarifa de 50%; se será contando a data da saída do porto ou se será na data de chegada ao destino. “Isso não está escrito na regulação”, completou. 

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