Economia
Cade aprova compra da Sierentz pela SLC Agrícola
A transação foi anunciada no início do mês por US$ 135 milhões.
Broadcast Agro
27/03/2025 - 14:18

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a compra da Sierentz Agro Brasil pela SLC Agrícola, por meio de sua subsidiária SLC Agrícola Centro-Oeste. A decisão, publicada na terça-feira, 25, no Diário Oficial da União (DOU), autoriza a conclusão do negócio anunciado no início do mês por US$ 135 milhões.
A aquisição envolve cerca de 96 mil hectares de áreas arrendadas nos Estados do Maranhão, Piauí e Pará. Parte das terras, cerca de 33 mil hectares, será repassada à Terrus S.A., enquanto o restante será operado diretamente pela SLC a partir de 1º de julho. Com isso, a companhia projeta elevar sua área plantada para aproximadamente 850 mil hectares na safra 2025/26.
Segundo o parecer do Cade, “a operação não possui o condão de acarretar prejuízos ao ambiente concorrencial”, uma vez que as participações de mercado da SLC e da Sierentz são consideradas baixas. A análise levou em conta os segmentos de produção de grãos, sementes, criação de gado e caroço de algodão.
A compra segue a estratégia de crescimento da SLC baseada em terras arrendadas. Hoje, cerca de dois terços da área operada pela empresa já são cultivados sob este modelo. “Nosso modelo é formado por unidades produtivas independentes, o que nos dá flexibilidade para crescer sem perder controle sobre custos e produtividade”, afirmou o CEO, Aurélio Pavinato, durante apresentação a investidores após o anúncio da operação, em 7 de março.
O executivo disse ainda que a companhia não vê um limite operacional para a expansão, desde que haja retorno dentro dos parâmetros estabelecidos. “Cada fazenda é como uma fábrica, com equipes completas e suporte do time corporativo. Esse modelo nos dá segurança para seguir a expansão”, afirmou.
A integração das novas áreas será gradual. A produção inicial será focada em soja e milho, com entrada do algodão prevista a partir do terceiro ano, conforme a adaptação da infraestrutura. As fazendas adquiridas ficam próximas de unidades da SLC no Maranhão, o que deve gerar sinergias logísticas no beneficiamento da fibra.
O CFO, Ivo Brum, afirmou na ocasião que o retorno da transação está dentro do padrão da companhia, que busca uma taxa interna de retorno (TIR) de CDI + 5%. O pagamento será feito em três parcelas, com conclusão total até abril de 2027.
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Minerva alerta pecuaristas após China detectar resíduo acima do limite na carne bovina do Brasil
2
Decisão sobre salvaguardas da China leva tensão ao mercado da carne bovina
3
Banco do Brasil usa tecnologia para antecipar risco e evitar calotes no agro
4
China cancela compra de soja de 5 empresas brasileiras
5
Reforma tributária: o que o produtor rural precisa fazer antes de janeiro?
6
Consórcio de máquinas agrícolas cresce 149% em 5 anos e ultrapassa o de caminhões
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Economia
Clima e preços recordes marcam o ano do café, aponta Cepea
No mercado externo, estoques em níveis ajustados e produção do Vietnã também contribuíram com preços elevados
Economia
Brasil amplia mercados do agro em Marrocos, Iraque, Singapura e Argentina
Abertura inclui exportação de feno para África e Ásia e de bulbos de cebola para o mercado argentino
Economia
China impõe tarifas provisórias de até 42,7% sobre lácteos da União Europeia
Medida busca aliviar produtores de leite da China, pressionados por excesso de oferta e preços baixos; anúncio ocorre dias após taxas à carne suína europeia.
Economia
Moçambique abre mercado para material genético avícola do Brasil
O país africano já importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025
Economia
China já comprou mais da metade da soja prevista em acordo com EUA
Volume das compras soma ao menos 7 milhões de toneladas de soja, porém, realização dos embarques ainda preocupa o mercado
Economia
Acordo Mercosul-UE enfrenta resistência e fica para 2026
Países europeus se dividem sobre o acordo: defensores veem ganho comercial e menor dependência da China, enquanto o setor agrícola lidera a resistência
Economia
Brasil abre mercado de feijões a quatro países asiáticos
Armênia, Belarus, Cazaquistão e Quirguistão, da União Euroasiática, autorizaram exportações de feijão comum e de feijão fradinho
Economia
Governo amplia regras para a renegociação de dívidas; veja o que muda
Nova MP inclui safra 2024/2025 e CPRs, mas CNA e governo do Rio Grande do Sul consideram medidas insuficientes