PUBLICIDADE

Economia

Argentina reduz impostos sobre as exportações de grãos

Apesar de tímidas, as reduções podem pressionar os preços futuros, sobretudo da soja, já afetada pelo ritmo lento das compras chinesas, avalia Carlos Cogo

Nome Colunistas

Redação Agro Estadão*

09/12/2025 - 11:39

A Argentina reduziu as retenciones sobre milho, trigo, sorgo, cevada, soja e seus derivados. | Foto: Adobe Stock
A Argentina reduziu as retenciones sobre milho, trigo, sorgo, cevada, soja e seus derivados. | Foto: Adobe Stock

O governo da Argentina anunciou nesta terça-feira, 09, uma nova redução de impostos sobre as exportações de grãos. O alívio nas chamadas “retenciones” sobre produtos agropecuários já era esperado, depois que o presidente Javier Milei prometeu diminuir gradualmente as restrições sobre as exportações do país.

Com a medida, a alíquota sobre as exportações de soja será reduzida de 26% para 24% e os derivados da soja passarão de 24,5% para 22,5%. Para o trigo e a cevada, a redução será de 9,5% para 7,5%, enquanto os impostos sobre milho e sorgo cairão de 9,5% para 8,5%.

CONTEÚDO PATROCINADO

Essa é a quarta sinalização da Argentina de afrouxamento nas regras das “retenciones”. Em janeiro deste ano, o governo argentino reduziu temporariamente a alíquota sobre os grãos. Depois, anunciou que as novas alíquotas seriam permanentes e ainda ampliou os benefícios para o setor de carnes. Por último, em setembro, suspendeu todas as “retenciones” até completar o limite de U$ 7 bilhões comercializados, o que durou apenas três dias.

Mesmo com idas e vindas, o governo da Argentina deve arrecadar US$ 8,2 bilhões com “retenciones” em 2025 — valor superior ao arrecadado no ano passado, quando os impostos sobre produtos agrícolas somaram US$ 5,5 bilhões. A alta, segundo o jornal Clarín, seria resultado de uma produção maior de grãos e de melhores preços praticados neste ano.

Impactos

Para o consultor Carlos Cogo, a redução é pequena para interferir na competitividade dos grãos brasileiros no mercado externo. No entanto, o analista não descarta que a ação possa interferir nos preços. “Não tem grande impacto para o Brasil, mas pode ser baixista sobre os futuros em Chicago, que já sofrem com a fraqueza das compras de soja americana por parte da China”, disse ao Agro Estadão.

Dados da consultoria mostram ainda que, das 12 milhões de toneladas de soja que a China havia prometido comprar dos Estados Unidos, apenas 2,9 milhões foram efetivamente adquiridos, o equivalente a 24% do acordado, mesmo com o ano chegando ao fim.

“O mercado está prevendo que esses ganhos recentes de Chicago pelo acordo EUA–China poderão ser devolvidos caso esse ritmo de compras chinesas siga arrastado e bem distante das metas estabelecidas”, explica a consultor da Cogo Inteligência Agropecuária.

* com informações do El Clarín

Siga o Agro Estadão no WhatsApp, Instagram, Facebook, X, Telegram ou assine nossa Newsletter

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

Com superávit de US$ 21 bi, agro paulista mantém 2º lugar em exportações no País

Economia

Com superávit de US$ 21 bi, agro paulista mantém 2º lugar em exportações no País

Vendas externas de janeiro a novembro de mostram altas em café, carnes e soja; açúcar, produtos florestais e sucos tiveram recuo

PIB, juros e inflação: CNA aponta o que esperar para 2026 

Economia

PIB, juros e inflação: CNA aponta o que esperar para 2026 

Confederação analisa resultados do setor em 2025 e aponta perspectivas para a agropecuária no próximo ano

Cecafé: exportador tem prejuízo de R$ 8,7 mi com infraestrutura defasada

Economia

Cecafé: exportador tem prejuízo de R$ 8,7 mi com infraestrutura defasada

Atrasos e limitações nos portos impediram embarque de 2 mil contêineres

CNA projeta impacto negativo de US$ 2,7 bilhões com tarifas americanas em 2026

Economia

CNA projeta impacto negativo de US$ 2,7 bilhões com tarifas americanas em 2026

Em balanço e perspectivas para o próximo ano, a entidade também destacou que o setor deve ficar atento à relação com a China e com a União Europeia

PUBLICIDADE

Economia

Salvaguardas agrícolas endurecem acordo Mercosul–UE; saiba o que mudou

As alterações incluem prazos mais curtos e a aplicação das normas de proteção para produtos agrícolas, como carne bovina e aves

Economia

Filipinas proíbem importações de carne suína da Espanha e de Taiwan

A suspensão ocorre após novos casos de peste suína africana nos dois locais; medida pode beneficiar as exportações brasileiras

Economia

Faturamento da exportação de ovos cresce quase 33% em novembro

De acordo com a ABPA, Brasil exportou, no acumulado do ano, 38,6 mil toneladas, o que representa um aumento superior a 135%

Economia

Europa recolhe carne bovina do Brasil e amplia pressão contra acordo Mercosul-UE

Medida foi tomada em pelo menos 11 países da UE e no Reino Unido por causa de hormônios proibidos em lotes de carne brasileira

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.