Economia
China e EUA reacendem guerra comercial e abalam mercado agrícola
Soja e milho encerram semana com quedas de até 1,52%, refletindo incertezas sobre encontro entre Trump e Xi Jinping

Redação Agro Estadão
10/10/2025 - 16:57

A possibilidade de um acordo comercial entre China e Estados Unidos (EUA) foi novamente afastada nesta sexta-feira, 10. Do lado chinês, o governo anunciou que passará a cobrar taxas portuárias especiais de navios ou empresas norte-americanas a partir do dia 14 deste mês.
Enquanto isso, o presidente norte-americano, Donald Trump, usou suas redes sociais para afirmar que não há motivos para se reunir com o presidente da China, Xi Jinping. Um encontro entre os dois líderes era aguardado para daqui a duas semanas, na Coreia do Sul.
Trump ainda afirmou que os EUA estão calculando um aumento expressivo nas tarifas de importação de produtos chineses, em resposta às recentes medidas de Pequim. O líder norte-americano acusou o governo chinês de enviar cartas a diversos países informando sobre planos de impor controles de exportação sobre elementos de terras raras – minerais críticos usados na indústria de tecnologia e defesa.
O mercado agrícola reagiu ao agravamento da guerra comercial. O contrato da soja para novembro na Bolsa de Chicago encerrou o dia em forte queda de 1,52%, cotado a US$ 10,06 por bushel. No mesmo movimento, o vencimento de janeiro caiu 1,47%, chegando aos US$ 10,23 por bushel. Na semana, os vencimentos futuros acumularam perdas de 1,11% e 1,33%, respectivamente.
O mesmo cenário foi observado no milho. O contrato de dezembro negociado em Chicago encerrou o dia cotado a US$ 4,13 por bushel, com queda de 1,26% na sessão. O vencimento de março/26 perdeu 1,15%, cotado a US$ 4,29 por bushel. As perdas semanais, respectivamente, foram de 1,43% e 1,55%. Além da guerra comercial, pesou também no mercado a queda do petróleo, reduzindo a competitividade do etanol de milho.
Safra recorde derruba cotações do trigo
No caso do trigo, a baixa foi influenciada pelo cenário de oferta global recorde. Grandes colheitas são esperadas na Argentina e na Austrália nas próximas semanas, o que derrubou novamente as cotações.
O trigo para dezembro caiu 1,58% em Chicago, cotado a US$ 4,98 por bushel. Na Bolsa de Kansas, o contrato do mesmo mês perdeu 1,38%, a US$ 4,83 centavos por bushel. Na semana, os futuros acumulam quedas de 3,25% e 2,82%, respectivamente.

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