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Marcos Fava Neves

Especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio

Esse texto trata de uma opinião do colunista e não necessariamente reflete a posição do Agro Estadão

Opinião

USDA estima grandes produções de grãos e derruba preços

Relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos deu uma assustada nos mercados, principalmente da soja 

16/08/2024 - 08:00

Foto: Adobe Stock
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A expectativa agora para a safra 24/25 (a que está em andamento no hemisfério Norte e a que será plantada em setembro/outubro no hemisfério Sul) é que a produção chegue perto de 430 milhões de toneladas, fazendo os estoques pularem de 112 para 134 milhões de toneladas ao final da safra, mesmo com um robusto crescimento do consumo estimado em 20 milhões de toneladas.

Os números de Brasil e Argentina foram mantidos, afinal as safras ainda não foram plantadas, mas a produção dos EUA aumentou bem, graças ao clima até então vigente na safra e às condições das lavouras. Espera-se agora 125 milhões de toneladas, o que seria 10% a mais do que a safra anterior, que foi de 113 milhões. O número do Brasil é impressionante: 169 milhões de toneladas, 10% a mais que as 153 estimadas para esta safra que já terminou. Estimulado pelos preços e pelas áreas maiores, principalmente no Brasil, a oferta passará a demanda, o que deve manter os preços apertados. 

Se a conjuntura é complicada, um olhar para o médio prazo dá um pouco mais de conforto, pois em quatro anos o consumo mundial de soja aumentou 34 milhões de toneladas, o que nos dá mais de 8 milhões de toneladas por ano no crescimento da demanda mundial. É boa também a expectativa de importação da China, estimada agora em 112 milhões de toneladas. Os preços da soja caíram em dólar e em reais, devido à valorização da moeda nos últimos dias. Quem vendeu antes se deu bem.  

No caso do milho, a previsão é que a safra 24/25 seja do mesmo tamanho da 23/24. Os EUA teriam 385 milhões de toneladas, queda de 1%, China com 292 milhões (aumento de 1%), o Brasil 127 milhões de toneladas (aumento de 4%) e a Argentina com praticamente a mesma quantidade (51 milhões de toneladas). Desta forma, no milho, os estoques ficariam praticamente iguais. 

Porém, a visão de médio prazo, tal como na soja, é boa para a expansão esperada da produção brasileira, tanto para uso em rações como para etanol de milho, alimentação no mercado externo e exportações. A demanda mundial de milho nos últimos quatro anos aumentou 62 milhões de toneladas, o que dá cerca de 15 milhões a mais por ano. Vejam que interessante: a demanda do planeta em quatro anos aumentou meia safra brasileira do cereal. 

O momento de preços é complexo, temos que aguardar agora as decisões de plantio de soja e milho no Brasil e Argentina ou algum evento climático nos EUA para ver se os preços se alteram. Mas o futuro vai demandar mais grãos, abrindo grandes oportunidades de expansão ao Brasil. 

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