Economia
China prorroga investigação sobre importação de carne bovina
País asiático apura suposto excesso de oferta de carne bovina no mercado interno; processo pode resultar em taxas ou cotas de importação

Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com
06/08/2025 - 16:21

O Ministério do Comércio da República Popular da China anunciou nesta quarta-feira, 06, uma prorrogação da investigação para aplicar medidas de salvaguarda sobre a importação de carne bovina. Até então, a data para a finalização dos trabalhos era o final de agosto. Agora, o novo prazo é 26 de novembro.
O processo, iniciado no final do ano passado, é acompanhado por exportadores do mundo todo, principalmente, pelo Brasil. O país asiático é o principal mercado da carne bovina brasileira, com 1,3 milhões de toneladas embarcadas em 2024, o que gerou uma receita de R$ 5,9 bilhões.
O comunicado do governo chinês não detalha os motivos do adiamento do prazo, apenas aponta que considerou “a complexidade do caso”. Como mostrado pelo Agro Estadão, alguns caminhos possíveis são a China colocar uma sobretaxa para o produto, estabelecer cotas de importação ou mesmo adotar ambas as medidas.
A reportagem procurou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), mas até o momento não teve retorno da entidade.
A investigação foi motivada por um suposto excesso de oferta de carne bovina no mercado interno chinês. Segundo a justificativa do governo do país asiático, isso fez com que os preços caíssem, afetando produtores e a indústria local. Vale lembrar que a medida não é apenas sobre o produto brasileiro, mas abrange importações de carne bovina de todo o mundo. Além do Brasil, Argentina, Austrália, Uruguai e Estados Unidos podem ser os países mais afetados caso as medidas de salvaguarda sejam adotadas.

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