Economia
Uma árvore oca abrigou uma família de imigrantes no RS e você pode visitá-la
Enfrentando desafios, imigrantes italianos transformaram uma árvore oca em moradia temporária

Redação Agro Estadão*
17/07/2025 - 08:00

No coração da Serra Gaúcha, uma história extraordinária de superação e engenhosidade se entrelaça com as raízes de uma árvore centenária.
A família Dall’Acqua, imigrantes italianos que chegaram ao Sul do Brasil no final do século XIX, encontrou abrigo em uma árvore oca, transformando-a em seu primeiro lar em terras brasileiras.
Localizada ao lado do restaurante Nona Ludia, em Bento Gonçalves (RS), a árvore se tornou um ponto turístico que conecta o passado ao presente, oferecendo aos visitantes uma experiência única.
Os desafios dos imigrantes italianos no sul
O cenário da imigração italiana para o Sul do Brasil, entre o final do século XIX e início do XX, foi marcado por esperança e adversidades.
Os recém-chegados se depararam com uma realidade desafiadora: terras inexploradas, ausência de infraestrutura e a necessidade urgente de construir abrigos. Neste contexto, a criatividade e a capacidade de improvisação se tornaram ferramentas para a sobrevivência.
Os imigrantes, muitos deles agricultores em sua terra natal, tiveram que adaptar seus conhecimentos às condições locais.
Enfrentaram o desafio de desbravar a mata densa, preparar o solo para o cultivo e, simultaneamente, estabelecer moradias que os protegessem das intempéries.
A árvore oca

Em meio a esse cenário de desafios, a família de Giuseppe Dall’Acqua fez uma descoberta que mudaria sua trajetória: uma árvore oca de grande porte, conhecida localmente como umbu (Phytolacca dioica).
O umbu pode atingir até 30 metros de altura, com copa ampla e tronco dilatado que chega a mais de 1 metro de diâmetro. É originário da América do Sul.
Segundo a Embrapa, “a característica mais notável dessa espécie é o extraordinário desenvolvimento da base do tronco, que engrossa nos exemplares adultos, adquirindo formato de pedestal muito irregular, de onde saem troncos secundários de grossura variada”.
Na natureza, sempre serviu para sombra e abrigo para animais, atraindo aves com seus frutos.
Esta árvore em Bento Gonçalves (RS), com idade estimada em centenas de anos, ofereceu à família uma solução temporária para a necessidade de abrigo dos imigrantes.
Com recursos limitados, o casal Dall’Acqua demonstrou notável engenhosidade ao adaptar o interior da árvore. O processo envolveu a limpeza cuidadosa do espaço interno, a vedação de aberturas para proteção e a organização para acomodar a família.
A árvore, com sua cavidade natural ampla o suficiente para abrigar uma família, tornou-se um símbolo da capacidade de adaptação daquelas pessoas.
O legado da árvore oca
Após o período na árvore oca, a família Dall’Acqua gradualmente se estabeleceu na região, contribuindo para o desenvolvimento de Bento Gonçalves, conhecida internacionalmente pelos vinhos de qualidade.
A influência italiana na agricultura do Sul do Brasil é profunda e duradoura. Os imigrantes trouxeram consigo técnicas de cultivo, especialmente na vitivinicultura, que transformaram a região em um dos principais polos vinícolas do país.
Hoje, a história da árvore oca dos Dall’Acqua é um marco cultural na rota “Caminhos de Pedra” em Bento Gonçalves. Neste roteiro turístico, aos visitantes podem experimentar a cultura, a gastronomia e as tradições preservadas pelos descendentes dos imigrantes.
Como conhecer a árvore oca?


A árvore oca que abrigou a família Dall’Acqua pode ser encontrada ao lado do restaurante Nona Ludia, um dos pontos de parada da rota.
“Hoje, visitar o local onde essa família viveu é mais do que fazer um passeio. É entrar numa cápsula do tempo, sentir na pele o que foi a chegada dos primeiros imigrantes”, dizem os blogueiros de viagem Rosana Klafke e Vitor de Arruda Pereira que visitaram o local em maio de 2025.
Para planejar sua visita, é recomendável entrar em contato diretamente com o restaurante para informações atualizadas sobre horários de funcionamento e melhores épocas de visitação.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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