Marcos Fava Neves
Especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio
Esse texto trata de uma opinião do colunista e não necessariamente reflete a posição do Agro Estadão
Opinião
Marcos Fava Neves: 5 pontos para ficar de olho no mercado agro em agosto
O nosso espaço no Agro Estadão reserva sempre um dos artigos do mês para levantar o que seriam os pontos mais relevantes para acompanhar. Para agosto, seguem os cinco destaques
1. O volume de grãos a ser produzido na safra americana. As condições das lavouras de soja e milho no relatório de 28 de julho do USDA seguem muito boas, sendo que ambas têm percentuais bem próximos a 70% de condições ótimas e boas – melhor do que a média dos últimos anos. Este fato tem derrubado os preços, com o milho abaixo de US$ 4/bushel e a soja pouco acima de US$ 10/bushel. Sem impactos climáticos previstos, vem muito grão por aí.
2. Evolução (e possível conclusão) da colheita do milho safrinha no Brasil; e progresso da colheita do algodão, que vem muito bem, ainda mais embalado com a boa notícia de que na safra 23/24, o Brasil se tornou o maior exportador mundial da fibra, sendo esta a décima cultura que o Brasil lidera no mercado mundial. Até o momento, o cenário é bastante positivo para as duas culturas, e a oferta está chegando aos mercados. Atenção também às questões de armazenagem/logística para escoar essa produção.
3. Em agosto, acontece o evento oficial da Conab para divulgação das primeiras perspectivas para a safra 2024/25 no Brasil, que em breve passa a ser o principal foco mundial. Importante acompanhar para termos indicativos das direções ou comportamento dos agricultores brasileiros no próximo ciclo; muitos já se preparam para novo ciclo e quem já comprou fertilizantes e defensivos em junho e início de julho, tomou uma boa estratégia.
4. Acompanhar os desdobramentos do caso identificado de doença de Newcastle no Brasil e seus impactos nas exportações de carne de frango. Aparentemente, um caso isolado e a normalidade está voltando, mas devemos lembrar que no setor de carnes, as enfermidades são um dos principais riscos, pois fecham mercados e destroem preços e a sustentabilidade econômica da atividade, representando permanente risco ao Brasil, e com a nossa participação no mercado mundial cada vez maior, à inflação de alimentos no planeta.
5. Por fim, seguir de olho no câmbio. Em 02 de julho, alcançou R$ 5,68 (máxima desde 2022). Aproveitar momentos de alta para vender parte da produção é oportunidade diante do cenário desafiador de preço que temos pela frente caso o clima não impacte esta avalanche de grãos. Importante seguir acompanhando a conjuntura global, com destaque para os novos capítulos nos conflitos no Oriente Médio e Rússia/Ucrânia, situação na Venezuela e as novidades nas eleições globais, especialmente nos Estados Unidos. É um cenário mundial muito complexo.
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