Economia
Brasil exporta 4,293 milhões de sacas de café em março; volume é recorde para o mês
As vendas de todos os tipos de cafés cresceram, porém a variedade canéfora avançou 689,4% em relação a março de 2023
Da Redação
09/04/2024 - 16:53

As exportações brasileiras de café totalizaram 4,293 milhões de sacas de 60 kg em março de 2024, o que representa um incremento de 37,8% em relação a março do ano passado. Além disso, o volume é recorde para este mês em toda a série histórica feita pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Em receita, o desempenho é 35,2% superior no mesmo intervalo comparativo, saltando de US$ 675,7 milhões, em março de 2023, para os atuais US$ 913,6 milhões.
Todos os tipos de café embarcados pelo Brasil apresentaram crescimento no mês passado, com o destaque ficando com os canéforas, que avançaram 689,4% em relação a março de 2023.
“Dada a produção relevante de conilon na safra 2023/24, que pode se repetir no ciclo 2024/25, o Brasil tem conseguido atender à demanda internacional, suprindo dificuldades causadas pelos problemas climáticos na Indonésia e no Vietnã”, analisa Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, em nota.
Resultados do café no trimestre
O primeiro trimestre de 2024 termina com o embarque de 11,9 milhões de sacas de café, o que representa alta de 42,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse também é o maior volume da série histórica estatística do Cecafé para os três primeiros meses de cada ano. A receita cambial cresceu 38,2% no período e chegou a US$ 2,495 bilhões, a melhor performance nos últimos cinco anos, segundo o Cecafé..
O café arábica foi o mais exportado (9,19 milhões de sacas), com 76,9% do total, seguido da variedade canéfora (1,872 milhão de sacas), ocupando 15,66% do espaço. Na sequência, vêm o segmento do café solúvel, com 879,4 mil sacas – queda de 4,4% e 7,35% do total – e a seção do produto torrado e torrado e moído, com 9.221 sacas (-14,8% e 0,08% de representatividade).
Principais compradores do café brasileiro
Os 10 principais compradores dos cafés do Brasil elevaram suas aquisições nos três primeiros meses deste ano. Os Estados Unidos lideram o ranking, importando 2,032 milhões de sacas, ou 30% a mais frente ao primeiro trimestre de 2023, o que equivale a 17% das exportações totais.
A Alemanha, com representatividade de 14,5%, adquiriu 1,731 milhão de sacas (+57,4%) e ocupou o segundo lugar na tabela. Na sequência, vêm Bélgica, com a compra de 1,298 milhão de sacas (+186,2%); Itália, com 946.421 sacas (+46,7%); e Japão, com 611.845 sacas (+29,7%).
Do sexto ao décimo lugares, destaca-se o desempenho do México, que saltou para a nona posição no ranking com a importação de 317.360 sacas de todos os tipos de cafés do Brasil, entre janeiro e março de 2024, montante que implica substancial crescimento de 721,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023 e equivale a 2,7% do total.
“O México, por exemplo, importou 286,5 mil sacas de café verde (in natura) do Brasil, principalmente de conilon e robusta, no primeiro trimestre. Esse montante representa significativo aumento de 1.000% na comparação com o mesmo período de 2023. Os mexicanos são conhecidos por sua planta de café solúvel, o que implica que o conilon e o robusta brasileiros atendem bem aos critérios desse segmento e servem de base para a fabricação do produto que os mexicanos consomem e também reexportam”, aponta Ferreira.
Cafés diferenciados
Os cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis respondem por 18% das exportações totais brasileiras do produto no primeiro trimestre de 2024, com a remessa de 2,158 milhões de sacas ao exterior. Esse volume representa aumento de 29,6% frente ao registrado nos três primeiros meses de 2023.
O preço médio do produto foi de US$ 231,95 por saca, gerando uma receita cambial de US$ 500,5 milhões, o que corresponde a 20,1% do obtido com os embarques totais de café no trimestre. No comparativo anual, o valor é 20,9% superior ao registrado nos mesmos três meses do ano passado.
Mercado interno
No cenário interno, o presidente do Cecafé observa que, como reflexo dos preços mais altos dos canéforas, já se observa uma gradativa redução da participação do conilon nos blends das indústrias, com o percentual se aproximando do observado nos anos anteriores à escassez de arábica, após a geada de 2021.
“A redução dos robustas nos blends também vem sendo possível devido à relevante recuperação das safras de arábica nos últimos dois anos. E o início da colheita de uma esperada boa safra de arábica em 2024/25, a partir de maio, deverá favorecer ainda mais o incremento dessa espécie no blend nacional”, projeta Ferreira
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