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Markestrat: tarifaço de Trump pode abalar confiança no dólar e estimular outras moedas

Cenário de instabilidade cambial pode afetar a competitividade e a previsibilidade dos embarques, dizem os especialistas

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Redação Agro Estadão

07/04/2025 - 20:38

Foto: Adobe Stock
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A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas adicionais a produtos importados de países parceiros — incluindo o Brasil, com 10% — expõe um impasse estratégico que há décadas ronda a economia norte-americana: como manter o dólar como principal moeda de reserva global?

Segundo análise da consultoria Markestrat, ao tentar proteger e fortalecer a indústria local com medidas de viés protecionista, o governo norte-americano pode colocar em risco justamente o principal pilar do dólar: sua credibilidade internacional. Essa perda de confiança foi verificada logo após o anúncio do tarifaço, quando o dólar perdeu força perante diversas moedas, inclusive o real

Em relatório, a Markestrat explica que, desde 1971, quando os EUA abandonaram o padrão-ouro, o valor da moeda passou a depender exclusivamente da confiança dos mercados no governo norte-americano e da ampla aceitação do dólar em transações globais. 

A manutenção desse quadro exige que os EUA continuem emitindo moeda e títulos públicos — o que, por sua vez, leva a déficits comerciais recorrentes, já que outros países precisam receber e usar esses dólares. “Na prática, o status do dólar como reserva de valor implica em sua valorização frente a outras moedas, o que desencoraja exportações americanas e contribui para a desindustrialização interna”, aponta a consultoria.

Esse efeito, segundo os especialistas, contradiz justamente os objetivos de Trump, que busca impulsionar a indústria doméstica e gerar superávit comercial sustentável. No entanto, para atingir essa meta, seria necessário um dólar mais fraco e com menor aceitação global, algo que entraria em choque direto com seu papel consolidado de moeda de referência internacional.

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A medida acende um alerta entre exportadores, especialmente do agronegócio, que temem instabilidades cambiais e incertezas regulatórias capazes de afetar a competitividade e a previsibilidade dos embarques.

A consultoria destaca ainda que a imprevisibilidade das ações unilaterais, como as tarifas comerciais impostas recentemente, pode acabar com a credibilidade do dólar e acelerar o movimento de países que buscam alternativas regionais para o comércio exterior. Um exemplo é o grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que já demonstrou interesse em criar uma moeda própria para reduzir a dependência do dólar nas transações entre os países membros do bloco.

Apesar do discurso pró-indústria, as medidas de Trump não garantem efeitos imediatos. “A reindustrialização dos EUA requer tempo e investimentos estruturais”, afirma a Markestrat. Nesse contexto, existe ainda outra hipótese: a de que o presidente Trump estaria tentando desvalorizar o dólar para frear a economia, provocar uma recessão e forçar o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) a reduzir as taxas de juros.

Com isso, os EUA se beneficiaram pela queda no custo da dívida pública — sobretudo considerando o grande volume de títulos prestes a vencer. Mesmo assim, ressalta a consultoria, o dilema permanece: como enfraquecer o dólar para fortalecer a indústria doméstica sem perder a confiança internacional construída ao longo de décadas?

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