Plano Safra 2024/2025 será lançado dia 3 de julho em Brasília | Agro Estadão
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Plano Safra 2024/2025 será lançado dia 3 de julho em Brasília

Confira medidas que serão anunciadas para o próximo ano-safra

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Daumildo Júnior | daumildo.junior@estadao.com

25/06/2024 - 19:32

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, nesta terça-feira, 25, definiu a data do anúncio do Plano Safra 2024/2025. De acordo com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, serão feitas duas cerimônias no dia 3 de julho para os lançamentos dos planos empresarial e familiar. 

“Os dois [anúncios] no dia 03 de julho, um de manhã e outro pela tarde”, disse Teixeira aos jornalistas após participar do encontro. A reunião com Lula durou aproximadamente duas horas e também contou com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, da ministra substituta da Casa Civil, Miriam Belchior, e da presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.

Na segunda-feira, 24, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto adiantou alguns eventos da agenda do presidente Lula e constava o lançamento para o dia 26, quarta-feira. A data já havia sido tratada pelos ministros da Agricultura e do MDA. Teixeira inclusive já havia informado que os anúncios seriam feitos em dois dias, como aconteceu em 2023.

Nos bastidores, essas previsões começaram a ruir com a proximidade do dia 26 de junho e falta de organização para o evento. Fontes ouvidas pela reportagem chegaram a dizer que “não há nada certo ainda” e relataram que não receberam o convite para a participação no evento. Além disso, a possibilidade de fazer o anúncio do Plano Safra da Agricultura Familiar nos primeiros dias de julho (3 ou 5) também começou a ser ventilada, o que se confirmou nesta terça.

Questionado do porquê da mudança, o ministro Paulo Teixeira reconheceu que o tempo era muito curto para fazer o lançamento já no dia 26 de junho. “Não dá para preparar uma entrega de hoje para amanhã. Então ganhamos uma semana para a preparação do evento”, ressaltou.

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Ainda na segunda, 24, as cúpulas do ministério da Fazenda, do Mapa e do MDA estavam reunidos para alinhar o Plano Safra 2024/2025. 

Questionado se haveria divergência sobre o valor pedido para o Plano Safra e com o valor proposto pelo Tesouro Nacional, Teixeira disse que está “tudo resolvido”. “Divergência é uma palavra fora do nosso [radar]. Tudo foi resolvido. Vai ser tudo certo”, afirmou.  

Esse atraso no anúncio pode gerar alguns transtornos para os produtores. Isso porque o ano agrícola começa no dia 1º de julho e sempre se espera que as linhas de financiamento do Plano Safra já sejam conhecidas nessa altura. 

O impacto prático de um eventual atraso no lançamento do plano é a criação de um vácuo na tomada de crédito. O ex-secretário de Política Agrícola e diretor da Wedekin Consultores, Ivan Wedekin, pondera que isso já acontece todos os anos, porém esse período pode durar mais tempo, caso o anúncio não saia antes de 1º de julho. Isso significa que a compra de insumos, máquinas e implementos agrícolas pode também demorar ou afetar em alguma medida o planejamento do produto rural.

“Sempre tem um delay, porque o governo não costuma anunciar com muita antecedência. E depois de anunciado, leva um tempo para as normas chegarem nos agentes financeiros efetivamente. Um atraso no anúncio vai gerar um atraso no início da efetiva implementação”, analisa ao Agro Estadão. 

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Outro desencontro de informações é quanto ao lugar. A previsão é de que será no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), mas há alguns dias, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, chegou a falar que o lançamento poderia acontecer em Rondonópolis (MT). Fávaro voltou atrás na última sexta, 21.

Como adiantou o Agro Estadão, o valor que deverá ser anunciado é de R$ 540 bilhões. Esse montante representa a soma das fatias da agricultura empresarial e agricultura familiar. 

FPA se manifesta contra adiamento 

Após a confirmação da data, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) emitiu uma nota lamentando o adiamento do lançamento do Plano Safra 2024/2025. Segundo a frente, o fato é uma “demonstração de desorganização e ineficiência do governo federal”.

A bancada ainda ressalta o impacto para os produtores. “Importante ressaltar que os produtores rurais ficarão descobertos durante a primeira semana de vigência do plano, ou seja, todos os problemas que estiverem na proposta inicial ainda precisarão ser corrigidos, o que leva mais tempo ainda para a chegada do crédito real aos produtores”, destacou a nota. 

Quem também criticou o adiamento foi a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). Em nota, a federação classificou como um “desserviço” e disse que os produtores “vão começar a temporada em meio às incertezas”.

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Entidades querem mais

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) enviaram ao governo propostas de R$ 558 bilhões e de R$ 570 bilhões, respectivamente. 

No entanto, ambas entidades pedem valores acima de R$ 20 bilhões para a equalização dos juros e este valor, no anúncio oficial, pode ficar bem abaixo. Segundo apurou o Agro Estadão, o governo trabalha com algo em torno de R$ 11 bilhões, o que seria inclusive abaixo dos R$ 13,6 bilhões empregados no Plano Safra 2023/2024. 

Novidades são aguardadas no novo Plano Safra

Uma das expectativas para o Plano Safra é a ampliação ou fortalecimento de linhas de crédito que incentivem a agricultura mais sustentável. Ideias como juros mais baixos para produtores que monitorarem suas emissões de carbono estão sendo estudadas pelo governo. 

Além disso, o ministro da Agricultura também já comentou que alguns produtos essenciais na composição alimentar dos brasileiros devem ganhar estímulos para serem produzidos de forma desconcentrada. O exemplo é o arroz. O governo quer incentivar o aumento da produção fora do estado do Rio Grande do Sul, que corresponde a 70% de toda a produção no país. 

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