Cotações
Após enchentes, produtores de cenoura do RS enfrentam desafios para retomar atividade
Além das lavouras afetadas, queda de preços tem dificultado ainda mais o cenário aos produtores gaúchos
1 minuto de leitura 26/07/2024 - 11:23
Rafael Bruno | São Paulo | rafael.bruno@estadao.com
Após alguns meses da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul em maio, o cenário para os produtores de cenoura do estado ainda é extremamente desfavorável, com relatos de dificuldade em relação à colheita e ao plantio.
De acordo com o departamento de hortifruti do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em Caxias do Sul, algumas das poucas áreas que estão sendo colhidas estão com problemas fitossanitários e com a qualidade das raízes muito prejudicada, além da dificuldade de comercialização.
Além disso, as chuvas ainda têm sido recorrentes na região, o que também dificulta a semeadura de novas áreas. “Mesmo as áreas que não foram atingidas por enchentes foram acometidas por um altíssimo volume pluviométrico, dificultando não apenas o plantio, mas também a retomada produtiva na região. As terras locais estão muito erosadas”, relatam pesquisadores do Cepea.
No comparativo entre julho deste ano e igual mês de 2023, há um decréscimo de 52% da produtividade na região.
Em relação às cotações, a maior oferta nacional tem pressionado os valores da raiz. Segundo dados do Cepea, nesta semana, em Caxias do Sul, a caixa de 29 kg da “suja” foi comercializada a R$ 28,75, em média, valor 4,2% inferior ao da semana anterior. Conforme análise do Hortifruti/Cepea, este cenário deixa os produtores, que restaram na atividade, no vermelho, o que torna a continuidade nas lavouras inviável para alguns.
A grande disponibilidade nacional, que está fazendo com que as cotações da cenoura despenquem em todo o país, resulta de uma produção abundante e de excelente qualidade oriunda da região de São Gotardo, Minas Gerais.
A produtividade na região mineira subiu 25% entre maio e junho deste ano, em decorrência do clima firme e favorável ao desenvolvimento das raízes, relatam agentes do Cepea. O mesmo cenário é visto também em Cristalina, Goiás, e Irecê, na Bahia.
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