Economia
ABPA vê impacto global limitado da demanda dos EUA por ovos
Segundo a presidência da entidade, Brasil exporta apenas 0,9% de sua produção total, mas números podem aumentar nos próximos meses

Broadcast Agro Estadão
28/02/2025 - 14:58

A recente decisão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de investir US$ 1 bilhão no combate à gripe aviária e na importação de ovos para suprir a escassez causada pela doença pode trazer oportunidades para o Brasil, mas com efeitos limitados no mercado global de ovos e nos preços do produto, avaliou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.
Ele destacou que há, de fato, uma intenção crescente de exportar. “Já ocorre o processamento de ovos brasileiros para consumo humano nos Estados Unidos. Em janeiro, os embarques tiveram crescimento de 33%, atingindo cerca de 220 toneladas”.
Embora o volume seja modesto, considerando que o Brasil exporta apenas 0,9% da sua produção total, Santin acredita que os números podem aumentar nos próximos meses. “Já se esperam volumes mais expressivos registrados agora em fevereiro, conforme indicam algumas empresas do setor”.
A produção de ovos no Brasil é predominantemente voltada para o mercado doméstico, mas, segundo o presidente da ABPA, os produtores brasileiros estão “prontos para atender a parte da demanda por importações dos Estados Unidos, o que deve gerar importantes receitas cambiais para o Brasil”.
Sobre a possível influência dessa alta demanda nos preços globais de ovos, Santin é cauteloso. “O mercado de exportações de ovos não tem o mesmo nível de fluxo que outros setores de proteínas, como aves, suínos e bovinos”.
Com isso, ele acredita que o impacto no mercado internacional será pontual. “Espera-se um choque inicial com a alta demanda, que provavelmente será maior do que a oferta de ovos para exportação. Contudo, é esperado que, aos poucos, ocorra uma regularização e o estabelecimento de níveis de negócios”.
No Brasil, os efeitos dessa situação nos preços internos de ovos são considerados mínimos, uma vez que as exportações representam uma fatia muito pequena da produção nacional. “No mercado interno brasileiro, não se esperam efeitos, já que as exportações são destino de apenas 0,9% de tudo o que o Brasil produz”, concluiu Santin.
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