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Agropolítica

Conab marca novo leilão de arroz para 13 de junho

Diretor de Política Agrícola da Conab diz que não há risco de “inundar o mercado de arroz” e que 300 mil toneladas são consumidas em duas semanas

Nome Colunistas

Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com | Atualizada em 07/06/2024, às 9h10

06/06/2024 - 15:58

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realiza na próxima quinta-feira, 13, um novo leilão para compra de 36,63 mil toneladas de arroz importado. Esse volume não foi adquirido no primeiro leilão realizado nesta sexta-feira, 6, em que 263,37 mil toneladas do cereal foram adquiridas. Essa operação custou R$ 1,316 bilhão. A intenção da Conab é completar a importação de 300 mil toneladas do produto para garantir o abastecimento interno após o desastre climático no Rio Grande do Sul.

O arroz será destinado para Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. O aviso de compra publicado pela companhia estabelece que o arroz beneficiado polido longo fino tipo 1 deverá ter ter aspecto, cor, odor e sabor característicos. O arroz aromático está proibido.

CONTEÚDO PATROCINADO
embalagem para o arroz importado

Assim como no primeiro leilão, o arroz deve estar acondicionado em embalagem de 5 Kg, transparente e incolor, e com logomarca definida pelo governo e custará R$ 4 o quilo para o consumidor.

A Conab não divulgou os países de onde o arroz foi comprado no leilão desta quinta, 6, porque as empresas têm cinco dias após o resultado para prestarem informações sobre o processo, assim como a origem do produto.

Segundo o presidente da Conab, Edegar Pretto, o arroz deve chegar ao consumidor final em até 45 dias. Em entrevista coletiva pela internet, ele comemorou o processo. “É uma retomada de uma política que não acontecia desde 1987, estamos muito contentes”, disse o presidente.

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Leilão de arroz aconteceu após disputas na justiça

Desde o anúncio da intenção de importar arroz, Governo Federal e setor produtivo começaram uma discussão sobre a necessidade da compra. Deputados federais gaúchos entraram com uma ação coletiva no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que chegou a conceder uma liminar e suspender o leilão na noite anterior. Mas a Advocacia Geral da União recorreu e ganhou.

Além disso, o Supremo Tribunal Federal avalia Ação Direta de Inconstitucionalidade protocolada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e já pediu mais informações ao governo federal sobre as medidas tomadas em relação à importação do arroz.  

“Nós não esperávamos essas ações para impedir o leilão, infelizmente houve uma politização do assunto”, afirmou o presidente da Conab.

Ao Agro Estadão, o presidente da Federação das Associações de Arroz do Rio Grande do Sul, Alexandre Velho, disse que a Federarroz está “analisando o assunto”.

O Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional de arroz e teve parte da produção perdida após as enchentes de maio. A estimativa do setor é de que sejam colhidas 7,1 milhões de toneladas nesta safra no estado. O consumo interno é de cerca de 11 milhões de toneladas.

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Conab diz que “não há risco de inundar o mercado de arroz”

O presidente da Conab justificou que o leilão não foi precipitado porque houve lugares em que o arroz aumentou em 19% em um mês, como Santa Catarina. “Nós insistimos porque é uma medida necessária para proteger o elo mais fraco da cadeia, que é o consumidor”, afirmou Edegar Pretto em coletiva transmitida pela internet.

O diretor de Política Agrícola da Conab, Silvio Porto, destacou que a saca de 50 kg de arroz, que custava abaixo de R$ 100 em março, chegou a R$ 130 nesta semana, na praça de Capivari (RS). 

“O preço interno está acima da paridade de importação, o que é uma distorção de mercado, o que não corresponde à realidade”, afirmou Porto. Por isso, o objetivo do leilão foi regular o abastecimento e derrubar os preços internos. “Esse caminho não é o melhor, mas é necessário”, completou. 

Segundo ele, há uma interpretação equivocada sobre a importação, pois 300 mil toneladas representam o consumo de duas semanas no país. “Não há nenhum risco de que vamos inundar o mercado de arroz”, afirmou.

Os volumes de arroz arrematados vão para Recife (PE), Irecê (BA), Maracanaú (CE), Cachoeiro de Itapemirim (ES), Colatina (ES), São Luís de Montes Belos (GO), Imperatriz (MA), São Luís (MA), Campos Altos (MG), Perdões (MG), Varginha (MG), Ananindeua (PA), Campina Grande (PB), João Pessoa (PB), Rolândia (PR) e Bernardino de Campos (SP).

Durante a coletiva, o presidente da Conab disse, ainda, que o Plano Safra 2024/2025 trará políticas de preço mínimo para o arroz e, talvez, para o feijão também.

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