Cotações
Valorização do milho contrasta com queda acentuada do açúcar
Queda nos preços do açúcar pressiona margem das usinas, exigindo reavaliação das estratégias de produção, aponta Markestrat
Redação Agro Estadão
27/10/2025 - 16:15

A semeadura do milho de primeira safra avança com boas condições climáticas no Sul do país, especialmente no Paraná, que lidera o ritmo de plantio. O movimento, segundo os especialistas da Markestrat Group, desencadeou a valorização semanal de 0,83% do grão negociado no mercado físico, refletindo uma demanda firme e otimismo com a produtividade inicial.
Apesar disso, os contratos futuros do grão apresentaram pequenas variações negativas. Conforme os especialistas, o quadro mostra uma cautela do mercado diante do aumento expressivo da produção de etanol de milho, que deve representar cerca de 32% do total nacional na próxima safra — um salto em relação aos 23% atuais. “A entrada de novas unidades produtoras reforça a tendência de consolidação do etanol de milho como componente estratégico da matriz energética brasileira”, destaca a Markestrat em relatório.
Em contrapartida, o mercado de açúcar vive um movimento oposto. No acumulado do mês, a commoditie acumula queda superior a 7% nos contratos futuros, refletindo o excesso de oferta global e o impacto direto da expansão do etanol de milho no Brasil.
De acordo com dados compilados pela Markestrat, até a sexta-feira, 24, o açúcar no mercado físico recuou 4,19% no mês, sendo negociado a R$ 113,48 por saca. Enquanto isso, os contratos futuros para março e maio de 2026 caíram 7,53% e 7,84%, respectivamente. Diante do cenário de baixa, a margem das usinas de cana-de-açúcar segue pressionada, “reforçando a necessidade de planejamento estratégico do mix de produção e comercialização, diante da crescente competição com o etanol”, apontam os especialistas.
“Em contrapartida, o etanol apresenta leve recuperação, com alta semanal de 1,37%, impulsionado pela demanda firme e pelo redirecionamento de parte da moagem, cenário que evidencia a competição crescente entre açúcar e biocombustíveis dentro do setor sucroenergético”, salienta o documento.
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