Clima
Calorão pode ajudar plantio da safrinha e ameaça desenvolvimento do algodão; veja previsão pelo país
Onda de calor ainda continua atuando e massa de ar quente e seca chega a São Paulo e Minas Gerais
Daumildo Júnior | daumildo.junior@estadão.com
14/03/2024 - 08:00

Os próximos dias devem ser marcados pelas altas temperaturas em todas as regiões do país. A onda de calor que afeta a região Sul e parte de Mato Grosso do Sul também deve continuar influenciando as máximas do centro-sul do país.
“Eu diria que é calor em todas as partes do Brasil, mesmo onde há previsão de chuva, e o destaque do calor fica para Mato Grosso do Sul, áreas da região Sul do Brasil, interior de São Paulo e Triângulo Mineiro”, avalia ao Agro Estadão a meteorologista a Nottus, Desirée Brandt.
Essa situação pode beneficiar produtores que estão semeando a safrinha de milho com uma janela curta de plantio. Já para quem plantou, esse calorão pode atrapalhar o desenvolvimento da planta. Confira como fica o tempo de quinta, 14, até o fim de semana.
Região Sul
O Sul do país terá temperaturas elevadas de pelo menos 5ºC acima da média histórica. Esse quadro deve persistir até o fim de semana, especialmente no Paraná.
No entanto, no sábado, 16, e domingo, 17, são esperados temporais para o interior do Rio Grande do Sul e no leste de Santa Catarina. Apesar das chuvas, as temperaturas devem continuar altas, mas não como se viu no início desta semana.
Com boa parte da soja colhida na região sul, os efeitos na safrinha de milho vão depender do estágio das lavouras. Para quem está plantando, o tempo favorece uma aceleração dos trabalhos. Para quem já plantou, pode prejudicar a planta com estresse hídrico e térmico.
No caso do algodão, a maioria está no estágio de desenvolvimento e o impacto pode ser mais negativo. Com o calor excessivo, as plantas intensificam o processo de evapotranspiração – processo de perda de água das plantas através da transpiração – e acabam perdendo mais água.
Região Sudeste
Mesmo não estando na zona da onda de calor, o oeste e norte de São Paulo e o triângulo mineiro passarão os próximos dias com muito calor e pouca umidade. A massa de ar seco e quente deve chegar nessas áreas e também provocar efeitos negativos nas plantações de cana do interior paulista. Já no caso das lavouras de café, os impactos devem ser menores, pois o calor intenso não deve chegar ao sul de Minas.
Em Ribeirão Preto (SP), as temperaturas podem ir a 37ºC ou 38ºC. Mais para o norte paulista, pode beirar os 40ºC. Segundo Desirée Brandt, “o pior deve ficar entre a quinta, 14, e o sábado, 16”.
A probabilidade de chuva nessas partes é escassa. O centro-norte mineiro, Rio de Janeiro e Espírito Santo devem ter alguma precipitação, mas de forma passageira e localizada. Chuvas mais regulares devem vir só a partir da próxima semana.
Região Centro-Oeste
Com Mato Grosso do Sul na área de atuação da onda de calor, principalmente na divisa com o Paraguai, os termômetros devem chegar aos 40ºC ou até superar a marca. O sul de Goiás e de Mato Grosso também podem sentir os efeitos da onda de calor, mas ela não está atuando nessas áreas.
No restante de Mato Grosso, de Goiás e do Distrito Federal, a umidade e o calor provocam instabilidades. Isso pode interromper, momentaneamente, as atividades de colheita ou de plantio, pois as chuvas devem se caracterizar por serem rápidas e fortes.
Região Norte
As chuvas devem seguir com grande intensidade na região, isso por influência da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical) e das altas temperaturas do verão. O nordeste do Pará e a costa do Amapá têm previsão de grandes volumes de chuva a partir de sábado, 16.
Algumas partes do Tocantins podem ter um tempo um pouco mais firme em alguns momentos do dia. Além disso, Roraima segue sob influência de uma área de alta pressão que impede a formação de nuvens carregadas.
Região Nordeste
Também está sob a ocorrência da ZCIT e boa parte do Maranhão e norte do Piauí devem ter muita chuva no sábado,16. As precipitações acontecem em quase todos os estados da região nesses próximos dias, especialmente os que estão mais ao norte.
O leste e o interior baiano é que devem destoar, já que as chuvas por lá serão passageiras e não localizadas, tendo probabilidade de nem acontecerem.
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