PUBLICIDADE

Agropolítica

CNA irá tomar ações legais contra Carrefour

Segundo o departamento jurídico da CNA, a ideia é fazer valer a liberdade econômica e a proteção da produção brasileira naquele mercado específico

Nome Colunistas

Paloma Custódio | Brasília - Atualizada às 17h30

26/11/2024 - 13:33

Foto: CNA/Divulgação
Foto: CNA/Divulgação

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) deve tomar ações legais na União Europeia contra a posição do Grupo Carrefour por ter prejudicado a imagem dos produtos brasileiros, especialmente a carne, no comércio internacional. A informação foi confirmada pelo presidente da CNA, João Martins. “Nós nos vimos obrigados a buscar o nosso escritório que temos hoje em Bruxelas para entrar com as ações devidas para buscar o esclarecimento da verdade”, anunciou.

O consultor jurídico da CNA, Carlos Bastide Horbach, explicou que o departamento jurídico já está em tratativas com o escritório de advocacia que atende a CNA em Bruxelas, na Bélgica, para avaliar o caso. “Por isso, a CNA vai formalizar uma reclamação junto aos órgãos da União Europeia para fazer valer a liberdade econômica e a proteção da produção brasileira naquele mercado específico”, detalhou.

Em vídeo, presidente da CNA, João Martins, confirma que irá tomar ações legais contra Carrefour

Mais cedo, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) já havia antecipado essa decisão da CNA, durante reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), nesta terça-feira, 26, em Brasília. Na ocasião, a parlamentar disse que o Brasil não pode receber a retratação do Grupo Carrefour de bom grado. “É uma desculpa protocolar, não suficiente para os danos à imagem causados ao produto brasileiro lá fora”, declarou. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, demonstrou interesse em convocar o embaixador da França para dizer quais atitudes eles estão tomando para que as empresas francesas tenham responsabilidade em relação ao que falam sobre os produtos brasileiros. E refletiu: “Imagina se fosse o contrário? Uma empresa brasileira falando do mercado francês”. 

PUBLICIDADE

Para o presidente da Câmara dos Deputados, a carta enviada nesta terça-feira, 26, pelo Grupo Carrefour ao Ministério da Agricultura e Pecuária “é irrelevante”, avaliou. “O ministério [da Agricultura] achou que a resposta foi conveniente. Penso que é temerário que o Congressos Nacional, as entidades de produtores, o governo federal, o Itamaraty, não se posicionem mais firmemente em uma crescente narrativa que visa gerar desinformação. Não há o que se falar em falta de capacidade e critérios para a produção brasileira e nada que a desmereça”, declarou. 

Ainda em relação à carta do Carrefour, Arthur Lira declarou: “Você compra de onde você quiser, [mas] não prejudique a imagem do Brasil”, protestou o parlamentar. 

O presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara, o deputado federal Evair de Melo (PP-ES), também reforçou a insatisfação do Congresso com a retratação do Carrefour e espera um posicionamento do Itamaraty. “O Carrefour tem feito gestos de se retratar dessa fala infeliz, mas isso ainda é muito pouco. Nós queremos agora é trazê-los ainda mais para dentro do Brasil como compradores para que eles possam, inclusive, ser uma fonte de divulgação da qualidade do produto brasileiro”.

Lei da reciprocidade ambiental

O presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que os parlamentares já se reuniram com senadores para que, em conjunto, o Congresso aprove o projeto de Lei de reciprocidade. A ideia é unir o texto da Câmara (PL 1406/24) com o do Senado (PL 2088/23), que tratam sobre a não aceitação de acordos internacionais que possam representar restrições discriminatórias ao comércio internacional de produtos brasileiros.

Segundo o parlamentar, depois de votado, o PL não terá efeito só para a União Europeia, mas para todas as relações comerciais do Brasil. Por isso, é preciso muita cautela ao ser analisado no Congresso. “É um projeto que não é de interesse parlamentar, é interesse nacional. Eu não vejo o Executivo desconectado dessa discussão. Tanto que tem a participação do ministro Fávaro, representante do setor na Esplanada dos Ministérios. O importante nesse momento é não minimizar o que aconteceu”, afirmou em coletiva.

Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.

Siga o Agro Estadão no WhatsApp, Instagram, Facebook, X, Telegram ou assine nossa Newsletter

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

Mercosul e Canadá retomam negociações de livre comércio

Agropolítica

Mercosul e Canadá retomam negociações de livre comércio

Brasil e Canadá planejam missão comercial em Toronto em setembro e reunião de chefes do Mercosul em outubro

MST invade área do Banco do Brasil no Rio Grande do Sul

Agropolítica

MST invade área do Banco do Brasil no Rio Grande do Sul

Movimento reivindica avanço nas negociações sobre área indicada ao Incra em 2024; BB diz que não detém a posse e nem a disponibilidade do imóvel

Governo federal destina R$ 21,7 milhões para equalizar preços de feijão

Agropolítica

Governo federal destina R$ 21,7 milhões para equalizar preços de feijão

Medida assinada por quatro ministérios é voltada, exclusivamente, à produção de estados da região Sul destinada ao consumo interno

Governo descarta preços de exportação em compras de socorro ao tarifaço 

Agropolítica

Governo descarta preços de exportação em compras de socorro ao tarifaço 

Simplificação das aquisições públicas é uma das medidas emergenciais para aliviar situação de produtores rurais

PUBLICIDADE

Agropolítica

Leilões da Conab negociam 109,2 mil toneladas de arroz

Ao todo foram firmados 4.044 contratos, com vencimentos para setembro e outubro deste ano

Agropolítica

Governo divulga regras para acessar crédito de socorro ao tarifaço; confira condições

Para conseguir financiamento, empresas deverão ter perdido pelo menos 5% do faturamento com exportações para os EUA e cumprir contrapartida

Agropolítica

Nova fase da Operação Big Citros busca conter avanço do greening no Paraná

Ação vai até o próximo dia 29 de agosto em pomares de tangerina dos municípios de Cerro Azul e Doutor Ulysses, no Vale do Ribeira

Agropolítica

Em Goiás, produtores que aderiram ao PSA recebem entre R$ 498 e R$ 664 

Governo do estado já desembolsou R$ 4 milhões; área cadastrada pode ser de, no mínimo, dois hectares, e, no máximo, 100 por propriedade

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.