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Economia

Como uma vaca pode valer R$ 24 milhões?

Especialista explica como a vaca mais cara do mundo representa o futuro da pecuária de alta performance

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Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com

28/03/2025 - 08:00

Foto: Casa Branca Agropastoril/Divulgação
Foto: Casa Branca Agropastoril/Divulgação

Ano após ano, a pecuária brasileira tem atingido novos níveis de excelência. Um dos marcos do último ano foi a consagração da vaca Carina FIV do Kado, da raça Nelore, como a mais cara do mundo. Avaliada em impressionantes R$ 24 milhões, Carina atingiu esse recorde durante o Leilão Cataratas Collection, realizado em Foz do Iguaçu (PR), em novembro.

O resultado é tão relevante que, quatro meses depois do acontecimento, ainda há quem pergunte: como uma vaca pode valer R$ 24 milhões? A principal resposta é: melhoramento genético. 

O gerente comercial da Nelore Paranã, Rodolfo Bilachi, explica que o aprimoramento genético permite acelerar o ciclo produtivo da pecuária, tornando o processo mais eficiente e rentável. “Todo mundo que mexe com o melhoramento genético quer produzir carne de qualidade, em menos tempo e respeitando o meio ambiente. É a pecuária do ciclo curto que a gente chama”, afirmou Bilachi. 

Hoje, a referência no Brasil e no mundo, no aspecto de genética bovina é o Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), com mais de 17,5 milhões de animais. O PMGZ auxilia os criadores no processo de seleção, identificando os bovinos mais precoces, férteis e com melhores índices de ganho de peso ou produção leiteira.

A multiplicação dos R$ 24 milhões

Para Bilachi, investir em uma vaca de alta qualidade, como a Carina FIV do Kado, vai além do dinheiro, almeja-se a multiplicação desse gene. “Eu quero multiplicar essa linhagem para poder usar na pecuária nacional, usar nas vacas de corte, que produzem o bezerro que nós vamos abater cada vez com menos idade, mais pesado, cada vez com carne de mais qualidade”, destacou.

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Ele enfatiza que, uma vaca de genética superior não vale milhões apenas pela carne ou pelo leite que pode produzir ao longo da vida. O grande atrativo está na produção de embriões. 

Entretanto, a multiplicação da qualidade desse animal de elite não seria possível sem a adoção de tecnologias, como a fertilização in vitro (FIV) e a transferência de embriões (TE). Com a adoção dessas técnicas, uma única vaca pode gerar centenas de bezerros ao longo dos anos de vida, multiplicando sua genética para rebanhos inteiros. “Essas técnicas permitem que animais superiores sejam utilizados em larga escala, beneficiando toda a cadeia produtiva”, ressalta. 

Foto: Casa Branca Agropastoril/Divulgação

Sustentabilidade

O melhoramento genético também desempenha um papel crucial na sustentabilidade da pecuária. Produzir mais carne em menos espaço reduz a necessidade de novas áreas de pastagem, contribuindo para a preservação ambiental. 

Além disso, a maior eficiência alimentar diminui os custos de produção e aumenta a rentabilidade do pecuarista. “Vemos vários projetos, como a emissão de carbono zero e a intensificação das pastagens em diversas propriedades. Sabemos e podemos comprovar que muitas dessas pastagens são sequestradoras de carbono. Além disso, mais de 20% da área é destinada à reserva legal. Hoje, o produtor brasileiro tem o compromisso de produzir com seriedade e com responsabilidade”, conclui o especialista. 

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