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Economia

Brasil deve produzir menos café em 2025, aponta Conab

Safra deve ser 4,4% menor; bienalidade e clima contribuem para queda de 3% na produtividade média, de 28 sacas de café por hectare 

Nome Colunistas

Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com

28/01/2025 - 09:11

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

O Brasil deve produzir menos café em 2025, totalizando 51,8 milhões de sacas de produto beneficiado. O volume é 4,4% inferior à safra passada, segundo a primeira estimativa para este ciclo divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta terça-feira, 28.

A produtividade média do café também deve reduzir (3%) e ficar em 28 sacas por hectare. Segundo a Conab, o resultado foi influenciado pelo ciclo de baixa bienalidade, os efeitos da restrição hídrica e altas temperaturas nas fases de floração.

CONTEÚDO PATROCINADO

Por outro lado, a área total destinada ao cultivo do café no país cresceu 0,5% e alcançou 2,25 milhões de hectares. Dessa área, 1,85 milhão de hectares estão em produção e 391,46 mil hectares em formação de cafezais.

Café conilon cresce 17,2% e arábica cai

A estimativa de produção do café arábica é de 34,7 milhões de sacas, uma queda de 12,4% em relação ao ano anterior. Segundo a Conab, esse desempenho reflete a bienalidade e as adversidades climáticas, especialmente em Minas Gerais, o maior produtor, onde a redução foi de 12,1%.

Já a produção de café conilon deverá alcançar 17,1 milhões de sacas, o que representa crescimento de 17,2%. De acordo com a estimativa, o resultado é impulsionado principalmente pelos bons resultados no Espírito Santo, que responde por 69% da produção nacional dessa espécie.

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Situação nos estados produtores

A primeira estimativa da Conab para a produção de café no Brasil traz realidades diversas entre os estados produtores. 

Minas Gerais

O maior produtor nacional de café deve alcançar 24,8 milhões de sacas, uma redução de 11,6% em relação ao ano anterior. Segundo a Conab, a produção em Minas Gerais é influenciada pelo ciclo de baixa bienalidade e também pela seca prolongada que aconteceu antes da floração. 

Espírito Santo

Segundo maior produtor, o Espírito Santo deve produzir 9% a mais de café. O total da safra deve somar 15,1 milhões de sacas, impulsionado pela produção de conilon, que está estimada em 11,8 milhões de sacas. 

A produção dessa espécie deve ser 20,1% maior devido aos bons volumes de chuvas registrados entre julho e agosto. Segundo os técnicos da Conab, isso viabilizou “a emissão das primeiras floradas e pegamento, resultando em bom potencial produtivo”. Enquanto isso, o arábica deve recuar 18,1% no estado. 

São Paulo

O estado de São Paulo produz exclusivamente arábica, que deve resultar em 4,6 milhões de sacas neste ano. O volume é 15,3% inferior ao ciclo passado, também devido à baixa bienalidade e condições climáticas adversas. 

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Bahia

A Bahia deve produzir 11,3% a mais de café, com 3,4 milhões de sacas. Dessas, 2,2 milhões são de conilon e 1,2 milhão de arábica. 

Rondônia

A produção em Rondônia é exclusivamente de conilon. Para esta safra, a projeção é de 2,2 milhões de sacas, o que significa crescimento de 6,5%.

Outros estados

A produção no Paraná e no Rio de Janeiro é predominantemente de arábica. Os estados devem colher 675,3 mil e 373,7 mil sacas, respectivamente. Goiás e Mato Grosso projetam reduções devido à bienalidade negativa e condições climáticas, com produções de 195,5 mil e 267,6 mil sacas, respectivamente.

Exportações de café 

As exportações de café brasileiro em 2024 foram recorde, com 50,5 milhões de sacas de 60 quilos enviadas ao mercado internacional. O volume é 28,8% superior em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o que gerou uma receita de US$ 12,3 bilhões (+52,6%)

Segundo a Conab, o aumento das exportações contribuiu para uma queda significativa dos estoques nacionais de café. Ao final do primeiro semestre de 2024, o volume armazenado era de 13,7 milhões de sacas, 24% abaixo do registrado em 2023. Ainda de acordo com a companhia, a tendência é de novos recuos nos estoques devido à forte demanda externa, o que deve ser observado também em escala global.

Mercado internacional de café

Na estimativa de safra de café no Brasil, a Conab destaca a situação no mercado global. A expectativa é de maior restrição na oferta, com estoques em patamares historicamente baixos e uma demanda crescente no mercado internacional.

A produção mundial está estimada em 174,9 milhões de sacas (+4,1%), enquanto o consumo global deve alcançar 168,1 milhões de sacas,  segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Isso acaba gerando um estoque final de 20,9 milhões de sacas, o menor das últimas 25 temporadas. Diante disso, os preços do café arábica e do robusta têm registrado elevações significativas nas bolsas de Nova Iorque e Londres, respectivamente, lembra a Conab.

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