Clima
Onda de calor de 'grande perigo' atinge diversos estados neste sábado
Alerta vermelho do Inmet se estende em áreas de RO, AM, PA, MT, GO, SP, e MG
Rafael Bruno | São Paulo | rafael.bruno@estadao.com
06/09/2024 - 15:59
O Instituto Nacional de Meteorologia publicou alerta vermelho, que indica grande perigo – com riscos à saúde -, em áreas de Roraima, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Goiás, São Paulo, e Minas Gerais. O aviso se estende até o início da madrugada de domingo. Conforme o Inmet, as temperaturas podem ficar 5ºC acima da média por um período maior do que cinco dias.
Entre as regiões afetadas estão o centro-sul mato-grossense, leste de Mato Grosso do Sul, sul e centro de Goiás, região metropolitana de Belo Horizonte, Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, São José do Rio Preto e região de Ribeirão Preto [Confira todas as regiões aqui].
As temperaturas elevadas preocupam produtores em regiões agrícolas, como no nordeste de São Paulo, em Ribeirão Preto, onde canaviais foram devastados pelas chamas. Também há relatos de assentamentos do MST atingidos desde o fim de agosto. Ainda no estado paulista, outras áreas produtivas foram atingidas, desde produções hortícolas e de frutas, como ocorrências pontuais em lavouras de café, segundo o Cepea.
São Paulo tem maior número de municípios afetados por seca
Conforme o Banco de Dados de Queimadas (BDQueimadas), do Inpe, desde o dia 1º de setembro até esta sexta-feira, 6, São Paulo registrou 628 focos de queimadas. Marília, no centro-oeste do estado, tem o maior número de registros, 37. Ribeirão Preto aparece com seis ocorrências neste intervalo.
Apesar de não ser o estado com maior número de queimadas, ranking liderado por Mato Grosso, São Paulo tem o maior número de municípios afetados pela seca extrema.
Conforme dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), 2024 já registra a seca de maior extensão e intensidade no país nos últimos 70 anos. De acordo com o Cemaden, 200 municípios brasileiros estão em situação de seca extrema, sendo que 82 estão em São Paulo, 52 em Minas Gerais, 12 em Goiás, 8 em Mato Grosso do Sul e 24 em Mato Grosso.
“Estamos realmente passando por uma situação crítica em 2024, por conta das altas temperaturas e também por conta desse período seco mais prolongado. Várias regiões do país estão a mais de 100 dias sem chuvas”, comenta o diretor de Tempo e Clima da Meteoblue, Willians Bini.
E as previsões para o restante deste mês não são muito animadoras, de acordo com o especialista em clima. “A previsão sazonal para este mês mostra que setembro ainda vai ser um mês mais quente e mais seco que o normal, com exceção do Sul do Brasil que pode ter frentes frias, mas a as regiões Sudeste, Centro-Oeste, principalmente, vão seguir mais quente que o normal e com menos chuva”, explica Bini.
O especialista em meteorologia ressalta que a grande questão no momento é saber quando vai ocorrer a “virada de chave”, quando irá melhorar a umidade. “Os modelos estão bem claros, mostrando que isso não deve acontecer em setembro! De forma geral, os modelos estão convergindo mais para uma situação de retorno da umidade, com as pancadas de chuvas, trazendo uma estabilidade hídrica a partir da segunda quinzena de outubro”, prevê. Ele explica que será um processo gradual, com possibilidade de pequenos volumes de chuvas no decorrer do período, mas umidade mesmo, com estabilidade, somente na segunda metade do próximo mês.
Por fim, Bini chama atenção dos produtores que estão no início da semeadura. “Os produtores têm de ter muita atenção com relação ao início da semeadura. Por exemplo, em Mato Grosso o plantio da soja começa dia 7, só que é extremamente complicado o pessoal começar a fazer a semeadura agora com a temperatura que vai passar dos 45ºC na semana que vem. Não tem previsão de chuva, então, pode acontecer a mesma coisa que aconteceu no ano passado, que é grande parte dos produtores terem que fazer o replantio por conta da ausência de umidade e também das altas temperaturas”, conclui o especialista.
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