Economia
Agronegócio acelerou exportações em Santos após anúncio de tarifaço de Trump
Os embarques de carne bovina cresceram 96% e os de café, 40%; movimento foi feito por exportadores para antecipar vendas sem tarifa
Paloma Santos | Brasília
28/07/2025 - 15:13

Nas duas semanas após o anúncio de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos, os embarques de produtos do agronegócio no Porto de Santos registraram alta expressiva. As exportações de carne bovina cresceram 96%, as de café subiram 40% e as de celulose também tiveram aumento. Localizado no litoral paulista, o porto é responsável por cerca de 30% da corrente comercial do Brasil com o mundo.
Segundo o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, os percentuais podem ser interpretados “como uma corrida para a carga chegar aos EUA antes da vigência do tarifaço. Tanto que agora não se nota mais esse movimento, por conta do período de 14 dias ou mais que um cargueiro leva para navegar até lá. Ou seja, já não há mais tempo para a carga chegar ao território americano antes do início de vigência da nova tarifa”, disse.
São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul — responsáveis por mais de 50% do PIB nacional e por grande parte da produção agroindustrial do País — utilizam o porto como principal via de escoamento. Juntos, formam um mercado consumidor estimado em US$ 1,037 trilhão.
Dados da Autoridade Portuária de Santos, empresa pública vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos que administra o ancoradouro, demonstram que, no ano passado, o Porto de Santos arrecadou R$ 200 bilhões em tarifas para o Brasil e foi responsável pelo escoamento de:
- 95% do algodão produzido no Brasil;
- 95% do suco de laranja;
- 71 % do café;
- 71% de açúcar;
- 65% da carne bovina;
- 42% do milho e
- 28% da soja.
EUA em 2º lugar
Considerando os produtos exportados e importados pelo Porto de Santos, a China é o principal parceiro comercial brasileiro, respondendo por 47,1% do movimento. Em seguida aparecem os Estados Unidos, com 22,2% das trocas, a Alemanha, com 8%, a Índia, com 5,3%, e o Japão, com 5%. Os demais países somam 12,4% das operações.
Ainda de acordo com a estatal, os produtos mais enviados pelo ancoradouro para os EUA são: petróleo bruto, semimanufaturados de ferro e aço, aviões, carne bovina congelada, sumos de frutos, café, pastas químicas de madeira, entre outros.
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