Marcos Fava Neves
Especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio
Esse texto trata de uma opinião do colunista e não necessariamente reflete a posição do Agro Estadão
Opinião
Marcos Fava Neves alerta quais os 5 pontos para ficar de olho no mercado agrícola em julho
Possível transição do El Niño para o La Niña, avanço do milho segunda safra, aquisição de insumos e o câmbio são alguns dos alertas para a próxima safra
2 minutos de leitura 04/07/2024 - 08:30
Por isso, o colunista do Agro Estadão, Marcos Fava Neves, lista aqui cinco destaques para o próximo mês:
1. As previsões para o clima com o fim do El Niño e probabilidade de 70% para transição ao La Niña no segundo semestre. Esse cenário pode aumentar as chuvas no Norte e Nordeste, trazer um tempo mais seco e chuvas irregulares no Centro-Sul e Sul do Brasil, bem como aumentar a variabilidade climática, o que pode ao mesmo tempo beneficiar algumas culturas e prejudicar outras. Vamos acompanhar!
2. Andamento do desenvolvimento das safras de verão no Hemisfério Norte. Por enquanto vem vindo bem, mas nos Estados Unidos, há alertas de calor intenso, com temperaturas acima de 35ºC. O produtor brasileiro deve ficar atento a essas movimentações que podem acabar dando oportunidades importantes de comercialização. Temos grande área plantada com soja que trouxe pressão aos preços.
3. Continuar observando a 2ª safra de milho brasileira. A colheita do cereal já alcançou 81,6% da área plantada e deve ser finalizada no final de julho, sendo que em grande parte das regiões produtoras houve redução da produtividade por conta das adversidades climáticas. É um número muito aguardado pelo mercado, pois há grande demanda pelo cereal puxada pelas exportações, pela necessidade de rações com a grande exportação de carnes que vem ocorrendo e pelas fábricas de etanol de milho.
4. Observar o melhor momento para aquisição de insumos para o planejamento da próxima safra. O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) divulgado pela Mosaic em maio alcançou o valor de 0,97 (-0,2%) indicando um melhor poder de compra dos produtores. O momento é de compra, aliás, o melhor momento talvez já tenha passado. Temos pressão cambial agora e de alguns produtos, estoques já baixos, além de problemas logísticos caso todos posterguem novamente as compras.
5. Ficar de olho no câmbio! As variações este mês foram de R$ 5,23 a R$ 5,46 até o fechamento da nossa coluna (25/06), o que traz grande impacto nas negociações de compra e venda de insumos e commodities. Também temos stress maior nos fretes internacionais devido a ataques no Mar Vermelho e outras complicações. Para a soja e milho futuros, talvez seja bom momento de vender antecipadamente uns 30% do que será plantado, aproveitando este stress do câmbio e as cotações deste momento.
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